quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

DICAS DE SEGURANÇA PARA UM FINAL DE ANO FELIZ




Os especialistas em segurança pessoal e patrimonial são unânimes ao afirmarem que a grande maioria dos crimes que vai do roubo ao sequestro poderiam ser evitados se, simplesmente, a vítima tivesse um pouquinho de atenção. É claro que essa "atenção" se faz acompanhar de algumas orientações básicas que poderão colocar a pessoa alvo um passo sempre à frente das investidas de criminosos.

Primeiro passo: quem é o ladrão? Pode ser qualquer pessoa e estar em qualquer lugar do mais simples ao sofisticado. Só isso poderia complicar a situação. No entanto, ao bom observador, nota-se que aquele pessoa demonstrará algumas atitudes que por si o denunciarão. Olhar inquieto (criminosos se preocupam com olhares em relação a ele); mesmo que ele já tenha um plano, estará preocupado formulando uma rota de fuga ou com alguma eventualidade. Ele olha para avaliar tanto a pessoa, quanto a situação e o objeto que pretende roubar, seja dinheiro ou mercadoria. O assalto não foi anunciado, nem o ladrão se moveu do lugar da observação, estado entre pessoas, um simples olhar direto, sem demonstrar estranheza poderá frustrar a ação. Ele vai perceber que alguém já o viu, certamente seu rosto foi "filmado". Nunca se deve cometer o erro grotesco de olhar com desconfiança para alguém supondo que ele é um criminoso. Pessoas nervosas, que já sofreram num maior grau uma ação criminosa pode agir assim.

Segundo passo: não usar ostentação em lugares abertos e muito movimentados. Há pessoas que costumam ostentar relógios de ouro, objetos chamativos, etc. , tudo isso deve ser evitado. Às vezes, o criminoso, sem premeditação, acha o cenário perfeito a partir daquilo que a vítima oportunizou.

Terceiro passo: nas agências bancárias, casas lotéricas, onde sempre há filas, é bastante comum o criminoso se fazer passar por um cliente. Normalmente, nesses casos, é uma pessoa razoavelmente bem vestida e com facilidade de expressão. Ele pode se aproximar para criar uma cena e distrair a vítima, enquanto lhe rouba. O ideal é aceitar orientação apenas de funcionários devidamente identificados pelo crachá ou outro indicativo. A dica é analisar o ambiente com o máximo de naturalidade e então, caso ache algo estranho, evite-o. Sacar dinheiro e ficar conferindo as cédulas detidamente é um erro! Se o saque ou depósito é relativamente alto, deve a pessoa ir acompanhada por alguém que mantenha, dentro do banco, uma certa distância, para analisar a situação como um todo. Crimes comuns nesses ambientes são do tipo em que o criminoso se aproxima fingindo-se surpreso com um cartão jogado ao chão ou um cheque ou até mesmo dinheiro ou qualquer outra coisa apenas para distrair a vítima: evite-o. "Não esse objeto não me pertence", finja fazer uma ligação ao celular, ele se afastará de você. A partir desse ponto, com bastante naturalidade, redobre sua atenção.

Quarto passo: o automóvel é a forma mais fácil de abordagem para o criminoso, porque a vítima ao volante, pode ser facilmente dominada. Cuidado ao chegar em casa ou no apartamento. Analise rapidamente, na rua, qualquer coisa que está fora do comum. Se, por ventura, notar algo estranho, que foge ao normal, não páre, passe direto e se detenha noutro lugar até se certificar que tudo está seguro. No estacionamento do shopping, antes de se dirigir ao carro, analise a situação em redor. Em semáforos, principalmente à noite, efetue a frenagem do carro devagar muito antes de chegar nos limites da faixa. É o tempo que você estuda rapidamente a situação, tanto do carro que está ao lado, quanto do perímetro. Geralmente alguém falando ao celular, próximo a seu carro, pode representar um risco direto.

Quinto passo: e se o crime foi anunciado e está em andamento. Regra fundamental não reaja. Procure seguir calmamente os comandos do criminoso sem olhar diretamente para seu rosto. Geralmente o criminoso armado é um despreparado no uso da arma, tem gatilho nervoso, está num nível de alta tensão emocional e qualquer reação pode ser interpretada como uma ameaça. E em geral, termina em risco imediato de morte. Ainda que a pessoa se julgue preparada e pronta para agir, se de fato for e a situação o favorecer, não se deve baixar a guarda após desarmá-lo. Um fato que aconteceu pode servir de exemplo: Larusso, um faixa-preta de artes marciais desarmou com uma rapidez surpreendente o bandido que, armado, anunciou o assalto.

Como ele dedicou atenção exclusiva ao bandido estendido no solo, não percebeu que o outro que acompanhava o movimento de longe, se aproximava e deferia um golpe de faca que quase o matou. Numa situação como essa, o abandido fora de combate, deve se manter a base "gigotai" defensiva, para contra-atacar não importando de onde surja o comparsa.

O bom senso, todavia, deve prevalecer. Nunca se pode pôr em risco outras pessoas próximas. Se não há a mínima chance, sossegue. É melhor perder bens que a própria vida.

Em caso de disparos de arma de fogo, não pense duas vezes. Jogue-se imediatamente ao solo. Procure um lugar seguro para se abrigar. Correr juntamente com a multidão pode expor a pessoa aos tiros.

No demais, atenção aos detalhes, as situações, às abordagens por mais ingênuas que pareçam ser, às ajudas espontâneas em pontos de compra e vendas, estabelecimentos financeiros, aeroportos e demais locais de ajuntamento, nunca são de mais. Porém, tudo com naturalidade como nos filmes dos espiões americanos.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

PSICOLOGIA FORENSE: À GUISA DE INTRODUÇÃO




A Psicologia Jurídica ou Forense, pode ser entendida como um ramo relativamente novo da Psicologia, aplicada à justiça nas suas mais variadas competências à exemplo das Varas da Família, Infância e Juventude, Trabalhista, Cível, Criminal e Sistemas Penitenciários. Desde a emissão de um parecer sobre o estado mental da pessoa envolvida num crime ou aspectos psicológicos envolvidos na cena desse mesmo crime, o psicólogo especializado pode contribuir de forma decisiva, já que o elemento principal objeto de seu estudo será o funcionamento da mente e as condutas desviantes.

As raízes da Psicologia podem ser localizadas nos séculos IV e V a.C., quando os filósofos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles levantaram questionamentos e reflexões fundamentais sobre o funcionamento da mente. Porém, histórica e inquestionavelmente, foi Hipócrates (simbolicamente, o pai da medicina), quem sugeriu que a compreensão dos fenômenos do adoecer deveria se desvincular de uma visão sobrenatural, associando, assim, o cérebro, como o centro das funções mentais e de suas patologias.

A teoria de Hipócrates (460 a.C. - 370 a.C.), apresentou importante interesse nas doenças mentais, e dela surgiu a primeira classificação nosológica (disciplina que descreve em detalhes uma determinada doença) com o detalhamento do quadro clínico que definiu como melancolia, do grego melan, negro e cholis, bílis, hoje entendida como depressão. Tendo ainda, posteriormente, descrito os quadros de delirium, psicoses puerperais, fobias e a histeria.

Além de Hipócrates, o advento das mudanças de civilizações, principalmente com as transições das várias revoluções culturais, sociais e políticas nas sociedades ocidentais - superação das explicações religiosas, revolução científica de Galileu, a expansão do capitalismo, bem como a primazia do conhecimento biológico - refletiu diretamente nos valores, princípios e padrões de comportamento dos indivíduos, até mesmo os comportamentos delituosos, que requeriam explicações das possíveis causas de suas ocorrências.

INFLUÊNCIAS PSICOLÓGICAS

Nesse contexto, a concepção biológica estabelece parâmetros de referências e modelos para compreensão do comportamento humano. O cientista britânico Francis Galton, ao defender a conceituação frenológica destacava que o princípio da compreensão da capacidade humana, isto é, o caráter e as funções intelectuais, estavam relacionados ao tamanho do crânio. Crânios grandes, pequenos ou danificados explicariam determinados comportamentos inadequados. Outra teoria de influência biológica foi a Antropologia Criminal do médico italiano Cesare Lombroso, a qual argumentava que a criminalidade era um fenômeno hereditário. A hipótese de Lombroso enfatizava que era possível identificar um indivíduo criminoso pelas características físicas.

