quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A NOVA BANDEIRA DA PARAÍBA


E se, em vez daquela bandeira rubro-negra que ostenta o NEGO, tivéssimos esta nova bandeira? Isso é possível?

Não só é possível, como reflete o anseio de centenas de pessoas no estado. Naturalmente, não precisa ser exatamente esta acima, mas se fosse já traria bons áres para a consciência coletiva do estado.

E o que há de errado com a atual bandeira?

A bandeira é o símbolo máximo de um estado. É a identificação que liga o institucional ao ser, ao paraibano, num elo emocional, num realce que acende a chama do sentimento de pertença. Aonde quer que - no mundo - viva um paraibano, ele sempre irá se emocionar ao ver a bandeira de seu estado, por causa do poder que nos une ao sublime torrão.

A bandeira atual, de cores vermelha e preta, destacando o NEGO, ostenta no mais alto dos prédios públicos ecos de um tempo nebuloso, de velhos e caducos modelos de fabrico de "heróis" para um povo majoritariamente analfabetos, incapazes de ler o discurso nas entrelinhas, vulneráveis a todo tipo de manipulação. Esta realidade na Paraíba ainda é sentida, mas não tão grosseiramente como dantes. Essa atual bandeira, inequivocamente, remonta a um tempo em que a Parahyba limitava-se ao acanhamento dos quinhões hereditários, das sesmarias cujas sombras das famílias tradicionais, vemo-las pelas avenidas nos casarões abandonados que a geração de hoje reluta em saber a origem.

Tempos idos cuja distração maior era prestar homenagens ao sangue derramado pela violência incitadora e a instituição de um luto eterno, e o símbolo do NEGO, como que traduzindo uma maldição incessante. Quem por mais que amasse o morto, gostaria de ostentar sua mortalha por entre os anos? Pois bem, a atual bandeira do nosso estado é uma mortalha, nada mais que isso.

Hoje, em pleno século XXI, na era da robótica, do acelerador nuclear de partículas subatômicas, da virtualização global de saberes, o estado da Paraíba, apesar de todas as suas deficiências socioeconômicas, produz mentes pensantes, cientistas nas mais variadas competências. A juventude tem oportunidades que, comparadas aos anos 30 de século passado, eram impensadas! Hoje temos a Internet, por meio da qual você está lendo este texto agora. Enfim, tudo que converge para a formação de novas mentalidades que não aceitam mais as "fórmulas" já explicadas, coisa feita para ser inculcada e pronto. A Paraíba de hoje, não é a mesma de outrora, por isso, essa ideologia reificada nas cores da bandeira atual, essa mistíca heróica maldita não tem haver com nosso presente, muito menos com o nosso futuro.

E quais os caminhos legais para tal mudança?

Logo no artigo primeiro da Constituição Federal, parágrafo único lê-se que o " todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, [nos termos constitucionais]". A mesma Carta Magna, preve no art. 61, que "a iniciativa das leis (...) cabe [entre outros casos, inclui-se] aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição".

De acordo com Ubergue Ribeiro Junior, assessor da Sub-chefia de assuntos jurídicos da Casa Civil da Presidencia da República, "a iniciativa popular, em linhas gerais, é o instrumento segundo o qual a Constituição viabiliza, formalmente, a possibilidade de os cidadãos serem os responsáveis diretos pela propositura de um projeto de lei. Criada pelo constituinte originário, ela é um dos expoentes da soberania popular (art.14, III, da Constituição), onde os cidadãos, reunidos e organizados nos termos do art.61, §2º, da Constituição, podem apresentar à Câmara dos Deputados um projeto de lei oriundo da mais legítima vontade social."

Basicamente, tal iniciativa precisará da subscrição de 1% da população nacional, com percentual igual em cinco estados da federação.

Mas, no caso da iniciativa popular cuja temática é de competência estadual, a Assembléia Legislativa tem a prerrogativa de acolher, de acordo com critérios preestabelecidos, o pleito cabalmente representado. O ideal é que haja o envolvimento dos 223 municípios como forma maciça de coroamento, do desejo de mudança.

