segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

A MENTE EM TERMOS DE ID, EGO E SUPEREGO




Imagine um terreno que seja preciso dimensionar seu espaço para ter um detalhamento, a partir do qual o conhecimento mais pormenorizado seja possível. Topografia, delimitação dos espaços é uma das principais tarefas do agrimensor, o profissional habilitado para medir e estabelecer limites das terras.

Os estudos do médico austríaco Sigmund Freud (1856-1959), fundador da psicanálise, análise profunda da psique, apresentaram uma estrutura topográfica da mente.

Topograficamente, a psicanálise considera o aparelho mental como um instrumento composto, esforçando-se por determinar em quais pontos dele ocorrem os vários processos mentais.

De acordo com os pontos de vista psicanalíticos mais recentes, o aparelho mental compõe-se de um ‘id‘, que é o repositório dos impulsos instintuais, de um ‘ego‘, que é a parte mais superficial do id e aquela que foi modificada pela influência do mundo externo, e de um ‘superego‘, que se desenvolve do id, domina-o e representa as inibições do instinto que são características do homem.

As três polaridades da mente estão ligadas umas às outras de várias maneiras altamente significativas. Existe uma situação psíquica primordial na qual duas delas coincidem. Originalmente, no próprio começo da vida mental, o ego é catexizado com os instintos, sendo, até certo ponto, capaz de satisfazê-los em si mesmo. Denominamos essa condição de ‘narcisismo’, e essa forma de obter satisfação, de ‘auto-erótica’.

Nessa ocasião, o mundo externo não é catexizado com interesse (num sentido geral), sendo indiferente aos propósitos de satisfação. Durante esse período, portanto, o sujeito do ego coincide com o que é agradável, e o mundo externo, com o que é indiferente (ou possivelmente desagradável, como sendo uma fonte de estimulação).

Em comparação, proposta por Freud, o cavaleiro, o ego, não está apenas (pode-se dizer) furiosamente empenhado em manter as rédeas de seu cavalo teimoso, o id, como ainda é forçado, ao mesmo tempo, a lutar com uma nuvem de abelhas bravas, o superego, enxameando sobre ele. 

Mas, essa é uma discussão que vem rendendo desde Freud, muitos aprofundamentos que demonstram o universo de estímulos, impulsos, instintos que fazem parte do funcionamento mental de cada um de nós, negados ou aceitos, reconhecidos ou ignorados, eles estão lá num conflito constante por espaços que molda a nossa realidade psicossocial. 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

UM CONVITE À REFLEXÃO


Muito horando em contribuir mais uma vez como compartilhador de saberes tão oportunos como a temática abordada. Grato a equipe gestora e todos os professores participantes!

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

TREINAMENTO DE PESSOAL DE CAMPO - ELEIÇÕES 2020


O trabalho na majoritária me colocou em contato com candidatos a vereador de Campina Grande-PB, e dentro de cronograma apertado tive a oportunidade de ministrar treinamento de pessoal de campo seguindo o seguinte plano de curso breve: 1) Medidas Sanitárias frente aos protocolos de prevenção a convid-19; 2) Limites prudenciais legais (ilícitos eleitorais, fundamentos legais da propaganda eleitoral e Lei das Inelegibilidades - Condutas vedadas). 

sábado, 17 de outubro de 2020

COMO UMA GERAÇÃO DE UNIVERSITÁRIOS SE TORNOU COMUNISTA?


O Comunismo é uma doutrina, uma ideologia política e socioeconômica que defende uma sociedade igualitária, sem classes sociais, baseada na propriedade comum e meios de produção compartilhada.

'O malfado sistema capitalista, de natureza imperialista e escravizador das massas', segundo os adeptos também conhecidos por "comunas" deve sucumbir para dar lugar ao governo do povo, ou seja: aquele idealizado pelo Partido Comunista que em nenhum países do globo terra governou sem promover a fome, a miséria e o regime ditatorial. 