A tentativo da compreensão da causa determinante desses comportamentos (loucura, perversidade, maldade ou crueldade) produziu também a chamada concepção médico-moral, tendo como principal defensor o psiquiatra francês Esquirol. Estas concepções estabeleciam ligações entre a loucura individual e uma degeneração racial. Com esta degenerescência, o fator causalidade de determinados comportamentos era atribuído aos distúrbios morais, também denominados de loucos morais.(1)

A essência do resgate histórico deste contexto se fundamenta pela evolutiva preocupação de filósofos, médicos, psicólogos e juristas em diferenciar as características funcionais e comportamentais do doente mental e sua possível expressão em comportamentos criminosos.

Embora as primeiras notificações da prática da avaliação médico-legal sejam atribuídas aos hebreus, que já utilizavam os serviços médicos para os casos de anulação de casamento, esterilidade, impotência e homicídio, dois casos requerem para si a origem da prática forense(2). O primeiro médico que exerceu de fato a função de perito, isto é, teve a função de opinar sobre as condições mentais de indivíduos envolvidos com a justiça foi Paul Zacchias. As atividades de Zacchias se transformaram em uma publicação em 1650, sob o título Questiones Medico-legales. Como resultado de sua obra, Zacchias é reconhecido como o pai da Medicina Legal e o fundador da Psicopatologia Forense (disciplina que estuda as doenças mentais e sua relação com condutas delituosas).

O outro se refere ao caso do jovem francês Pierre Rivière (que degolou sua mãe, irmã e irmão), personagem do primeiro embate médico-jurídico. Neste caso, a verdade jurídica foi obtida pelo exame criminológico, isto é, pela identificação das motivações e intenções do indivíduo, autor do triplo homicídio.

A interface Psiquiatria e Direito surgiu da necessidade de compreender o indivíduo quanto a sua autonomia, sua capacidade de entendimento e de se autodeterminar (aqui se refere a capacidade de controle dos impulsos e dos desejos), aptidões estas que implicam em considerações quanto à responsabilidade pelos suas atos.


____________
1. SERAFIM, A.P. Investigação Psicológica da Personalidade na Conduta Criminosa. In: RIGONATTI, S. P. Temas em Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica. São Paulo: Vetor, 2003.
2. PACHECO e SILVA, A.C. Psiquiatria Clínica e Forense. São Paulo: Renascença, 1951.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

VOCÊ TEM DIFERENCIAL COMPETITIVO?




Se você lida no mercado com qualquer produto ou serviço e nunca parou um pouquinho para refletir sobre qual é seu diferencial competitivo ou mesmo se você o tem, é hora de fazê-lo, afinal, graças ao diferencial competitivo determinado produto ou serviço se mantém num mercado cada vez mais exigente, gerando satisfação tanto para o cliente quanto para o vendedor.

Para ilustrar, vamos precisar lançar mão de uma parábola pós-moderna: A empresa, após analisar a viabilidade de implantação de um determinado projeto, autorizou uma sondagem nas principais empresas do ramo de soluções tecnológicas. A empresa "A", muito bem situada geograficamente, com uma prédio moderno, uma ótima recepcionista, recebeu-nos e, pediu para que aguardássemos um pouco. Depois de alguns minutos, veio uma mulher, que nos encaminhou à sala ao lado e, então, identificou-se como alguém que fazia a análise do projeto.

Depois de apresentarmos o teor do projeto e o que necessariamente queríamos, ela afirmou que daria a resposta posteriormente, pois estaria remetendo a um dos técnicos, que na ocasião, estaria em reunião com outros clientes.

Por outro lado, na empresa "B", tão logo fomos recepcionados pela moça bonita da mesa do telefone, imediatamente, os principais responsáveis pela empresa veio nos cumprimentar e nos encaminhou para uma sala ao lado. Eles, após se apresentarem formalmente, ofereceram-se para mostrar o portfólio da empresa, já adiantando no discurso sobre o leque de produtos e serviços que a empresa dispunha.

No desenrolar do projeto eles se mostraram bastante entusiasmados em estabelecer uma parceria, dando várias opiniões em como poderiam contribuir para tornar mais prático e abrangente, moderno e eficaz o protótipo que fariam, se caso, fosse estabelecida essa parceria. Isto é diferencial competitivo.

O mercado é uma selva de pedra, mas que tem diferencial competitivo consegue extrair leite da pedra. Você pode estar vendendo o mesmo produto que outras dez pessoas também. O que vai determinar o sucesso das vendas é o diferencial competitivo.

Sentindo-se injustiçado por trabalhar durante anos na empresa e ver seu colega ser promovido há menos de um ano, ele foi falar seriamente com o chefe. O chefe, experiente, percebeu qual seria o assunto só pelas feições do funcionário. "Antes que entremos no assunto que o trouxe aqui, preciso que você faça o orçamento desses itens da lista que irão compor o cardápio dos funcionários amanhã." Pois não, chefe. O funcionário saiu para cumprir essa tarefa. 30 minutos depois, chegou e apresentou ao chefe o preço do primeiro fornecedor que encontrou.
"Agora chefe, preciso lhe falar algo..." Mal terminou a frase, o chefe o interrompeu, pedindo-lhe para que ele aguardasse um pouquinho mais, logo lhe atenderia.

Nesse momento, ele chamou o funcionário que havia promovido recentemente e lhe pediu que fizesse a mesma tarefa. Passou a lista de itens para ele. 30 minutos depois, ele chegou. "Chefe, os itens formam pesquisados em cinco fornecedores, variando o preço entre 35% e 40%. Como não sabia se o senhor autorizaria a compra para hoje ou amanhã, deixei de sobreaviso o fornecedor, que além de oferecer 40% em grande quantidade ainda me ofereceu uma amostra para o senhor checar a qualidade dos produtos.

Nisso o funcionário parecia estar paralisado ouvindo e vendo toda aquela desenvoltura e perspicácia do colega. "O que você desejaria me falar mesmo?," perguntou o chefe. "Nada, apenas passei aqui para lhe desejar um bom dia!"


terça-feira, 15 de novembro de 2011

JOHN DEWEY: APRENDENDO PARA A VIDA




Na faculdade de psicologia da UEPB, tive o prazer de ter sido apresentado ao emérito professor Dewey, através de sua obra "Vida e Educação" (1965), traduzida para o português por outro ícone da reforma educacional, o professor Anísio Teixeira, um profundo estudioso da escola behaviorista.

Dewey formulou sua base teórica educacional defendendo o princípio de que vida e educação estão interligadas e, por essa razão, não deve haver nenhuma separação entre si. Vida, em condições integrais, e educação são o mesmo. Depois que os fins da educação não podem ser senão mais e melhor educação, no sentido de maior capacidade em compreender, projetar, experimentar e conferir os resultados do que façam. A educação torna-se, desse modo, uma "contínua reconstrução de experiências".

A educação, na visão de Dewey é o processo de reconstrução e reorganização da experiência, pelo qual lhe percebemos mais agudamente o sentido, e com isso nos habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas experiências futuras. Logo, a educação é fenômeno direto da vida, tão inelutável quanto a própria vida.

Depois de estudar a questão da educação tácita, legada pelas experiências sensoriais básicas e a educação institucionaliza, cuja maior representante é a escola, tem-se a resolução do problema da aprendizagem, isso é, a forma como aprendemos, de onde se destaca o método. O método pressupõe a classificação e exposição dos processos e modos pelos quais as "matérias" ou quaisquer outros assuntos podem ser melhor apresentadas e impressas na mente de quem aprende.

Se o nosso interesse fundamental é pela vida, aprender significa adquirir um novo modo de agir, um novo "comportamento" (behavior) de nosso organismo. Na linguagem usual: "saber é poder", isso é uma máxima. Aprender para a vida significa que a pessoa não somente poderá agir, mas agirá do novo modo aprendido, assim que a ocasião que exija este saber apareça. Mas quais as condições por que se processa essa aprendizagem que se integra, assim, diretamente a vida?

Em primeiro lugar: 1) Só se aprende o que se pratica. Seja uma habilidade, seja uma idéia, seja um controle emocional, seja uma atitude ou uma apreciação, só as aprendemos se as praticarmos. A escola, mesmo com feições de modernidade está organizada para permitir que se pratiquem certas habilidades mecânicas e certas idéias, sem cogitar da prática de outros traços morais e emocionais desejáveis em uma personalidade. Como aprender, com efeito, honestidade, bondade, tolerância, no regime preordenados de lições marcadas para o dia seguinte? Como tratar da devastação da vida pelas drogas, como o craque que está logo alí na esquina, vitimizando nossos adolescentes e jovens? Só uma situação real de vida, em que se tenha de exercer determinado traço de caráter, pode levar à sua prática e, portanto, à sua aprendizagem.

