terça-feira, 30 de agosto de 2011

ERA DA INFORMAÇÃO E A MONOCROMIA JORNALESCA


Eis o século XXI! E o imaginário popular do século passado achava que por esse tempo, dada a velocidade da produção do saber, já estaríamos andando de carro flutuante como nos filmes científicos. E olha que não estamos longe dessa realidade, basta ver os avanços do projeto do trem flutuante sobre trilho, o MagLev Cobra, que é capaz de desenvolver 450 km/h levitando por ação magnética. Pois bem, e o que isso tem haver com a era da informação e a monocromia jornalesca?

O próprio conhecimento do MagLev Cobra é fruto do trabalho jornalístico. Há excelentes profissionais da área (eu não me incluo, mas sou admirador) que se esmeram para produzir o melhor, com o colorido suficiente para chamar a atenção e o conteúdo abalizado. Eles estão aí desde a invenção da imprensa por Johannes Gensfleisch Gutenberg. Eles fazem parte da grande imprensa, no sentido moderno.

A grande imprensa, sabida e sábia a um só tempo, entende o ritmo e direção da locomotiva macro para onde convergem as tendências que interessam o público, assim como as várias leituras possíveis da realidade dinâmica. Tudo isso demanda um trabalho árduo, vigilante, auscultador, perscrutador. Envolve centenas de pessoas cada um dentro de sua vocação, desde o repórter carimpador da informação, ao gráfico, designer, fotógrafo, webmaster, Office boy etc. Tudo isso implica numa grande empresa com contas a pagar e a receber.

Entretanto, a meu ver, nada justifica a existência que se verifica em alguns dos principais portais de informação local, regional e nacional, daquele ícone optativo que "restringe" o acesso do leitor a determinadas áreas privilegiadas. Para mim, essa prática realça o modo monocromático de ser. Ora, existem portais que, para cadastrar o leitor, colocam um banco de dados que requerem informações além dos limites da oferta de um determinado serviço.

Por exemplo, cadastrar o título de eleitor, entre outros dados obrigatórios, a gente só poderia ver mesmo isso aqui na Paraíba! E olha, que o sujeito, responsável por aquela determinada área do portal, está pensando seriamente em implantar a leitura óptica de reconhecimento da íris, leitura biométrica, coleta de amostra da célula tronco, para saber se aquele determinado leitor é mesmo quem disse que é para ter acesso a informação. É tanto besteirol que se perde na maionese que me tolheram as forças, meus dedos não conseguem mais digitar certos jornais conceituados com posturas nomocromáticas jornalescas. O pior é que, se tal prática fosse um forte indicador de lucros, dividendos para a imprensa e o profissional, entenderia.

Só que a informação restringida por esse ou aquele "grande" jornal, ícone da criatividade midiática, eu a tenho por completo em tantos outros, de forma gratuita e rápida, sem precisar escanear minha língua no reconhecedor de saliva on line, para dizer que aquele leitor sou eu, de fato.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A NOVA BANDEIRA DA PARAÍBA


E se, em vez daquela bandeira rubro-negra que ostenta o NEGO, tivéssimos esta nova bandeira? Isso é possível?

Não só é possível, como reflete o anseio de centenas de pessoas no estado. Naturalmente, não precisa ser exatamente esta acima, mas se fosse já traria bons áres para a consciência coletiva do estado.

E o que há de errado com a atual bandeira?

A bandeira é o símbolo máximo de um estado. É a identificação que liga o institucional ao ser, ao paraibano, num elo emocional, num realce que acende a chama do sentimento de pertença. Aonde quer que - no mundo - viva um paraibano, ele sempre irá se emocionar ao ver a bandeira de seu estado, por causa do poder que nos une ao sublime torrão.

A bandeira atual, de cores vermelha e preta, destacando o NEGO, ostenta no mais alto dos prédios públicos ecos de um tempo nebuloso, de velhos e caducos modelos de fabrico de "heróis" para um povo majoritariamente analfabetos, incapazes de ler o discurso nas entrelinhas, vulneráveis a todo tipo de manipulação. Esta realidade na Paraíba ainda é sentida, mas não tão grosseiramente como dantes. Essa atual bandeira, inequivocamente, remonta a um tempo em que a Parahyba limitava-se ao acanhamento dos quinhões hereditários, das sesmarias cujas sombras das famílias tradicionais, vemo-las pelas avenidas nos casarões abandonados que a geração de hoje reluta em saber a origem.

Tempos idos cuja distração maior era prestar homenagens ao sangue derramado pela violência incitadora e a instituição de um luto eterno, e o símbolo do NEGO, como que traduzindo uma maldição incessante. Quem por mais que amasse o morto, gostaria de ostentar sua mortalha por entre os anos? Pois bem, a atual bandeira do nosso estado é uma mortalha, nada mais que isso.