Há uma crítica severa em relação a esse defensores do comunismo: eles não vivem o que pregam. Detesta tudo que o capitalismo representa, mas não vivem sem atualizar os últimos modelos dos smartphones; vivem sonhando em morar nos países comunistas ditatoriais, mas quando têm chance, escolhem países da América do Norte e Europa. 

O comunista, visto sob o prisma psicanalítico, é uma pessoa carente emocionalmente, não resolvida para alimentar tanto ódio pelas pessoas que diferem deles, e do próprio sistema administrativo democrático.

Eles endeusam os representantes teóricos do comunismo, líderes que, na maioria das vezes, foram criminosos de guerra, sabotadores, assassinos genocidas que atuaram direta ou indiretamente na morte de parcelas inteiras de populações do Leste Europeu à velha União Soviética e a Asia. 

Os comunas convivem com a dura realidade e expressa nulidade do sistema comunista, que não há um país próspero onde o comunismo atua ou atuou, que não tenha gente sofrendo perseguição de todos os cruéis artifícios do Estado, que acorrentam nações inteiras debaixo de uma prisão psíquica e ideológica.

Mas, em países como o Brasil, como uma geração de universitários se tornou comunista?

Resposta: sendo doutrinada sistematicamente por professores universitários programados para difundir a doutrina comunista de cunho marxista justamente no local de massificação de ideias, de proselitismo e de mentes ávidas por aprender e ser reprodutora de um ideário que nunca deu certo senão para criar uma cultura de hipócritas.

Bem, se eu sou um capitalista tosco e alienado, pergunte a qualquer ricaço que defende o comunismo se ele abre mão de sua riqueza para compartilhar com as pessoas, ou se deixará de atualizar o modelo de seu smartphone que acabou de ser lançando, ou se por amor ao sistema comunista irá se mudar com sua família para a Venezuela, ou Cuba, ou a China? Por quê os mais ardorosos defensores do comunismo estão justamente bem instalados nos países capitalistas e gozando do melhor que a sociedade de consumo pode oferecer?

A moça, o rapaz, ingressou na faculdade, e os professores colocam no plano de curso as principais obras e autores do comunismo. Não dão muita bola para a doutrina oposta. A turma é bolada, curtida, transada, e para fazer parte tem que começar agindo e reproduzindo o pensamento dela. 

Aí não dá outra. Pensar o contrário é correr o risco de ser preterido nas oportunidades e quem sabe até se prejudicar nas avaliações. E o que é aquilo ali? Aonde? Naquele corredor com uma das lâmpadas queimadas? É a galera transada pegando o baseado! E naquele escurinho? É a transa. Vale tudo, entende?

No final, o rapaz e a moça, numa espécie de êntase, numa áurea de nirvana, descobre que a sociedade sempre os manteve aprisionados em regras estúpidas, e a família é a principal culpada por envolve-la desde sempre em ditames, em proibições, em princípios dominadores de obediência irrestritas. Para que estar presa a figuras ultrapassadas como pai, mãe, filhos? A sociedade viveria muito melhor sem leis, sem regras etc etc etc.

E assim uma geração bem doutrinada passa o odiar cada vez mais o modus tradicional de estruturação da sociedade que nos trouxe até aqui. E aquele rapaz e aquela moça já não são mais os mesmos, uma geração transformada e reprodutora do tão obstinado plano de deformação do pensamento humano. 

quinta-feira, 25 de junho de 2020

TemasPsi: ANSIEDADE


Um convite à reflexão. "Reflexão é a análise sobre um fato, um comportamento, uma situação. Nesse momento podemos rever conceitos, hábitos e costumes. Podemos nos transformar." (Monja Coen)

DEFINIÇÃO 

A ansiedade é definida como “um estado de apreensão intensa, incerteza e medo, resultante da antecipação de um evento ou situação ameaçadora, numa intensidade tal que interrompe o funcionamento normal das funções físicas e psicológicas”.


A ansiedade pode ser uma reação normal a estímulos desestabilizadores ou que possam atemorizar as pessoas. Essa reação pode ocorrer com sintomas psicológicos, como apreensão, desconforto, medos diversos, e também com sintomas físicos, como taquicardia, aumento da frequência respiratória, alterações de pressão arterial entre outras.