Nesta mesma linha de pensamento: 2) não basta praticar. A intenção de quem vai aprender tem singular importância. Aprende-se através da reconstrução consciente da experiência, isto é, as experiências passadas afetam a experiência presente e a reconstroem para que todas venham influir no futuro. Assim, não posso adquirir um novo modo de agir, se não tenho a intenção de adquiri-lo. A psicologia ensina exatamente que não aprendemos todas as "respostas" que nosso organismo dá aos "estímulos" de qualquer situação. O organismo escolhe as "respostas" que satisfazem o seu esforço. Em cada caso particular, aprendo aquilo que constitui o fim de minha atividade no caso. Aprendo as respostas justas, corretas, bem sucedidas e deixo de aprender as respostas mal ajustadas, falhas, erradas. Vê-se que o sucesso e insucesso determina inteiramente a direção de minha aprendizagem. É a atitude, o propósito, a intenção de quem vai aprender que decide sobre o que vai ser aprendido.

Tudo isso implica no fato de que 3) aprende-se por associação. Não se aprende somente o que se tem em vista, mas as coisas que vem associadas com o objetivo mais claro da atividade educativa, importa em desprezar, por vezes, coisas mais importantes do que o próprio objeto de ensino. Enquanto ensinamos aritmética, podemos estar ensinando também uma atitude de desgosto pela matéria, que venha perdurar toda a vida. Tal fato subjetivo, por sua vez, guarda relação com outro ponto pertinente: 4) não se aprende nunca uma coisa só. À medida que aprendemos uma coisa, várias outras são simultaneamente aprendidas.

Geralmente, em qualquer experiência, enquanto a atenção se dirige para esse ou aquele fator, tomando dele consciência mais ou menos viva, segundo Kilpatrick, duas ou três diferentes aprendizagem estão sendo adquiridas, com respeito a cada fator: primeiro, uma atitude de gosto ou de desgosto; segundo, uma idéia do que é o fator e de como ele age; terceiro, um ideal de qual deveria ser o seu caráter e a sua ação. Essa atitude, essa idéia e esse ideal se constroem juntamente com o objetivo direto da atividade.

SUGESTÃO DE LEITURAS

Consciência Visual: Você tem certeza do que vê?

O Enigma do Sorriso


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A DIFUSORA DE LAURA



No alto do Jeremias morava Chico Venâncio que era dono e locutor da difusora do bairro. Era o famoso Chico quem dava a notícia (recém trazida num bilhete por um moleque de cara suja e sem chinelo) da chegada de Maria, filha mais velha de Dona Neném e Seu Mané Isidro do Rio de Janeiro.

O estúdio de Chico funcionava na sala da casa, sempre de porta aberta para receber os bilhetes que não paravam de chegar, seja para dedicar músicas, seja para dizer quem estava partindo ou chegando, aniversário, falecimento, documentos perdidos, cachorro perdido e por ai em diante. Era possível ver apinhado no chão, ao lado de uma sanfona velha, uma seleção de discos de vinil dos sucessos mais pedido pelo povo do Jeremias, Araxá e até do Monte Santo.

Tinha disco de Núbia Lafaiete, Nelson Gonçalves, Vicente Celestino, Altemar Dutra, Roberto Carlos, Teixeirinha (bastante utilizado em campanhas para arrecadação de donativos caso morresse alguém cuja família não dispunha de recursos para arcar com o caixão e o enterro. Aliás, uma das faixas que mais se utilizava nessas ocasiões era aquela que dizia assim: 

"O maior golpe do mundo que vivi na minha vida / foi quando aos nove anos perdi minha mãe querida/morreu queimada no fogo, morte triste, dolorida (...)" 

Imagine um som desse, propagado pelas duas cornetas do alto do bairro, uma melodia bizarra, um acorde tétrico. 

Ufa! Fardo pesado para as crianças do bairro! Mas logo vinha as músicas mais alegres e assim a vida ia passado devagar ao som nostálgico da difusora de Chico.


"(...) Desculpe, meu amor, o que eu lhe digo /
Mas meu bem, não é comigo /
Que você deve lamentar /
Você nunca foi um bom marido /
Não cumprindo o prometido /
Que jurou aos pés do altar /
É triste confessar, mas é preciso /
Você não teve juízo /
Em dizer que não me quis /
Perdoa, meu amor, não sou fingida /
Não é só casa e comida /
Que faz a mulher feliz"[1]

Certo dia, para a surpresa de todos, a notícia de falecimento foi, imaginem vocês: a do próprio Chico! O bairro do Jeremias acolheu essa nota com muita consternação, tratava-se de alguém que gozava da simpatia de todos.

A viúva Laura, que também já se fazia ouvir com sua voz melodiosa assumiu o lugar do finado Chico, passando a desempenhar até melhor que este, a função social da difusora. Agora que estava no comando passou a assinar como "Laura de Chico Venâncio!"

Campanhas beneficentes importantes como as que ajudaram na compra de caixões tiveram como beneficiários pós-mortes, o cidadão de alcunha "Rato Molhado" e o outro favorecido foi o popular "Marcolino Pé de Quenga.

Rato Molhado, teve seu nome divulgado na difusora de Laura de Chico Venâncio pela primeira e última vez apenas no ocasião de sua morte. Era um espectro de homem, que não vazia mal a ninguém senão a si próprio. 

Talvez tenha passado a ser chamado assim porque mesmo debaixo daquelas chuvas fortes de inverso, sem ninguém nas ruas, lá estava aquela figura bêbada, caindo na lama dos córregos e tentando se levantar rumo a sua casa, um casebre desses que um homem mediano tem que se curvar para entrar.

Marcolino era um mecânico velho que nasceu com uma deformidade nos pés que o forçava a andar com certa dificuldade. Coisa que somente piorava quando ele saia da mercearia de Seu Gilberto caindo aqui e acolá, pelas ruas íngremes do Jeremias, bêbado e dizendo impropérios ao ajuntamento de moleques que saiam correndo e gritando: "Marcolino Pé de Quenga! Marcolino Pé de Quenga!

O tempo foi passando e as duas cornetas da difusora deixaram de reinar sozinhas naquele poste no alto do bairro. É que os crentes abriram uma igreja da Assembléia de Deus, na Rua São Cosme e puseram no alto da Igreja que já que se situava no alto do bairro, duas cornetas de modo que não era mais possível ouvir apenas a difusora de Laura, já que principalmente nos domingos, os crentes não economizavam vozes, crente chorava, cantava, dizia aquelas palavras que só crente diz e Laura ficava fumegando de raiva dessa concorrência de espaço fonográfico!

Autor: João B Nunes
Formado em Psicologia; Graduando em Direito e Pós-Graduando em Gestão de Projetos Sociais e Terceiro Setor.

[1] Canção de Núbia Lafayette (1972)
Compositores: Cesar Augusto Saud Abdala / Carlos Roberto Piazzoli / Durval Lima


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PLANETA TERRA: JÁ SOMOS SETE BILHÕES


O número sete tem uma singularidade que lhe é peculiar. Sete são as notas musicais, a rota dos sete mares, as sete maravilhas do mundo, o 7º dia da criação e dia do descanso, o número bíblico da perfeição. E, agora, o número em bilhões dos que habitamos sobre a Terra. Já somos sete bilhões! Antes que você pense que esse texto irá falar do fim do mundo seguindo a perspectiva de alguns lunáticos escatológicos, asseguro-lhe que não.

Pretendo discorrer um pouco sobre a razão primária de se chegar a esse número que é o próprio ser humano. Por mais que os noticiários relatem históricos de crimes, catástrofes, guerras e destruição, inegavelmente, nós estamos evoluindo para melhor em termos de conhecimento, de invenção científica. Hoje, quem pode se imaginar sem um celular? Ou sem um computador? Há cem anos, quem poderia imaginar que esses apetrechos e engenhocas iriam fazer parte da vida da gente? É claro que falta ainda muito para chegarmos ao ideal, mas o ser humano se distingue pela inventividade, criação de saberes, e isso é o diferencial maior que poderá manter a vida no Planeta por mais tempo.

Se evoluímos por uma lado, por outro, estamos carentes de aprimoramento: o lado humano. O desumano está tão próximo de nós que atitudes humanas pode até nos assombrar, às vezes. O humano é sentir o pulsar da vida, o orvalho de um campo em flor, a sensação de um novo dia que sempre se repete prazenteiro, o cheiro da terra molhada depois do aguaceiro da chuva, o sorriso de uma criança maravilhada com o voo dos pássaros roteadores. Isso é o humano.