E quais os grupos envolvidos, que propõem essa mudança?

No estado da Paraíba existem basicamente dois grupos formados por intelectuais, escritores, artistas e profissionais liberais. O primeiro, pioneiro, defende a volta da bandeira de cores verde e branca; o segundo, denominado de Movimento Bandeira Viva, advoga a substituição da atual bandeira rubro-negra por uma bandeira de cores vivas, que transmitam vida em vez do luto e da morte. Esse movimento opina que seja feito em todo o estado, um amplo concurso de designer para se eleger a bandeira que será a nova bandeira do Estado da Paraíba. Eu, já dei minha contribuição, e se houver o concurso, a meu layout já está aqui.

5 comentários:

Anônimo disse...

Algusto Montenegro
CG

Concordo plenamente! A bandeira da Paraíba carrega um estigma, uma marca maldita que precisamos extinguí-la: o vermelho que cultua o sangue derramado, e o negro do luto eterno. É totalmente diferente, por exemplo, da bandeira de Minas Gerais, que evoca o Mártir. João Pessoa não morreu por um ranço político qualquer, morreu por ter provocado a ira de João Dantas, por ter tornado público um romance extra-conjugal mantido por seu rival. Ora, ele, que padecia dessa mesma enfermidade, já que as circunstâncias do crime, João Pessoa estava num Café em Recife, ao lado de sua concumbina. Até hj a história tem sido desleal com a família dantas.

Anônimo disse...

Não, o estigma que a bandeira carrega nada mais é que o desamor que mantemos pelos nossos patrimônios, motivada pela baixa-estima como paraibanos. Para exemplificar isso, cito o Hino da Paraíba, que praticamente não conhecemos, pois nunca nos foi ensinado devidamente nas escolas, nem é tocado nas ocasiões solenes envolvendo nosso Estado. Parece que a gente sofre, sim, de um estigma de não nos "enxergarmos", e ficamos espremidos entre dois estados que dão um exemplo muito forte de auto-estima que têm nossos irmãos o Rio Grande do Norte e Pernambuco, que têm muito orgulho por seus valores. Devemos aprender com eles, e nos achar "lindos", "capazes" e "fortes" o bastante para competir de igual para igual no quesito auto-estima. Isso, com certeza, começa com o fim dessa discussão tola que é a mudança de nossa linda e singular bandeira.
Roberto Alves de Oliveira.

Toninho Veríssimo disse...

Verdaeiramente sabe-se muito bem hoje que o sentido de "mártir" dado a João Pessoa é falso, na verdade a sua morte nada tem haver com o que realmente é pregado por muitos; às vezes por desconhecimento.
Entretanto, a mudança da Bandeira caberia mas para um retorno a anterior verde e branco e\ou um plebiscito!

Karlos Philippe disse...

Creio que a bandeira da Paraíba nada mais é que um repúdio a nossa história, a nossa natureza e não menos importante ao nosso povo, já que a mesma representa e estampa um único feito na história (o qual particularmente não me orgulho), de ódio e rivalidades políticas. Neste caso onde estaria a representação de nossa natureza, do belíssimo nascer e posteriormente o ocaso do sol paraibano? da magnífica pedra da boca no município de Araruna? o "parque dos dinossauros" no município de Souza e outas belezas naturais? Onde estaria a representação histórica da bravura dos paraibanos contra as invasões estrangeiras? E nossos primeiros habitantes,os índios, onde estariam? E nossos imigrantes, os Africanos, Judeus e tantos outros que se alojaram em nosso estado e o amaram como sua terra natal? Onde fica nossa cultura de artesanatos? de criações de animais? tudo isso representa nosso povo, mas que infelizmente foi e é ignorado.

Messiack disse...

Tudo bem se voltar a original, mas essa aí tá feia de doer...