A ansiedade surge como alerta em uma situação adversa, que foge do controle do que o nosso cérebro e o nosso corpo entendem como algo que pode prejudicar nossa vida. Ela é uma resposta natural ao medo, que possui uma conotação negativa mais, muitas vezes, pode salvar nosso bem mais precioso e nos livrar de situações que nos trazem malefícios e prejudicam nosso bem-estar.

Algumas pessoas possuem mais propensão à ansiedade do que outras por diversos fatores que envolvem seu histórico de vida, seus relacionamentos, genética e determinados fatores ambientais.

Quando a ansiedade ocorre sem que existam motivos objetivos, reais e proporcionais para isso, dizemos que ela é patológica.

As manifestações patológicas da ansiedade podem ser classificadas do seguinte modo: transtorno de pânico, transtornos fóbicos, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de estresse agudo, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade induzido por substâncias, transtorno de ansiedade devido a uma condição médica geral.

Nos transtornos de ansiedade as pessoas não perdem a capacidade para distinguir o que é real do que é imaginado, mas não conseguem controlar seus sintomas.

Elas reconhecem que o que sentem não é justificável em face do que está acontecendo em suas vidas e muitas vezes não conseguem entender o que acontece com elas. Isso tende a agravar seus sintomas.

Não se sabe ainda com certeza quais são as causas e mecanismos fisiopatológicos da ansiedade, mas já se sabe que fatores biológicos são muito importantes e, em muitos casos, são os principais determinantes dos quadros de sintomas. Contudo, ocorrências da vida e características psicológicas dos indivíduos também podem contribuir de modo significativo. 

O tratamento deve ser adequado a cada caso e em geral inclui tanto o uso de medicamentos como psicoterapia.

Procurar ajuda pode ser mais complexo do que parece. Além de ter que buscar um autoconhecimento e saber reconhecer quando uma coisa não vai bem, a pessoa que sofre de ansiedade ainda pode se deparar com obstáculos impulsionados pela falta de informação de parentes e amigos que o cercam e até do preconceito da sociedade, que vê transtornos psicológicos como uma fragilidade e não entendem que, por trás de tudo isso, existem fatores químicos e biológicos consideráveis.




João Batista Nunes

Acadêmico de Direito/Formado em Psicologia.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

TemasPsi: MOTIVAÇÃO



A palavra “motivação” é derivada do latim motivus e refere-se a “tudo aquilo que pode fazer mover”, “que causa ou determina alguma coisa” ou “o fim ou razão de uma ação”. Desse modo, faz sentido dizer que uma teoria da motivação é uma teoria da ação.

E, como a ação humana é multicausal e contextual, envolvendo aspectos biológicos, psicológicos, históricos, sociológicos e culturais, as pesquisas sobre motivação passaram a utilizar múltiplos critérios de mensuração, procurando relacionar esse conceito a outros que permitissem a ampliação da compreensão da conduta humana.

Conforme destacado por Zanneli (2019) apud Salanova; Hontangas; Peiró, 1996, p. 216, a motivação como processo psicológico básico pode ser definida como uma ação dirigida a objetivos, sendo autorregulada, biológica ou cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de necessidades, emoções, valores, metas e expectativas.

O primeiro modelo de classificação divide as teorias da motivação em dois grupos: teorias de conteúdo e de processo. O primeiro explica a motivação humana a partir das necessidades (ou carências), afirmando que a conduta é orientada para sua satisfação.
A preocupação está em apontar os diferentes tipos de necessidades que orientam as ações humanas (Pérez-Ramos, 1990). No segundo grupo, a motivação é compreendida como um processo de tomada de decisão em que estão em jogo as percepções, os objetivos, as expectativas e as metas pessoais.

No segundo modelo de classificação (Thierry, 1994), as teorias de conteúdo são diferenciadas das de processo, mas também é evidenciada outra dimensão de diferenciação entre as teorias da motivação, visto que algumas delas fazem referência ao reforço da conduta e outras, à cognição.