Precisamos realçar mais o que nos resta de humanos. Pensar em nós, pensar no próximo, pensar em Deus. E o tempo que temos para fazer isso é já. Sim, porque tudo que temos é o aqui e o agora. Não podemos deixar para amanhã. Não podemos nos deixar levar pela onda do desgaste descartável que inclui as pessoas no mesmo patamar das coisas, coisas fúteis, dispensáveis, objetos do mundo das aparências vazias e estéreis.

O planeta é nossa casa, tudo que nele contém é parte de nós, precisamos cuidar da melhor forma possível, e o primeiro e decisivo passo, é resgatarmos o humanos que está dentro de nós, é somarmos forças para sermos uno, para restabelecermos o equilíbrio, a harmonia social e ecológica. Pensemos nisso, se eu fizer a minha parte, você e outras pessoas mais, juntos podemos contribuir para a manutenção e melhora da vida na terra.

sábado, 22 de outubro de 2011

CAMPANHA POLÍTICA DE QUALIDADE E AS MÍDIAS SOCIAIS


Minha humilde dica para os pré-candidatos ao pleito eleitoral 2012 é: Pense estrategicamente. Nenhuma receita é melhor para o sucesso do que planejar suas atividades cuidadosamente e agir de acordo com um plano estratégico claro. E um item no qual se deve dispensar atenção especial é a Campanha nas Mídias Sociais.

Mas, afinal, o que são mídias sociais mesmo? São ferramentas digitais e virtuais que compõem, no seu conjunto, o sistema online que possibilita a interatividade social a partir do compartilhamento de idéias que - somando tudo - desembocam ininterruptamente - na criação colaborativa, sendo que essa "criação" dentro desse universo chamado de Internet é infinita produzindo resultados maximizados como, por exemplo, a eleição de Obama nos EUA.

Entretanto, existe naturalmente uma tendência que nos leva a pensar que mídias sociais e redes sociais é a mesma coisa. Redes sociais são estruturas sociais compostas por pessoas unidas por afinidades comuns, por sua vez, interligam-se através das várias relações possíveis. O Orkut é o exemplo mais claro. Dai vem uma infinidade de tantas outras redes sociais como o Facebook, Linkidin etc. e etc. Os relacionamentos estabelecidos nas redes sociais têm uma particularidade distintiva: são do tipo horizontal e não hierarquizado. Não importa a classe social, a cor, a religião, o sexo, a ideologia política, as ligações sociais atingem a todos indistintamente.

Já as mídias sociais representam o conjunto de todas as redes sociais incluindo o compartilhamento dinâmico da criação colaborativa de informações em todos os formatos e extensões possíveis. Alguns exemplos básicos de mídias compartilhadas: Youtube, Twitter, Blogs, etc. Os formatos se ampliam com o uso dos iPod, iPad e Tablet. Vídeos, músicas, mensagens, fotos, áudios de todos os gêneros são a tônica da vez.

É por essa razão que o pensamento estratégico da campanha política tendo como ponto chave as mídias sociais é imprescindíveis. E todo o pré-candidato que pretende criar e popularizar sua imagem como política ideal tem a seu dispor um competente marqueteiro digital, ou assessor de mídias digitais. Para o bem da nação e a felicidade de todos, esse profissional (1) tem que gostar de política, (2) tem que ser atualizado com a informação e as tendências de assuntos que geram notícias e despertam interesse do internauta, (3) tem que ser criativo, ter intimidade com o CorelDraw, PhotoShop, Editor de Vídeo, Produção e Edição de Texto, (4) tem que ter tempo disponível. É por isso que deve se dar preferência ao trabalho do tipo HomeOfficer, porque a qualquer hora do dia ou da noite, ele está online, preparado para produzir, (5) tem que ser bem remunerado. Pague bem, sem hesitar, sem pestanejar, porque esse profissional não se acha em toda esquina. Reunir todas essas características numa só pessoa é algo difícil, mas produz resultados eternos, pois sua imagem estará em boas mãos. O assessor de Obama, no tempo de sua pré-campanha tinha apenas 23 anos e era o crânio das idéias, era quem fazia todos os discursos do homem mais influente do mundo. Pois isso, não fique pechinchando quando se deparar com um profissional que reúna todos esses requisitos.

Se você ainda tem dúvidas da atualidade e eficácia das mídias sociais e o que elas podem fazer em relação à sua campanha política, observe o seguinte: as mídias tradicionais (TV e Jornais impressos) estão perdendo espaço para as mídias sociais. A TV levou 30 anos para atingir 200 milhões de pessoas. Em três anos, as mídias sociais atingiram esse número. A migração publicitária está migrando rapidamente para as mídias sociais. Os mais otimistas no assunto afirmam que ou as mídias tradicionais se adaptam ou morrerão! Consumidores, marcas e produtos se encontram nas mídias sociais porque, neste espaço cibernético, existe uma relação dialógica do tipo: tu falas comigo e eu contigo, pessoa física ou jurídica. Os macros anunciantes estão preferindo as mídias sociais em detrimento da TV e Jornais impressos por verem que o retorno sobre investimentos (ROI) estão perdendo com os canais tradicionais. Ou seja, o mundo está girando na órbita da Internet e o pré-candidato de visão tem essas ferramentas a seu dispor. Agora, é condição fundamental: ter conteúdo. Se sua imagem é construída com conteúdo, seu sucesso acontecerá naturalmente. Pense estrategicamente. Aja de acordo com um plano estratégico e seja bem-sucedido! Um abraço!

************************************************ O VÍDEO FALA POR SI

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JOÃO B NUNES
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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

SEXO, HERMAFRODITISMO PSÍQUICO E ANDROGINIA


Não quero aqui, utilizar desse espaço para rotulações, classificações de patologias quaisquer que sejam, principalmente quando o assunto é sexual. Mas não devo deixar de reconhecer o fato de que são assuntos instigantes e que, quanto mais estudamos a matéria, nos deparamos com uma infinidade de questões não resolvidas e que tanto a psicanálise, quanto a sociologia e a religião se debatem a fim de chegar a um termo.

O sexo, por exemplo, está tão impregnado em todas as formas de manifestação humana, seja pelo universo simbólico, seja nas condutas mascaradas, e nesse particular, a sublimação é uma das mais evidentes, como àquelas que julgamos não ter relação alguma como os jogos políticos e por ai em diante. Quanto mais se condena, mas atrativo se torna, quanto mais se reprime, mas explícito fica. Se a postura é liberal, o banal, o corriqueiro do tanto se expor vai se esvaziando quanto a seu conteúdo de significados.

O que dizer, por exemplo do hermafroditismo psíquico? O sujeito, acha-se, no primeiro momento confuso em relação a sua condição sexual. E ai se depara com as cobranças do meio social que cria regras de conduta com as quais ele [ou ela] terá que se conduzir para habitar na esfera do considerado "normal". Com a maturação desse indivíduo, as convicções vão se cristalizando em sua mente: embora tenha nascido com os documentos anatômicos e fisiologicamente masculinos ou femininos, a cabeça dele (a) pertence ao universo do sexo aposto àquilo que tem ou com o que nasceu e recebeu identificação civil.

Nessa instância, a pessoa já se depara com a questão jurídica da discursividade de gênero no nome, pois ao nascer, as identidades fisiológicas, emergentes das intimidades somáticas, levam a inscrever tal pessoa, para fins de identidade civil, como sendo homem ou mulher. Só depois, quando na pre-adolescência a pessoa mais ou menos percebe que há algo errado em relação não só às preferências de gênero, mas a tudo que ele (a) é e que não deveria ser. É algo que não pode se associado a influências a que a pessoa esteve exposta, pois independentemente de qualquer coisa, toda o sentir é como se aquele ser estive num corpo que não lhe pertence por não corresponder as estruturas mentais.

Toda essa coisa não-esclarecida vai ancorar no terreno da androginia (de andros = homem, e ginia, gineco= mulher) por algum tempo, ficando no ar atitudes positivamente masculinas no corpo feminino, ou de mulher num corpo de homem, confundido-se com homossexualismo ou alguma outra dessas classificações modernas, que não as da psiquiatria, que cunha logo de desvio patológico, associado a doença.

O andrógino pode até associar-se ao ativismo homossexual e frequentar alguns ciclos do espaço gay, mas logo as setas indicarão o caminho: mudança de sexo. E, hoje, no Brasil, há cada 15 dias esse tipo de operação está sendo processada. E a legislação brasileira já conta com jusrisprudência que dá aporte e apoio legal, conformando essa transição de sexo ao novo Código Civil. Só então, é claro, com terapias infindáveis de hormônios para manutenção das características que se quer desenvolver na nova identidade, assumidos os riscos dos efeitos colaterais dessa jornada terapêutica. Com nova cara e "documentos" anatômicos, tudo fica como parece, menos a função de reprodução, a questão gestacional.