Hoje, em pleno século XXI, na era da robótica, do acelerador nuclear de partículas subatômicas, da virtualização global de saberes, o estado da Paraíba, apesar de todas as suas deficiências socioeconômicas, produz mentes pensantes, cientistas nas mais variadas competências. A juventude tem oportunidades que, comparadas aos anos 30 de século passado, eram impensadas! Hoje temos a Internet, por meio da qual você está lendo este texto agora. Enfim, tudo que converge para a formação de novas mentalidades que não aceitam mais as "fórmulas" já explicadas, coisa feita para ser inculcada e pronto. A Paraíba de hoje, não é a mesma de outrora, por isso, essa ideologia reificada nas cores da bandeira atual, essa mistíca heróica maldita não tem haver com nosso presente, muito menos com o nosso futuro.

E quais os caminhos legais para tal mudança?

Logo no artigo primeiro da Constituição Federal, parágrafo único lê-se que o " todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, [nos termos constitucionais]". A mesma Carta Magna, preve no art. 61, que "a iniciativa das leis (...) cabe [entre outros casos, inclui-se] aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição".

De acordo com Ubergue Ribeiro Junior, assessor da Sub-chefia de assuntos jurídicos da Casa Civil da Presidencia da República, "a iniciativa popular, em linhas gerais, é o instrumento segundo o qual a Constituição viabiliza, formalmente, a possibilidade de os cidadãos serem os responsáveis diretos pela propositura de um projeto de lei. Criada pelo constituinte originário, ela é um dos expoentes da soberania popular (art.14, III, da Constituição), onde os cidadãos, reunidos e organizados nos termos do art.61, §2º, da Constituição, podem apresentar à Câmara dos Deputados um projeto de lei oriundo da mais legítima vontade social."

Basicamente, tal iniciativa precisará da subscrição de 1% da população nacional, com percentual igual em cinco estados da federação.

Mas, no caso da iniciativa popular cuja temática é de competência estadual, a Assembléia Legislativa tem a prerrogativa de acolher, de acordo com critérios preestabelecidos, o pleito cabalmente representado. O ideal é que haja o envolvimento dos 223 municípios como forma maciça de coroamento, do desejo de mudança.

E quais os grupos envolvidos, que propõem essa mudança?

No estado da Paraíba existem basicamente dois grupos formados por intelectuais, escritores, artistas e profissionais liberais. O primeiro, pioneiro, defende a volta da bandeira de cores verde e branca; o segundo, denominado de Movimento Bandeira Viva, advoga a substituição da atual bandeira rubro-negra por uma bandeira de cores vivas, que transmitam vida em vez do luto e da morte. Esse movimento opina que seja feito em todo o estado, um amplo concurso de designer para se eleger a bandeira que será a nova bandeira do Estado da Paraíba. Eu, já dei minha contribuição, e se houver o concurso, a meu layout já está aqui.

ENERGIA FOTOVOLTAICA


O que é energia fotovoltaica. Como o próprio nome sugere é a força energética, (traduzida em voltz) captada das irradiações solares. É a energia solar, no BRASIL mais que abundante! A captação é feita por meio de placas, os paines solares, instalados no alto de prédios, casas e demais espaços abertos.

O Brasil é rico em recursos naturais e possui recursos humanos disponíveis para atuar na geração de energia solar fotovoltaica. No entanto, apesar de notáveis esforços em algumas fontes renováveis de energia, são poucos os resultados que promovam a inserção da energia fotovoltaica na matriz elétrica nacional.O Estado brasileiro encontra-se em fase de posicionamento sobre a definição de políticas públicas de incentivo ou regulamentação que promovam (ou que permitam de forma clara e eficaz) a inserção dessa fonte de energia nas redes concessionárias de eletrificação rural e urbana.

Esse fato dificulta o desenvolvimento da energia fotovoltaica em maior escala e ressalta a importância da aplicação de mecanismos regulatórios para o seu fomento empresarial e incentivo à inovação tecnológica – gerando milhares de empregos de alto valor agregado. Outros empecilhos para a adoção da energia fotovoltaica em grande escala são: o alto custo atual da engenharia fotovoltaica, o que muitas vezes torna seu emprego urbano inviável; e o desconhecimento dos benefícios da utilização dessa fonte limpa e renovável num país de dimensões vantajosas e com índices muito favoráveis de irradiação solar.

Percebe-se que existe uma tendencia a utilizar a energia fotovoltaica como coadjuvante da energia elétrica, como uma fonte complementar, sendo a primeira,possui inequivocamente, um potencial superior à demanda ativa no Brasil, razão pela qual a energia fotovotaica deve ser incentivada com participações cada vez crescente na matriz energética nacional.

Trazendo essa temática mais próxima de nossa realidade situacional, há fortes defensores desse incremento energético na indústria, como o Presidente da FIEP/Paraíba, Dr.Buega Gadelha, assim como estudos e experiências habitacionais levados a efeito pela Universidade Federal de Campina Grande, apontando a viabilidade de uso dessa fonte natural de energia com ganho em todos os quesitos tais como geração de milhares de empregos de alto nível, geração e distribuição de riqueza socioeconômica, desenvolvimento e fortalecimento do parque industrial competitivo internacionalmente, ganho ambiental, já que essa modalidade de energia e classificada como renovável e ambientalmente limpa.