O argumento que justifica a inclusão dessa nova dimensão no modelo de classificação é o de que as teorias, ao discutirem a importância do reforço na motivação, dirigem sua atenção para o que acontece depois da ação ou da conduta (fator externo), ou seja, ao que faz aumentar as chances de ela vir a se repetir (a pessoa continuar motivada a repetir aquela ação).

De modo distinto, as teorias que enfatizam a cognição dirigem a atenção para o que acontece no sistema cognitivo da pessoa (fator interno), ou seja, nas percepções, nas interpretações e nas informações armazenadas, tratadas e recuperadas, conforme a necessidade da pessoa de tomar decisões.

Assim, a motivação seria decorrente não do que acontece depois que a pessoa age (recompensa), mas do que ocorre na sua mente (desejos, intenções e metas) e orienta o que ela irá fazer no futuro.

João Batista Nunes
Acadêmico de Direito/Formado em Psicologia.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Memorias do Jeremias



Eu devia ter seis para sete anos e morava na segunda casa emparelhada que vazia esquina na rua São Cosme com a a Santo Agostinho, era a parte alta do bairro. Éramos sete. Papai, trabalhava numa oficina que ficava às margens do Açude Velho como lanterneiro. Ele era bom no que fazia: recuperava lataria de carro amaçado e soldava no maçarico com cilindro alimentado por pedras de carboreto. 

Mamãe trabalhava como merendeira no bairro do Alto Branco num grupo escolar. Depois passou a trabalhar no Grupo Padre Emídio Viana Correia no próprio, a escola ficava na parte baixa. Meu irmão Paulo era o mais velho. Ele sofria do que só muito depois viemos a saber: autista num grau bastante acentuado. Minha irmã Eliane nasceu com Síndrome de Down com retardo mental expressivo. E meus dois irmãos gêmeos Isaías e Isaac, em grau decrescente de idades, formavam a família. 

Não tínhamos televisão, apenas um rádio tão antigo que funcionava com válvulas que acendiam por dentro e o programa policial 'Dramas da Cidade' com o apresentador Clóvis de Melo sempre fazia menção de fatos que envolvia alguém do bairro. A gente sempre ouvia na hora do almoço.

Frequentávamos a igreja da Assembleia de Deus que era em frente da casa onde morávamos. 

A rua tinha uma feição irregular marcada por acúmulos de matos esparsos seguindo a linha de esgotos enegrecidos que corriam a céu aberto. A situação ficava mais agravada quando começava o período das chuvas. 

Com a lama barrenta escorregadia era frequente ver um pobre bêbado que tinha uma deformação nos pés e por isso andava com dificuldades, Marcolino - Pé de Quenga, vivia caindo aqui e acolá, quando saia da mercearia de Seu Gilberto e Dona Marizete (Estes, tinham um casal de filhos, brancos meio agalegados, que se casaram com gente da Igreja Universal e foram ser obreiros), com uma garrafa de cachaça na mão, gritando e dizendo impropérios e amaldiçoando as pessoas que de suas casas ficavam se escondendo e chamando-o pelo seu apelido. 

Outra criatura que dava dó era Salambaia. Ela tinha problemas mentais e era alcoólatra. Magra, cabelo do tipo power black, às vezes com roupas rasgadas e com as partes íntimas a mostra, ela vagava rua acima rua abaixo, deixando as crianças amedrontadas. 

A casa que formava um conjunto com a outra, de propriedade de Seu Meireles, um velho rico que morava numa casa bonita na rua Quintino Bocaiuva, no sentido quartel do Exército/Presídio do Monte Santo, tinha um portão de acesso comum, uma escadaria de três degraus que dava para a rua São Cosme. Portas frente com frente. Um pequeno espaço que separava as duas formando uma área onde tinha plantas ornamentais bem cuidadas por mamãe e pela vizinha, cada qual em seus limites.

Do lado esquerdo havia um terreno com algumas bananeiras, parecendo ser o quintal de um senhor que conhecíamos apenas de vista. Ele tinha um filho que sempre o acompanhava para o trabalho, uma loja de revestimento de bancos de automóveis. Parecia ser um homem respeitável do tipo de casa-para-o-trabalho. O filho desde cedo era envolvido com o movimento satanista do bairro. 