A grande questão que se impõe é como a religião tradicional irá acolher essa nova realidade, afinal, muitos desses novos cidadãos que escolheram assumir sua identidade modificada cirurgicamente são seres humanos que, como qualquer um, sentirão necessidades sociais, dentre elas, a igreja. E aí, não se pode usar nenhuma das formas de negação desse direito, mesmo a mais disfarçada que seja.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Retorno da Ética


Psicodinâmica do Trabalho

Esta manhã reservei um tempo para organizar alguns filmes, e me deparei com a saga Star War de Steven Spielberg. Estava ali o Retorno de Jedi, cuja trama fala de um jovem com poderes especiais que traria equilíbrio da “força” para uma galáxia inteira em crise.

Pensei em escrever algo falando sobre ética, algo que não fosse enfadonho ou comum ao que já existe, aliás, assunto é o que não falta. Então, que tal: “O Retorno da Ética”.

Luke Skywalker, o jovem jedi, tinha a missão de derrotar o maldoso Darth Vader que era um cara nada ético, responsável pelo conflito intergaláctico, pela instauração de um jogo de intrigas e trapaças geradoras de intensos conflitos, coisas típicas de ambientes relacionais, onde estamos sujeitos a sofrer ataques os mais diversos e inesperados, como um assédio moral, sexual, difamação, calúnia, ou algum outro tipo de cerceamento, que tem – em geral – como pano de fundo a inversa sublimada, velada e dissimulada.

A ética, em comparação com a “força do bem” retratada no filme, esteve ausente durante algum tempo, o que levou muita gente a pensar, que além de preparo técnico e experiência no tranco, deveria aprender a nojenta arte do puxa tapete, de vencer não importando os meios, de delatar o (a) colega para o (a) chefe. Nesse tempo, foi um “salve-se quem puder”. A gerência de recursos humanos se viu às voltas com tantos desentendimentos originados do nada. Era a famosa tempestade em copo d’água que separava os melhores amigos.

Com o retorno da ética, não querendo negar a existência de atitudes mesquinhas e toscas que ainda perduram, os profissionais conscientes e sensibilizados, procuram pautar suas condutas por comportamentos politicamente corretos, do tipo, faço o meu trabalho, buscando primar pela coerência e competência, mantendo a cortesia, fineza no trato, respeito, consideração, o que for, além disso, não convém me meter. Só aí a “força” extinguiu os falatórios levianos em ambiente de trabalho, posturas inadequadas em relação ao sexo oposto, “preocupação” exacerbada com a vida alheia, e a produção migrou do nível fraco e inexpressivo para o otimizado, por uma simples razão: adição de concentração.

Os profissionais éticos, modernos, resilientes, dinâmicos, educados, que têm a “força” a seu lado, não temem infortúnios, nem panelinhas, nem mal olhado, porque eles estão sempre velando pela exatidão de suas obrigações. Não param para se inteirar da vida de quem quer que seja, não são lisonjeadores (tradução: babões do (a) chefe). Na frente do trabalho eles estão e não interessa quem faltou se por esta ou por aquela razão, o (a) chefe sabe que pode contar com eles. Eles são conhecidos pela sinceridade e hombridade.

Se você faz parte desse plantel, parabéns! Não é fácil, é o caminho mais estreito de se trilhar. Mas as coisas boas da vida, as que realmente se constituem em bens duráveis não são comprados, são conquistados. Que a “força” esteja com você!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

MÊS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA: O PONTO "CEM"TÍFICO


Durante todo este mês de outubro, nos períodos da manhã e tarde, você tem um encontro marcado com a Ciência e Tecnologia. É o Ponto “Cem”TIFICO que acontece no Ponto de Cem Réis, no centro de João Pessoa, do dia 03 ao dia 28.

Todos os anos são realizadas no Brasil inteiro as edições da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Este ano, a Prefeitura Municipal de João Pessoa, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia, sob a regência do competente secretário Marconi Maia, amplia o leque das discussões com o tema: “Mudanças Climáticas, desastres ambientais e prevenção de risco”.

A estrutura montada naquele espaço é composta de vários stands e um auditório onde serão oferecidos a todos os públicos acesso livre a internet, cursos e oficinas de inclusão digital entre outros serviços inteiramente grátis.

Agora que já fiz a merchandising [gratuita] do evento, não querendo ser “explicicista de mais” como um amigo que conheci na arena do trabalho, que se auto-intitulou “misantropo” e eu cunhei de misantropo social, aquele avesso, mas nem tanto, ou tão alheio ao calor humano que não vive sem o tal... Enfim, quero, sem delongas mais, aproveitar o espaço para tratar exatamente do objeto das discussões da SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, para além das terras paraibanas, e MÊS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA aqui no nosso querido torrão.

Mudanças Climáticas tem sido a preocupação de organismos nacional e internacional desde quando se começou a perceber algo pairando sobre o ar, ou melhor, sobre os ares, a partir de estudos climatológicos denunciadores de tempos que virão, que mais parecem um prenúncio escatológico, daqueles da bíblia, um anuncio do fim. Quem vive em São Paulo, por exemplo, o sabe muito bem. A baixíssima qualidade do ar já está fazendo parte do DNA dos moradores daquele estado. Quem mora em Brasília, sente de forma dolorosa a pressão de se viver com a umidade relativa do ar baixa forçando ao corpo maior desprendimento de energia, sem falar nas complicações cardiorrespiratórias. E para os que moramos na Paraíba, espaço geográfico que se situa inteiramente na área conhecida como Polígono da Seca, região do Semi-árido nordestino, assiste o avanço do processo de desertificação que já está, segundo estudos do INSA, tomando proporções para lá de preocupantes.

Não quero ser alarmista, nem conformista a ponto de achar que devemos ficar inertes, acomodados numa das cadeiras da arquibancada do tempo vendo se desenrolar todas essas transformações no meio ambiente. É preciso que eu e você, comecemos a sedimentar uma consciência ecológica a partir de nossas casas no uso racional da água, da energia, da destinação dos resíduos sólidos, na preocupação com os nossos esgotos domésticos e por aí em diante. O bem que desregradamente desperdiçamos hoje pode vir a ser vendido a preço de ouro amanhã.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

ERA DA INFORMAÇÃO E A MONOCROMIA JORNALESCA


Eis o século XXI! E o imaginário popular do século passado achava que por esse tempo, dada a velocidade da produção do saber, já estaríamos andando de carro flutuante como nos filmes científicos. E olha que não estamos longe dessa realidade, basta ver os avanços do projeto do trem flutuante sobre trilho, o MagLev Cobra, que é capaz de desenvolver 450 km/h levitando por ação magnética. Pois bem, e o que isso tem haver com a era da informação e a monocromia jornalesca?

O próprio conhecimento do MagLev Cobra é fruto do trabalho jornalístico. Há excelentes profissionais da área (eu não me incluo, mas sou admirador) que se esmeram para produzir o melhor, com o colorido suficiente para chamar a atenção e o conteúdo abalizado. Eles estão aí desde a invenção da imprensa por Johannes Gensfleisch Gutenberg. Eles fazem parte da grande imprensa, no sentido moderno.

A grande imprensa, sabida e sábia a um só tempo, entende o ritmo e direção da locomotiva macro para onde convergem as tendências que interessam o público, assim como as várias leituras possíveis da realidade dinâmica. Tudo isso demanda um trabalho árduo, vigilante, auscultador, perscrutador. Envolve centenas de pessoas cada um dentro de sua vocação, desde o repórter carimpador da informação, ao gráfico, designer, fotógrafo, webmaster, Office boy etc. Tudo isso implica numa grande empresa com contas a pagar e a receber.

Entretanto, a meu ver, nada justifica a existência que se verifica em alguns dos principais portais de informação local, regional e nacional, daquele ícone optativo que "restringe" o acesso do leitor a determinadas áreas privilegiadas. Para mim, essa prática realça o modo monocromático de ser. Ora, existem portais que, para cadastrar o leitor, colocam um banco de dados que requerem informações além dos limites da oferta de um determinado serviço.

Por exemplo, cadastrar o título de eleitor, entre outros dados obrigatórios, a gente só poderia ver mesmo isso aqui na Paraíba! E olha, que o sujeito, responsável por aquela determinada área do portal, está pensando seriamente em implantar a leitura óptica de reconhecimento da íris, leitura biométrica, coleta de amostra da célula tronco, para saber se aquele determinado leitor é mesmo quem disse que é para ter acesso a informação. É tanto besteirol que se perde na maionese que me tolheram as forças, meus dedos não conseguem mais digitar certos jornais conceituados com posturas nomocromáticas jornalescas. O pior é que, se tal prática fosse um forte indicador de lucros, dividendos para a imprensa e o profissional, entenderia.

