quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aumento da Classe Média: Fortalecimento do Consumismo


Quando os Estados Unidos espirram, diz a frase popular, o Brasil pega uma gripe. Mas, em face da atual crise que contamina o sistema financeiro amaricano, a economia brasileira exibe saúde inédita. E um dos principais indicadores de robustez do país é o aumento da classe média. Desde 2002, essa parcela da população, com renda familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.561, aumentou de 44% para 52%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O fenômeno reverte as duas décadas de estagnação iniciadas nos anos 80. E, para o professor da FGV Marcelo Neri, há dois fatores por trás dessa evolução. O primeiro é a educação. A qualidade do ensino no Brasil pode ainda ser medíocre, mas os brasileiros entre 15 e 21 anos têm hoje em média três anos a mais de escolaridade do que tinham os jovens na mesma faixa etária no começo da década passada.
Outro fator invocado por Neri é a migração de trabalhadores do mercado informal para empregos com carteira assinada. A criação de empregos formais aumentou 40% no ano encerrado em julho, em relação aos 12 meses anteriores. O desemprego de 7,6% em agosto foi o sugundo menor aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) desde 2002, quando foi adotada a atual metodologia de cálculo.
Os programas governamentais de transferencias de renda como o Bolsa Família também ajudam a explicar a diminuição da desigualdade e o aumento da classe média - ao contrário do que acontece, por exemplo, na expansão econômica da China e da Índia.
Entrar na classe média significa entrar num novo mundo de consumo, boa parte dele moldado pelas novelas, que vendem um padrão de beleza e prosperidade. Pode ser compra do primeiro carro, da TV de plasma ou da lipoaspiração paga em dez prestações.
E essas aquisições quase sempre ocorrem com pagamento parcelado, porque o aumento do poder de compra da classe média também está ligado à expansão do crédito.
De fato , hoje, 65% dos carros são vendidos a prestação, em financiamentos de 42 parcelas em média. A oferta total de crédito no país aumentou 20% em 12 meses.
A expansão do crédito tem sido tão susbstancial que já existe o temor de um calote generalizado como aconteceu com os financiamentos imobiliários nos Estados Unidos.
Às vezes o poder de compra e a oferta de crédito pode se traduzir num convite ao consumismo e é nesse ponto que o Governo deve entrar, orientando o cidadão sobre as responsabilidades das aquisições assim como por freio no irresitível apelo dos meios de comunicação que impõe modelos de vida nem sempre condizentes com a situação orçamentária do consumidor.

Fonte: Jornal do Senado/Edição 05 de outubro de 2008 (Texto adaptado por JBNunes)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

VOU LHES MOSTRAR UM CAMINHO SOBREMODO EXCELENTE

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. 

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

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Comentário. Este é um capítulo da Bíblia Sagrada (I Coríntios 13. 1-13), de autoria atribuída ao apóstolo Paulo, que destaca a epígrafe "A Excelência do Amor". No texto, Paulo, que tem um jeito estilístico bastante particular de escrever, utiliza-se de um recurso variado de figuras de linguagem, com destaque para o uso de hipérboles que têm a função linguística de imprimir exageros nas expressões, como podemos ver em "as línguas dos homens e dos anjos", quando um estudo mais aprofundado sobre a existência, natureza e função dos anjos, leva-nos a concluir que, de fato, os língua dos anjos é qualquer idioma ou dialeto onde eles estiverem interagindo com os homens, sendo que não há uma linguagem em específico para os anjos, assim como também não é nenhuma forma do "falar em línguas estranhas".
Ainda dentro desse mesmo enfoque, sobressai a figura de comparação: já que ela está destacando o falar, sem amor, seria como um metal que retine, que faz apenas barulho, valendo dizer que é preferível ouvir as cordas do coração cheio de amor do que as cordas vocais estéreis, sem amor.