Ele era meio estranho e com tendências ao isolamento. Descobri seu envolvimento mais tarde ao receber uma carta de São Paulo dirigida à ele com um teor doutrinador e umas fitas de evocação ao demônio.

Esse rapaz tinha três irmãs. Cabelos pretos e longos, brancas. Lembro-me que certa vez, estávamos numa espécie de janelinha que dava para o quintal deles, interagindo com elas, e a mais velha pediu para que mostrássemos as genitálias e logo após elas mostrariam a delas. 

Movido pela curiosidade não necessariamente ligada à libido, após a demonstração de nossa parte, a mais velha mostrou rapidamente a dela. Deu risadas pela descoberta pueril e foi-se embora com as outras. 

Tudo que visualizei com um olhar investigador de criança foi por entre a saia jeans com o fleche semiaberto, um amontoado coberto com cabelos pretos escuros, e elas se foram para nunca mais trocar esse tipo de informação visual.

Vivemos nessa casa alugada por dez anos, por dentro tinha uma sala pouco espaçosa, ao lado do quarto do casal, e mais dois quartos, um corredor que dava para a cozinha e no final um banheiro. O quintal era pequeno com uma pequena porta que saia para a parte externa do espaço comum  que dava para o portão.

Quem morava na outra casa que ficava de esquina, emparelhada com a nossa era Seu Antonio e Dona Celina. Era um senhor calmo, de bigode barbeado fino, calvo, estatura de 1,65 mais ou menos. Eles pardos e filhos negros. Um filho mais velho e casado que sempre almoça por lá, era representante comercial do Café Aurora e dirigia uma caminhoneta baú com os produtos Aurora. A moça, de idade intermediária era Corrinha, ou Côla. Uma negra de cabelo encaracolado, sem namorado e com andar um pouco estranho, sisuda, observadora. O rapaz, negro de cabelo liso, também, com essas mesmas feições. 

Era uma família aparentemente normal. Se diziam religiosos, mas nós não identificamos traço algum de que eles fossem praticantes de algum credo. 

Eles gostavam de churrascos, cervejas, não demonstravam ter dificuldades financeiras como meus pais. Tinham televisão preto e branco com uma tela de plástico que acoplava ao aparelho e a imagem ficava parecendo colorida.

Talvez eles não se sentissem muito a vontade com a gente porque eramos crianças barulhentas e costumavam subir no tanque de água acima do banheiro e tomávamos banho como se estive numa piscina. Claro, sem o conhecimento nem consentimento de nossos pais.

Ao cabo dos dez anos, Seu Meireles, dono das duas casas, pôs fim ao aluguel pedindo que meus pais procurassem outra casa para alugar.

Nossos vizinhos permaneceram na mesma casa de esquina. Depois de uns três ou quatro anos, estávamos saindo da mesma igreja defronte as casas, quando vimos uma viatura da polícia cumprindo um mandada de prisão naquela casa. 

Não sabemos o que aconteceu, mas um soldado saiu do interior da casa conduzindo algemado o pacato Seu Antônio. E Dona Celina com os demais membros da família em polvorosa diante daquela situação.

João Batista Nunes
Acadêmico de Direito/Formado em Psicologia.


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sábado, 23 de maio de 2020

TEMPOS DE NETIQUETA NAS MÍDIAS SOCIAIS



Todo e qualquer espaço humano tem regras explícitas e implícitas. É para facilitar a boa convivência entre as pessoas que ali se relacionam. Há muito que empresas buscam os melhores profissionais do mercado em espaços como esses que compõem as mídias sociais.

Não basta ser um bom profissional, ser bom no que faz não nos torna exclusivos. Talvez exista um exército de pessoas que também faz o mesmo e até melhor.