Só que a informação restringida por esse ou aquele "grande" jornal, ícone da criatividade midiática, eu a tenho por completo em tantos outros, de forma gratuita e rápida, sem precisar escanear minha língua no reconhecedor de saliva on line, para dizer que aquele leitor sou eu, de fato.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A NOVA BANDEIRA DA PARAÍBA


E se, em vez daquela bandeira rubro-negra que ostenta o NEGO, tivéssimos esta nova bandeira? Isso é possível?

Não só é possível, como reflete o anseio de centenas de pessoas no estado. Naturalmente, não precisa ser exatamente esta acima, mas se fosse já traria bons áres para a consciência coletiva do estado.

E o que há de errado com a atual bandeira?

A bandeira é o símbolo máximo de um estado. É a identificação que liga o institucional ao ser, ao paraibano, num elo emocional, num realce que acende a chama do sentimento de pertença. Aonde quer que - no mundo - viva um paraibano, ele sempre irá se emocionar ao ver a bandeira de seu estado, por causa do poder que nos une ao sublime torrão.

A bandeira atual, de cores vermelha e preta, destacando o NEGO, ostenta no mais alto dos prédios públicos ecos de um tempo nebuloso, de velhos e caducos modelos de fabrico de "heróis" para um povo majoritariamente analfabetos, incapazes de ler o discurso nas entrelinhas, vulneráveis a todo tipo de manipulação. Esta realidade na Paraíba ainda é sentida, mas não tão grosseiramente como dantes. Essa atual bandeira, inequivocamente, remonta a um tempo em que a Parahyba limitava-se ao acanhamento dos quinhões hereditários, das sesmarias cujas sombras das famílias tradicionais, vemo-las pelas avenidas nos casarões abandonados que a geração de hoje reluta em saber a origem.

Tempos idos cuja distração maior era prestar homenagens ao sangue derramado pela violência incitadora e a instituição de um luto eterno, e o símbolo do NEGO, como que traduzindo uma maldição incessante. Quem por mais que amasse o morto, gostaria de ostentar sua mortalha por entre os anos? Pois bem, a atual bandeira do nosso estado é uma mortalha, nada mais que isso.

Hoje, em pleno século XXI, na era da robótica, do acelerador nuclear de partículas subatômicas, da virtualização global de saberes, o estado da Paraíba, apesar de todas as suas deficiências socioeconômicas, produz mentes pensantes, cientistas nas mais variadas competências. A juventude tem oportunidades que, comparadas aos anos 30 de século passado, eram impensadas! Hoje temos a Internet, por meio da qual você está lendo este texto agora. Enfim, tudo que converge para a formação de novas mentalidades que não aceitam mais as "fórmulas" já explicadas, coisa feita para ser inculcada e pronto. A Paraíba de hoje, não é a mesma de outrora, por isso, essa ideologia reificada nas cores da bandeira atual, essa mistíca heróica maldita não tem haver com nosso presente, muito menos com o nosso futuro.

E quais os caminhos legais para tal mudança?

Logo no artigo primeiro da Constituição Federal, parágrafo único lê-se que o " todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, [nos termos constitucionais]". A mesma Carta Magna, preve no art. 61, que "a iniciativa das leis (...) cabe [entre outros casos, inclui-se] aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição".

De acordo com Ubergue Ribeiro Junior, assessor da Sub-chefia de assuntos jurídicos da Casa Civil da Presidencia da República, "a iniciativa popular, em linhas gerais, é o instrumento segundo o qual a Constituição viabiliza, formalmente, a possibilidade de os cidadãos serem os responsáveis diretos pela propositura de um projeto de lei. Criada pelo constituinte originário, ela é um dos expoentes da soberania popular (art.14, III, da Constituição), onde os cidadãos, reunidos e organizados nos termos do art.61, §2º, da Constituição, podem apresentar à Câmara dos Deputados um projeto de lei oriundo da mais legítima vontade social."

Basicamente, tal iniciativa precisará da subscrição de 1% da população nacional, com percentual igual em cinco estados da federação.

Mas, no caso da iniciativa popular cuja temática é de competência estadual, a Assembléia Legislativa tem a prerrogativa de acolher, de acordo com critérios preestabelecidos, o pleito cabalmente representado. O ideal é que haja o envolvimento dos 223 municípios como forma maciça de coroamento, do desejo de mudança.

E quais os grupos envolvidos, que propõem essa mudança?

No estado da Paraíba existem basicamente dois grupos formados por intelectuais, escritores, artistas e profissionais liberais. O primeiro, pioneiro, defende a volta da bandeira de cores verde e branca; o segundo, denominado de Movimento Bandeira Viva, advoga a substituição da atual bandeira rubro-negra por uma bandeira de cores vivas, que transmitam vida em vez do luto e da morte. Esse movimento opina que seja feito em todo o estado, um amplo concurso de designer para se eleger a bandeira que será a nova bandeira do Estado da Paraíba. Eu, já dei minha contribuição, e se houver o concurso, a meu layout já está aqui.

ENERGIA FOTOVOLTAICA


O que é energia fotovoltaica. Como o próprio nome sugere é a força energética, (traduzida em voltz) captada das irradiações solares. É a energia solar, no BRASIL mais que abundante! A captação é feita por meio de placas, os paines solares, instalados no alto de prédios, casas e demais espaços abertos.

O Brasil é rico em recursos naturais e possui recursos humanos disponíveis para atuar na geração de energia solar fotovoltaica. No entanto, apesar de notáveis esforços em algumas fontes renováveis de energia, são poucos os resultados que promovam a inserção da energia fotovoltaica na matriz elétrica nacional.O Estado brasileiro encontra-se em fase de posicionamento sobre a definição de políticas públicas de incentivo ou regulamentação que promovam (ou que permitam de forma clara e eficaz) a inserção dessa fonte de energia nas redes concessionárias de eletrificação rural e urbana.

Esse fato dificulta o desenvolvimento da energia fotovoltaica em maior escala e ressalta a importância da aplicação de mecanismos regulatórios para o seu fomento empresarial e incentivo à inovação tecnológica – gerando milhares de empregos de alto valor agregado. Outros empecilhos para a adoção da energia fotovoltaica em grande escala são: o alto custo atual da engenharia fotovoltaica, o que muitas vezes torna seu emprego urbano inviável; e o desconhecimento dos benefícios da utilização dessa fonte limpa e renovável num país de dimensões vantajosas e com índices muito favoráveis de irradiação solar.

Percebe-se que existe uma tendencia a utilizar a energia fotovoltaica como coadjuvante da energia elétrica, como uma fonte complementar, sendo a primeira,possui inequivocamente, um potencial superior à demanda ativa no Brasil, razão pela qual a energia fotovotaica deve ser incentivada com participações cada vez crescente na matriz energética nacional.

Trazendo essa temática mais próxima de nossa realidade situacional, há fortes defensores desse incremento energético na indústria, como o Presidente da FIEP/Paraíba, Dr.Buega Gadelha, assim como estudos e experiências habitacionais levados a efeito pela Universidade Federal de Campina Grande, apontando a viabilidade de uso dessa fonte natural de energia com ganho em todos os quesitos tais como geração de milhares de empregos de alto nível, geração e distribuição de riqueza socioeconômica, desenvolvimento e fortalecimento do parque industrial competitivo internacionalmente, ganho ambiental, já que essa modalidade de energia e classificada como renovável e ambientalmente limpa.

Iniciativas louváveis de alguns governos já comtemplam em suas políticas habitacionais, unidades populares equipadas com placas de captação de energia solar. Esse é um pequeno, mas bastante significativo. Debater, divulgar, fomentar capacidades mobilizadoras convergentes é o ideal para que, a curto e médio prazo, tenhamos maior escala possível do uso dessa tecnologia, até que enfim, a produção de energia fotovoltaica atinja seu ponto alto na matriz energética brasileira.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

SINISTROLOGIA E A SEGURANÇA GLOBAL

Sinistrologia e segurança global, te interessam? Pois, deveria. Embora a Sinistrologia seja uma ciência de evolução muito recente, há bastante tempo os estudos epidemiológicos demonstram que, apesar do conceito de guerra total, da evolução da tecnologia armamentista e do imenso incremento dos arsenais bélicos, nestes dois últimos séculos, a somação dos danos e dos prejuízos causados por desastres naturais, humanos ou antropogênicos e mistos, ultrapassa de muito à dos provocados por todas as guerras.