Iniciativas louváveis de alguns governos já comtemplam em suas políticas habitacionais, unidades populares equipadas com placas de captação de energia solar. Esse é um pequeno, mas bastante significativo. Debater, divulgar, fomentar capacidades mobilizadoras convergentes é o ideal para que, a curto e médio prazo, tenhamos maior escala possível do uso dessa tecnologia, até que enfim, a produção de energia fotovoltaica atinja seu ponto alto na matriz energética brasileira.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

SINISTROLOGIA E A SEGURANÇA GLOBAL

Sinistrologia e segurança global, te interessam? Pois, deveria. Embora a Sinistrologia seja uma ciência de evolução muito recente, há bastante tempo os estudos epidemiológicos demonstram que, apesar do conceito de guerra total, da evolução da tecnologia armamentista e do imenso incremento dos arsenais bélicos, nestes dois últimos séculos, a somação dos danos e dos prejuízos causados por desastres naturais, humanos ou antropogênicos e mistos, ultrapassa de muito à dos provocados por todas as guerras.

Desta forma, é inquestionável que a maior ameaça à sobrevivência e à incolumidade das pessoas é constituída pelos desastres.

Enquanto os Estados Unidos da América, durante toda a guerra do Vietnã, perderam 57 mil homens, entre mortos e desaparecidos, no Brasil, a cada ano, 40 mil pessoas morrem em conseqüência de desastres de trânsito.

Desde 1950, ficou caracterizado que os acidentes domiciliares e peridomiciliares, especialmente os relacionados com intoxicações exógenas, são a maior causa de mortalidade entre crianças com menos de 5 anos e a segunda maior causa entre crianças de até 15 anos.

A pandemia de SIDA/AIDS tende a firmar-se, neste início de milênio, como uma das maiores causa de mortalidade, entre adultos jovens.

No atual estágio de desenvolvimento tecnológico é perfeitamente possível reduzir, substancialmente, a intensidade dos desastres e aumentar o nível de segurança global da população, de todos os países do mundo, por um custo muito inferior ao da corrida armamentista, caso haja vontade política para a necessária mudança de enfoque.

Em conseqüência destas constatações está em pleno desenvolvimento o conceito de que a segurança global da população é dever dos Modernos Estados de Direito e também direito e responsabilidade da cidadania.

A segurança global da população relaciona-se também com os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, definidos no artigo terceiro da Constituição Federal de 1988:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.

sábado, 13 de agosto de 2011

O MODELO MÉDICO-BIOLÓGICO


"Entrei na sala do doutor com a criança nos meus braços. Há uma semana que ela gemia com dores no estômago, sem deixar ninguém em casa ter descanso. O doutor não olhou nem pra mim, nem pra criança. Permaneceu com seu olhar no bloco de papel de receita. Perguntou (sem olhar pra nós): - que ela tem? Respondi, contando-lhe toda a história, começando do começo. Ele escreveu um remédio e mandou eu comprar e dá pra criança, de seis em seis horas. Oito dias depois a criança morreu. Uma dona Não-sei-quem, que nos atendeu, dizendo ser a chefe do doutor, me disse que vai "averiguar!", vai "perguntar a ele se foi assim mesmo que a história aconteceu..."

Esse fato é verídico. Aconteceu numa cidade, no interior da Paraíba, meses atrás. Não sei ao certo de a denúncia foi acolhida pelo gestor de saúde da cidade, se o Ministério Público foi provocado, se a Secretaria de Saúde do Estado tomou conhecimento, se o Conselho Federal de Medicina abriu sindicância para apurar a conduta desse "doutor".

A verdade é que todo médico ao se formar faz um juramento, o juramento de Hipócrates, que - apesar de ter sofrido algumas alterações textuais -, essencialmente reproduz o que todo cidadão deveria esperar de um médico: "Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade. Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão.

Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação. Respeitarei os segredos a mim confiados.

Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica. Meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes.

Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.

Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra."

Salvo aqueles profissionais que realmente buscam refletir sua prática médica à luz desse juramento, reconhecidamente existem muitos, há àqueles que simplesmente reproduzem o modelo médico-biológico que teve seu áuge na década de 1970, e que enxergava na figura do paciente, apenas um objeto bio-mecânico, que - como as máquinas em geral - têm defeitos e eles se propõem através de experiências farmacológicas tratar desse problema que recebe o nome de "doença".

Para o modelo médico-biológico não existe a pessoa. Simplesmente um "paciente". A realidade da dor, das implicações psicossociais, das relações de afeto, são nulas. É a reificação do desumano cuidando de humanos. É por essa razão que se "esquecem" instrumentos cirurgicos pérfuros cortantes em barrigas de pacientes, prescrevem-se remédios cujos efeitos não se têm o devido conhecimento, viva o efeito placebo!

Se a morte de uma criança por erro de prescrição, ou mesmo por negligência médica envolve uma família pobre e desenformada da zona rural de tal cidade, quem irá tomar as dores? Quem vai advogar a causar? O assunto morre ali mesmo. Nesses casos é mais fácil dizer que o erro foi da família. Por quê seria do médico?

Os reprodutores do modelo médico-biológico estão entre nós. Oremos para que não caiamos em suas mãos. Porque são tudo, menos, humanos.