Meu singelo conselho (e conselhos foram feitos para se exprimir gratuitamente) aos profissionais e aspirantes: 

1) se for criticar políticos e agentes públicos em evidência, faça-o com elegância, com justeza de palavras, demonstrando fontes seguras de informação, defendendo pontos de vista fundamentados na ética; 

2) Não seja um propagador de fake news, informe-se, leia, pesquise antes; 

3) Se você fosse um gestor de recursos humanos em processo de recrutamento e seleção, analisando um perfil no facebook ou instagran, escolheria um candidato ao emprego que é desenfreado em palavrões? Em discussões ferrenhas e desrespeitosas, cheio de gírias, de demarcações territoriais e bairristas?; 

4) Não seja facilmente levado por ondas e raciocínios facciosos, alimentadores de ira, de emoções carregadas. Perceba que grande parte dos autores que incita as mais variadas manifestações, estão com a vida feita, no aconchego de seus palacetes e com a dispensa abarrotada. Ao bom profissional não compete seguir seus passos; 

5) Abandone o vitimismo, esse desejo mórbido de viver se lastimando de tudo e de todos, colocando-se como a pessoa mais injustiçada, perseguida, abandonada e ultrajada da terra. O vitimismo é próprio de perfis doentios, egos fracos que se nutre das condolências e aplausos de um público igualmente vazio; 

6) Não seja pessoa de primeira informação, nem estabeleça julgamentos ouvindo uma única fonte. Quem escuta apenas a versão do suposto ofendido não pode ser juiz, por desconhecer a outra versão; 

7) Seja um reprodutor de bons conteúdos; cultive o bom senso, a amizade, coisas que edifiquem. Talvez você esteja se deparando com oportunidades que estão à sua procura e o seu perfil diz muito sobre quem você realmente é, e tudo será bem sucedido como uma luva feita especialmente para você.

João Batista Nunes
Psicologia Organizacional

quarta-feira, 15 de abril de 2020

EM TEMPOS DE HOME OFFICE

Muitas atividades produtivas podem ser realizadas remotamente, em casa. Eis algumas recomendações da Fiocruz, importantes nos ajustes para também se manter o equilíbrio mental e físico.


sábado, 11 de abril de 2020


O VÍRUS MAIS LETAL QUE ACOMETE O BRASIL


Achei por bem postar este vídeo que circulava pela internet e que traz a lume uma das grandes injustiças praticada contra centenas de pessoas que buscam atingir seus objetivos por meio de muito esforço, mas que acabam vendo naufragar seus sonhos com episódios como estes, por sinal, tão comuns.

O vírus mais letal que acomete o Brasil é sem dúvida a corrupção em sua multiforme apresentação. 


segunda-feira, 6 de abril de 2020

NESSE MOMENTO VALE A MÁXIMA GREGA: MENTE SÃ, CORPO SÃ.


Medidas como o distanciamento social, a diminuição de interação entre as pessoas de uma comunidade para diminuir a transmissão do vírus, constitui-se numa estratégia importante quando há indivíduos já infectados, mas ainda assintomáticos ou oligossintomáticos, que não se sabem portadores da doença e não estão em isolamento.

Em linhas gerais, é preciso sim se cuidar de todas as formas para evitar o contágio e atravessar essa fase difícil mantendo uma boa alimentação e uma rotina orientada de exercícios físicos funcionais, aqueles que podem ser praticados em casa mesmo, e pode incluir toda a família.

Nesse momento vale a máxima grega mens sana in corpore sano (Mente sã e corpo sã), expressando o ideal de se buscar o bem-estar físico e mental, mote muito bem aproveitado pelas escolas de pensamento psicológico/psicanalítico que produziram a ideia de psicossomática, onde o corpo influencia a mente e vice-versa.

Mas, chega de rodeios. Nesse tempo de afastamento social muita gente que já tinha desenvolvido o hábito salutar de frequentar academias, como também de se reunir nas praças públicas para exercícios em grupos estão meio que frustados com uma descontinuidade que até o momento não tem data para terminar.

Aí mesmo, no espaço de sua casa, junto com sua família você pode praticar exercícios funcionais para fugir do ócio, do sedentarismo, que é fator de agravamento de doenças e têm grande impacto no melhoramento do humor, do bem-estar físico e mental.

Exercícios funcionais são aqueles feitos com os movimentos naturais do ser humano. São treinos correndo, pulando, agachando,ou puxando. 