Desta forma, é inquestionável que a maior ameaça à sobrevivência e à incolumidade das pessoas é constituída pelos desastres.

Enquanto os Estados Unidos da América, durante toda a guerra do Vietnã, perderam 57 mil homens, entre mortos e desaparecidos, no Brasil, a cada ano, 40 mil pessoas morrem em conseqüência de desastres de trânsito.

Desde 1950, ficou caracterizado que os acidentes domiciliares e peridomiciliares, especialmente os relacionados com intoxicações exógenas, são a maior causa de mortalidade entre crianças com menos de 5 anos e a segunda maior causa entre crianças de até 15 anos.

A pandemia de SIDA/AIDS tende a firmar-se, neste início de milênio, como uma das maiores causa de mortalidade, entre adultos jovens.

No atual estágio de desenvolvimento tecnológico é perfeitamente possível reduzir, substancialmente, a intensidade dos desastres e aumentar o nível de segurança global da população, de todos os países do mundo, por um custo muito inferior ao da corrida armamentista, caso haja vontade política para a necessária mudança de enfoque.

Em conseqüência destas constatações está em pleno desenvolvimento o conceito de que a segurança global da população é dever dos Modernos Estados de Direito e também direito e responsabilidade da cidadania.

A segurança global da população relaciona-se também com os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, definidos no artigo terceiro da Constituição Federal de 1988:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.

sábado, 13 de agosto de 2011

O MODELO MÉDICO-BIOLÓGICO


"Entrei na sala do doutor com a criança nos meus braços. Há uma semana que ela gemia com dores no estômago, sem deixar ninguém em casa ter descanso. O doutor não olhou nem pra mim, nem pra criança. Permaneceu com seu olhar no bloco de papel de receita. Perguntou (sem olhar pra nós): - que ela tem? Respondi, contando-lhe toda a história, começando do começo. Ele escreveu um remédio e mandou eu comprar e dá pra criança, de seis em seis horas. Oito dias depois a criança morreu. Uma dona Não-sei-quem, que nos atendeu, dizendo ser a chefe do doutor, me disse que vai "averiguar!", vai "perguntar a ele se foi assim mesmo que a história aconteceu..."

Esse fato é verídico. Aconteceu numa cidade, no interior da Paraíba, meses atrás. Não sei ao certo de a denúncia foi acolhida pelo gestor de saúde da cidade, se o Ministério Público foi provocado, se a Secretaria de Saúde do Estado tomou conhecimento, se o Conselho Federal de Medicina abriu sindicância para apurar a conduta desse "doutor".

A verdade é que todo médico ao se formar faz um juramento, o juramento de Hipócrates, que - apesar de ter sofrido algumas alterações textuais -, essencialmente reproduz o que todo cidadão deveria esperar de um médico: "Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade. Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão.

Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação. Respeitarei os segredos a mim confiados.

Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica. Meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes.

Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.

Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra."

Salvo aqueles profissionais que realmente buscam refletir sua prática médica à luz desse juramento, reconhecidamente existem muitos, há àqueles que simplesmente reproduzem o modelo médico-biológico que teve seu áuge na década de 1970, e que enxergava na figura do paciente, apenas um objeto bio-mecânico, que - como as máquinas em geral - têm defeitos e eles se propõem através de experiências farmacológicas tratar desse problema que recebe o nome de "doença".

Para o modelo médico-biológico não existe a pessoa. Simplesmente um "paciente". A realidade da dor, das implicações psicossociais, das relações de afeto, são nulas. É a reificação do desumano cuidando de humanos. É por essa razão que se "esquecem" instrumentos cirurgicos pérfuros cortantes em barrigas de pacientes, prescrevem-se remédios cujos efeitos não se têm o devido conhecimento, viva o efeito placebo!

Se a morte de uma criança por erro de prescrição, ou mesmo por negligência médica envolve uma família pobre e desenformada da zona rural de tal cidade, quem irá tomar as dores? Quem vai advogar a causar? O assunto morre ali mesmo. Nesses casos é mais fácil dizer que o erro foi da família. Por quê seria do médico?

Os reprodutores do modelo médico-biológico estão entre nós. Oremos para que não caiamos em suas mãos. Porque são tudo, menos, humanos.

domingo, 24 de julho de 2011

O QUE É INCLUSÃO DIGITAL?


Gostaria de começar discorrendo sobre O QUE NÃO É inclusão digital, para poder me aproximar mais ou menos no que realmente interessa no uso e abuso dessa expressão tão recorrente no governo e em certos ciclos.

Primeiro, com a devida vênia, não é preciso ser um expert no fabuloso mundo midiático, do tipo tecnológico ao extremo, daqueles caras que usam chinelão de couro, jeans desgastado e mochila com um tablet e um notebook de última geração, óculos fundo de garrafa e andar despojado. Mas, seja em qualquer situação, via de regra, é preciso saber fazer uma leitura justa da realidade. Isto já era proposto pelos filósofos da Antiguidade, do tempo em que vela dava choque. Enfim:

-INCLUSÃO DIGITAL não é um curso básico de World, Excel e Paint

-INCLUSÃO DIGITAL não é um curso de Internet para aprender a usar o Orkut, Facebook e Twitter.

Governos e instituições sociais beneficentes têm se esmerado para apresentar números otimistas desse tipo de “inclusão digital”. Louvável esse esforço, mais isso ainda não é INCLUSÃO DIGITAL.

Afinal, o que é então? Inclusão Digital é, numa definição prática e simples, a apropriação igualitária, justa, de qualidade técnica e de insumos, que o pobre da periferia, dos morros, da zona rural, das escolas públicas, dos lixões, deveriam ter como item indispensável, acessório, para a formação e transformação de suas realidades, a partir do fluxo e refluxo de conhecimentos que possibilitem a compreensão, a maturação do saber, ou dos Sete Saberes de Edgar Morin, acunhando e aprofundado o traçado com Celso Furtado, desenvolvimento sustentável em nível local, perpassando por Anísio Teixeira, Educação para todos, findando com Paulo Freire, desenvolvimento educacional a partir do meio.

Do que adianta ter acesso a um computador novíssimo e potente, se tudo que sei é acessar o Orkut? Se meu mundo é reduzido à mesmice de todos os dias? Ou pior, se o sinal da Internet é fraco, sem qualidade. Tem coisa mais excludente do que fingir que isso é inclusão digital?

É preciso investir maciçamente na educação crítica, na formação do ser total, no afloramento de consciências para se chegar a mínima noção de que não nos basta a “vontade política” de se promover a inclusão digital, é necessário e urgente romper os laços com monopólios das telecomunicações que enriquece às custas dos governos e nessa quebra de braço e cabo de guerra, essas empresas sempre ganham e são responsáveis diretas pelo atraso e ineficiência dos projetos de inclusão digital.

Quando estamos diante da televisão somos bombardeados por um quantum de sugestões que criam e impõe modelos sociais de forma unilateral, para expectadores passivos; quando nos apropriamos da inclusão digital, existe uma troca de idéias, e a possibilidade de somatório de lá pra cá e de cá pra lá. Ou seja, o desenvolvimento que se dá lá, pode partir inclusive de cá, mesmo que a distância geográfica entre o “cá” e o “lá” seja continental. Isso é Inclusão Digital.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A GUERRA SANTA NEOPENTECOSTAL


Analisando a evolução expansionista e, obviamente patrimonial, de uma das maiores igrejas neopentecostais, a Universal do Reino de Deus, vejo-me de volta numa das salas de aula da Faculdade de Psicologia (UEPB) em Campina Grande naquela manhã em que ouvia grupos de colegas fazendo a defesa dos textos de GUARESCHI (Textos em representações sociais, cap.6, pág.191-223) sob o título "Sem Dinheiro não Há Salvação".

Alí, fora-me confirmado o pensamento de que quase todos sabem falar sobre futebol, muito pouco, sabem falar - com propriedade -, sobre religião e/ou movimentos religiosos. Foi quando, chegada a minha vez, pude sanar vários pensamentos equivocadíssimos que pairavam de forma nebulosa misturando Tomé com bebé, do tipo pentecostalismo, neopentecostalismo e tradicionalismo religioso. Para minha surpresa, ao passo em que lhes esclarecia os fundamentos originados no Séc. XVI, até antes com Jonh Huss e Wycliff, culminado com Matin Lutero, ouve um silêncio sepulcral e os que dantes se debulhavam em risos entoando o velho hino destoado da realidade de que "todo pastor é ladrão" se curvaram ao crivo da história crítica que aí está, disponível nos melhores livros à espera de arguto leitor.