O ideal é procurar orientação de um profissional de Educação Física que prescreverá os melhores exercícios adequados à realidade de cada pessoa, próprios para cada ambiente da casa. 

João B Nunes

terça-feira, 31 de março de 2020

O PERIGO DO VÍRUS VIRTUAL


O vírus, sendo uma estrutura microscópica de base proteica age com vistas a invadir células dos organismos para se nutrir, fortalecer e com a energia recém-adquirida, executar seu intento, seja modificando alguma informação genética seja causando um dano ao organismo que pode ser letal.

O conceito de vírus e a forma como ele age serviu para designar o mesmo estratagema utilizado pelo universo dos malwares, estruturas digitais que são criadas para invadir redes, sistemas, banco de dados e demais tipos de mídias interconectadas.

Esses mecanismos virtuais são idealizados e criados sempre de modo a atingir algum objetivo maléfico que vai desde a roubar senhas de mídias sociais (whatsapp, facebook, instagran, twitter e outros) ao apoderamento criminoso de informações corporativas e contas bancárias particulares.

A ação desses programadores que habitam os subterrâneos da rede (deep web, internet obscura, o lado negro da força) têm grande penetração nas massas de internautas vacilantes em muitos aspectos perigosos da navegação.

Em tempos de ações governamentais movimentadoras de grandes recursos destinados principalmente à assistência social, esses oportunistas através dos vírus criam esqueletos de portais que imitam perfeitamente os sítios oficiais e captam dados de pessoas que preenchem os cadastros fornecendo informações captadas pelos falsários que se passam, depois, por essas mesmas pessoas e realizam saques indevidos, se passando pelos titulares das contas.

Esse é apenas um dos incontáveis exemplos do que pode acontecer com situações de pressa, de apreensão, de inquietações que levam quase sempre a precipitação. Em mídias como whatsapp, o cuidado deve seguir os mesmos critérios de cautela: não abrir links com chamadas sensacionalistas por meio de imagens e sons, geralmente em forma de notícias e outras expressões que chamam a atenção das pessoas. Segredo: resista a curiosidade, não click.

Ameaças e riscos de segurança cibernética estão sempre presentes em nosso mundo atual. A infraestrutura de redes e a Internet estão cada vez mais vulneráveis a uma ampla variedade de ataques físicos e cibernéticos. Criminosos virtuais sofisticados, bem como países, exploram essas vulnerabilidades para roubar informações e dinheiro.

João Batista Nunes

domingo, 29 de março de 2020

UMA HISTÓRIA QUE SEMPRE SE REPETE


A história da humanidade passa por uma repaginação toda vez que moléstias se propagam e causam uma drástica experiência na vida e nos modos de viver no planeta. Na Idade Média foi assim em se tratando de um ataque de micro organismos. No século XX, o Vírus Ebola no Continente Africano nos reaviva o drama humano. E, agora, em pleno século XXI mais um lembrete de nossa vulnerabilidade, um vírus que de tão pequeno não podemos ver, causador de tamanha devastação.

Em nosso tempo as promessas da ciência em seus variados campos pareciam nos levar a criar uma consciência completamente desvencilhada do conceito de Deus. Mas, no caos que se anuncia com centenas e milhares de mortes em vários países, o senso religioso é reavivado. 

Parece óbvio que com os melhoramentos técnicos e aprimoramentos nos métodos de cultivo e manutenção da qualidade da produção agropecuária voltados para a sustentabilidade a vida, enfim, poderia seguir seu curso garantindo alimento e qualidade de vida para a maioria das pessoas.

Mas, tudo isso talvez seja eclipsado pela ganância, avareza, orgulho e inveja que acompanha o ser humano desde os primórdios mais longínquos de sua existência. Parece até que os seres humanos são, na verdade, os verdadeiros vírus infectos da terra, pois aonde pôs as mãos não somente modificou a natureza das coisas, mas alterou o DNA da normalidade, do belo, do natural.

Milhões e milhões de vidas ceifadas de 1939 à 1945, em sua grande maioria civis, era a Segunda Guerra Mundial. Calcula-se um total de 85 milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial, onde mais de 50 milhões foram civis. 

Com o fim da Guerra, as Nações Unidas dava início aos planos para mitigar a fome e demais consequências desse período. O Estado de Bem-estar social era um deles. Mas o resultado obedecia ao final apenas uma lógica: 80% de tudo que a humanidade produzia era consumido apenas por 2% da população do Planeta. E pouco mais de 13% da produção mundial era consumida pela imensa maioria, numa clara mensagem de uma concentração exorbitante de riquezas e meios de produção nas mãos de uns poucos e pouquíssima distribuição para muitos.

É evidente que esse sistema chegou a exaustão, e os apelos por quebra de paradigmas forçaram gradualmente, mas não representativo ainda, o compartilhamento de bens e serviços. Tudo ainda se mostra nítido de quão perverso e mesquinho é o sistema que regula e tenta harmonizar o modus de vida do ser humano no Planeta.

O ser humano, entretanto, não é um ser abjeto. Ele tem virtudes, embora estejam em um avançado processo de extinção. Vez por outra somos surpreendidos por atos de coragem, amor, empatia, fé, que implicam em mudanças de paradigmas e por isso talvez ainda possamos vir por mais um pouco na Terra.

João B Nunes

quinta-feira, 19 de março de 2020

EM TEMPOS DE CONFINAMENTO É PRECISO CUIDAR DO EMOCIONAL



O ser humano por definição é um ser social, que nasce, cresce, desenvolve-se e morrer no meio social, pertencendo a uma sociedade, tribo, clã e família. 

Esse momento de apreensão vivenciado  em todo o mundo em face de uma pandemia que pode se alastrar e ceifar a vida de milhares de pessoas, as autoridades recomendam, outras até decretam sob pena de multa e prisão, o recolhimento das pessoas em seus domicílios, e nesse ponto, tem-se várias situações que devem ser consideradas em relação às pessoas em si.

É preciso ter cuidado com o emocional da pessoa nessa fase de isolamento. 

De acordo com o psicanalista Marcos Wagner e a psicóloga Karoline Paiva, durante períodos de isolamento, o mal estar psicológico pode se instalar, fragilizando nossa capacidade de adaptação e reação ao estresse do confinamento, produzindo respostas fisiológicas e emocionais que podem impactar nosso sistema imunológico e a condição de equilíbrio mental para enfrentamento de situações adversas.

Procure assistir noticiários apenas uma vez ao dia. Geralmente a edição da manhã é capaz consolidar tudo o que precisamos saber para ficarmos atualizados.

Evite pensamentos vitimista. Não caia na armadilha da hiperinformação e no excesso angustiante de informações falsas ou exageradas. Essas ações podem te levar a um estado mental de constante alerta, prejudicando o relaxamento e capacidade de discernimento.

Evite a solidão como sinônimo de abandono. A solitude é um estado desejável de privacidade que permite a reflexão e a subjetivação pessoal, mas a solidão pode produzir tristeza em excesso e potencializar traços depressivos inerentes a cada pessoa.

Utilize toda tecnologia disponível para manter-se conectado com a vida e com pessoas que você estima. Una-se aos seus familiares e amigos, promovendo boas conversas por meio de videochamadas, telefonemas ou mensagens.

Evite cultivar pensamentos pessimistas e sofrimento por antecipação. 

Quando estamos amargurados, nosso mundo interior fica embrutecido e nossas reações e comportamentos podem se revelar de forma destrutiva, ferindo aqueles que estão à nossa volta e nos impedindo de enxergar soluções. Isso ocorre porque mecanismos de autodefesa reprimidos se eclodem e podemos passar a agir de forma agressiva.

Lembre-se: Você tem condições de pensar diferente a fim de aliviar as dores produzidas pelo momento atual. Permita-se.

Se o ócio não for criativo, pode conduzir a um estado de letargia existencial. Encontre nas atividades manuais e nas atividades físicas que possam ser executadas em casa um meio para aliviar desconfortos e para preencher o tempo.


João Batista Nunes da Silva