O fato é que a Igreja Universal do Reino de Deus, pertencente ao grupo dos neopentecostais que emergiram na década de 80 no Brasil, não se denomina evangélica, nem católica romana, nem espírita ou outra linha filosófico-religiosa, mas sim "cristã", e pronto. O que aproxima os líderes fundadores desse ramo religioso é o discurso coerente, direto, persuasivo, com que arrebanha milhares de pessoas. O Bispo Edir Macedo, por exemplo, é um senhor elegante, educado, um profissional das massas pelo poder de mobilização já demonstrado pelo IURD. Comparado ao Missionário RR Soares, outro da mesma estirpe, um gentleman que conquista um sem número de pessoas pelo Brasil a fora. O ponto chave dessa cepa é que os pastores subalternos, do mais próximo e mais instruído ao pastorzinho de periferia se utilizam de práticas de arrecadação financeira que não é facilmente vista ou até mencionadas pelos grãos líderes.

Parece até que, ouvindo Edir Macedo, não estamos na mesma Universal com suas megas reuniões de pessoas que juram de pés juntos que encontram a riqueza e felicidade, coisa que não existem em outras igrejas, só lá, é marca exclusiva. É possível ouví-los fazer o chamamento pela TV utilizando vários "testemunhos", atingindo várias áreas, mas principalmente a financeira, a saúde e a sentimental. Ouvi certa vez um homem afirmando ao entrevistador que fez uma doação de três carros 0k, e com isso sua vida mudou exponencialmente.

Sem dúvida, com novas denominações que "estouram" em âmbito nacional, mais agressivas quanto ao método, o Brasil se tornou um território disputado em cada metro quadrado pelos neopentecostais e a Universal precisou mudar o estilo e discurso para garantir espaço e vantagem em relação às demais. Hoje, os líderes não mais precisam chutar estátuas de santos da velha romanista, que outrora era famosa por essas mesmas práticas de loteamento do céu. Hoje, eles se investiram de uma capacidade mobilizadora penetrante na classe média, daí a linguagem empresarial e fórmulas mágicas de ressucitamento de empresas e vocações profissionais falidas, mas lembre-se: só na Universal! O apelo populista ainda é forte, mas com roupagem nova.

Hoje, a guerra é contra os próprios concorrentes neopentecostais. E aqui e acolá ouve-se os pupilos de Edir Macedo mencionar algo sobre os tais concorrentes "desclassificados", no mesmo instante em que convidam para as superreuniões não mais de descarregos, mas da busca pela fortuna, onde o fiel "revoltado" com sua situação poderá enriquecer, mudando da água para o vinho, enfim, coisas desse tipo. Aos amigos católicos, macumbeiros, evangélicos e ateus, se querem ficar ricos, o endereço é no "Fala que Eu Te escuto!"

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O TOQUE MÁGICO DE UM BEIJO


Beijar. Quem não recorda o primeiro beijo apaixonado? Só quem nunca beijou, e se existir esse tipo, acredito que sua vida é seca e sem afeição, infrutífera, infértil. O beijo se liga a tudo que uni as pessoas. O beijo é sempre comunicador de algo. Comunica afeto, carinho, amor e ternura. Tão importante que mexe com todo o nosso biológico. Várias áreas de nosso corpo são capazes de produzir efeitos emocionais que, em seu conjunto, dão ressignificação ao momento vivido. A vida ganha mais cores, e as cores ganham mais vida.

Beije seu amor, seus filhos, seus familiares, seus amigos, aproveite cada momento que a vida tão ternamente nos oferece para evocar gestos que humanizam nossa relação. Nunca se esqueça que o beijo é como um toque mágico de efeitos duradouros capazes de transformar pessoas e situações.

terça-feira, 28 de junho de 2011

VIVA A REPÚBLICA!!!

Interessante... Numa das cartas do jornalista Euclides da Cunha, enviado especial que fez a cobertura da Guerra dos Canudos, no Estado da Bahia em 1897, foi dito pelo Coronel Carlos Teles que ao tomar o domínio de Antonio Conselheiro, não havia o número de casas que tanto se propalavam e as pretensões de Conselheiro não eram monárquicas. Mas o Senhor Ministro das Guerras, Marechal machado bittencourt, achou por bem concentrar todo poder de fogo do Exército Brasileiro contra um outro brasil desconhecido da maioria, pobre e miserável, que não tinha outra saída para fugir da exploração dos coronéis, da selvageria da polícia sem lei, dos impostos pesados para o homem do sertão manter sua família, senão, os braços consoladores do Padim Conselheiro. Aquela gente sofrida do sertão não queria instaurar nenhuma monarquia. Eles queriam justiça social!

Tempos mais tarde, a Força Expedicionária se reagrupa outra vez, desta feita contra o inimigo externo, era a Segunda Guerra Mundial. A força reunida do Brasil era formada por homens despreparados, armamentos obsoletos, equipamentos sucateados e, ao final, serviram de tema para os americanos, estes mesmos que incitaram o Brasil a entrar na Guerra. Quando da ação estratégica de conquista de Monte Castello, os americanos se riram da pífia atuação do soldado brasileiro, chegando a dizer que eles eram mais atrapalhados como jamais viram!

Hoje, o Exército Brasileiro está mais organizado. Poderia ser melhor, mais atuante, principalmente nas nossas fronteiras onde a Polícia Federal é impotente diante do trânsito de bandidos traficantes de drogas e armas que abastecem o mercado das grandes metrópoles. Acho que, em vez do contingente ficar aquartelado nos Comandos, deveria estacionar as tropas nos pontos cruciais de fronteiras. Isto em si, já diminuiria os principais problemas de segurança pública que contabilizam índices alarmantes de crimes ligados a drogas e uso indiscriminado de armas em todo o território nacional.




sábado, 25 de junho de 2011

SUSTENTABILIDADE URBANA, JÁ!


O crescimento do número de pessoas vivendo nas cidades, a contínua sobrecarga nos recursos naturais na infra-estrutura e nas instalações urbanas, além dos profundos impactos causados no meio ambiente têm, por consequência principal, a deterioração da qualidade de vida nas cidades. Todos estes fatores têm conduzido à preocupação com a sustentabilidade urbana, expressa principalmente através dos inúmeros debates, conferências e documentos sobre o tema produzidos principalmente nas últimas décadas do século XX. Entre estes cabe destacar: - o relatório Nosso Futuro Comum (Relatório Brundtland), publicado pela Comissão Mundial das Nações Unidas, que apresentou o que se constitui hoje em uma das definições mais aceitas e difundidas sobre o tema. Segundo a comissão, desenvolvimento sustentável é aquele que "atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades"; - a Agenda 21, documento discutido e aprovado durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, que consiste em um programa de ação a ser implementado pelos governos signatários com o objetivo de reverter a atual situação de degradação ambiental, promover desenvolvimento socioeconômico e reduzir as desigualdades sociais dentro e fora dos países; - a Agenda Habitat, aprovada na Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos ocorrida em Istambul, Turquia, em 1996. Neste documento são tratados aspectos fundamentais para a provisão de moradia adequada para todos os cidadãos e para a garantia dos padrões de desenvolvimento sustentáveis para os assentamentos humanos.

A diversidade de documentos relativos ao tema conduz, no entanto, à dificuldade em se estabelecer uma definição única e consensual para a questão da sustentabilidade urbana. Do mesmo modo, os conceitos apresentados mostram-se fortemente influenciados por fatores como localização geográfica, estágio de desenvolvimento econômico, características e interesses específicos das nações ou grupos que os desenvolveram. Apesar dessas variações há, no entanto, pontos em comum entre as diversas definições e entre os temas considerados nos debates sobre o desenvolvimento sustentável.

Entre estes, está o "espaço" onde deve ocorrer o desenvolvimento para que ele seja sustentável. Este espaço pode ser entendido como a interseção entre as dimensões econômica, social e ambiental. Este é, sem dúvida, o principal desafio a ser superado pelo Poder Público.

Em cidades como João Pessoa, seguindo a dinâmica das principais cidades do Brasil, enquanto a população cresce ao ano 2%, a frota de carro particulares aumenta em 8%, apresentando uma margem percentual de um carro para três habitantes. Em Campina Grande, principal cidade do interior do Nordeste, o tráfego está com sérias perspectivas para os próximos anos, faltando infraestrutura urbana para comportar esse movimento crescente. Em 9 anos a frota cresceu 76%, representando 41% da frota paraibana.

O espaço, elemento precípuo da convivialidade social precisa ser objeto do debate, da resolução, da agregação de valores com o foco na sustentabilidade, criando e dando condições para emergência de uma cultura sócio-ambiental. Isto é sustentabilidade.