segunda-feira, 18 de março de 2019

EARTH O PLANETA CAMBALEANTE


Estudos dos observatórios internacionais climáticos dão conta de que a Terra chegou a um nível irreversível de desgaste ambiental devido ao modus capitalista predatório, presente na forma mais voraz de consumismo de descarte. O resultado já estamos sofrendo. Envolver-se com a preservação do que ainda nos resta é questão que deve estar presente em todas as pautas.

Com mais substâncias tóxicas na natureza, é inevitável que a temperatura da Terra aumente consideravelmente – contribuindo para o acontecimento de desastres naturais. Assim, países com grande extensão territorial registram diferentes fenômenos ao mesmo tempo e encontram dificuldades para socorrer situações emergenciais. 

No Brasil, por exemplo, 96 milhões de pessoas foram afetadas direta ou indiretamente por estiagem, chuvas ocorridas entre outras tragédias, segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais.

Na contramão dessa realidade existem aqueles que preferem ser adeptos do negacionismo, que atribui esse tipo de notícia aos meios midiáticos comprometidos com algum tipo de conspiração internacional. 

quarta-feira, 13 de março de 2019

O QUE SE PODE APRENDER COM OS ROCKEFELLER



Com uma das mãos sobre a Bíblia e a outra sobre o cofre, Rockefeller sempre temeu a Deus e, confortavelmente, acreditava que sua fortuna era presente dos céus, dádiva do seu Deus. Um Supremo que premiava, à sua maneira, um religioso fiel e seguidor de seus ensinamentos. Austeridade e religiosidade sempre pontuaram a sua vida. 

Discreto, retraído, afastado de esbanjadores e bajuladores, especialmente daqueles que tentavam se candidatar a sócios de suas refinarias. Comparado a outros milionários, apesar de tudo que sua fortuna lhe poderia oferecer, vivia modestamente. 

A forma de administrar seu dinheiro com gastos pessoais era, para muitos, contraditória e exagerada. Costumava usar um terno até que o tecido ficasse velho. Consta que, certa vez, um importante industrial e sua mulher ficaram hospedados por vários dias na casa do magnata e, para surpresa dos visitantes, após deixarem a mansão, receberam uma fatura de US$ 600,00 referentes às refeições feitas durante a estada.

No trabalho, era econômico ao exagero e percorria os escritórios da Standard para apagar os bicos de gás desnecessários. Ao contrário dos milionários da época, Rockefeller nunca possuiu cavalos de corrida ou iate. Ele odiava o comportamento dos novos-ricos. Um ano depois de ter fundado sua primeira firma, a Clark & Rockefeller, admitiu um terceiro sócio, George Gardner, que mais tarde seria prefeito de Cleveland. 

Um dia, ele convidou Rockefeller para passear no iate que  acabara de comprar em sociedade com amigos. Furioso, o milionário esbravejou: "Mal começou a trabalhar e já é sócio num iate? Você está prejudicando nosso crédito nos bancos. Com certeza vão considerá-lo esbanjador e nosso crédito irá por aguá abaixo". A sociedade com George Gardner durou pouco. Seu estilo não interessava e irritava o então futuro magnata. A simplicidade era uma de suas características marcantes desde muito jovem.

John Davison Rockefeller - A arte de transformar tostões em milhões

A corrida do petróleo levantava poeira no cenário amaricano quando John Davison Rockefeller surgiu com um poder transformador e a inclinação econômica pelo dinheiro se desenvolveram logo na sua infância. Muito antes de ser aclamado o "Rei do Petróleo", anotava todos os gastos, e até mesmo as esmolas, num caderno rotulado por ele de Livro Razão A. Aos 20 anos já colocava em prática seu princípio básico: a economia de cada tostão.

No final do século 19, Rockefeller se tornou o cidadão mais rico dos Estados Unidos. Foi comparado a Napoleão Bonaparte no campo de batalha e, por volta de 1920, quando o petróleo era o item estratégico, graças ao papel que tanques e aviões desempenharam na Primeira Grande Guerra, e a indústria automobilística arrancava embalada pela gasolina farta e barata, ganhava um dólar por segundo. Era ele quem controlava o líquido vital que irrigava o tecido das comunidades suburbanas.

Rockefeller foi o empresário que redesenhou a paisagem industrial contemporânea, fez florescer a pujante indústria petrolífera do Texas, impondo-lhe novo ritmo e uma moderna forma de viver. Importante pesquisa econômica duas ou três décadas final do século XX, elaborada por dois analistas da Costa Oeste americana, provou que Rockefeller foi de longe o homem mais rico do planeta desde 1775, chegando a possuir 1,65% do PIB americano, superando até Bill Gates, o todo-poderoso da Microsoft, que detinha o título desde então.

Dono da Standard Oil Company, império que dominou 95% da Indústria de refinação de petróleo nos Estados Unidos e 80% do mercado mundial, Rockefeller suscitava curiosidade entre os americanos, que tentavam adivinhar o quanto ele valia.

A história de sua fortuna foi escrita e reescrita em milhares de páginas de jornais, ao longo de seus quase 98 anos de vida. Entre verdades e mentiras, o que se sabe deste homem, que nasceu em 1839, em Richford, no Estado de Nova York, é que ele escupiu um império quase perfeito, ou quase intocável.

A vida profissional de Rockefeller foi forjada como a de um campeão. Para ele, só havia um vencedor. Esse espírito competitivo e naturalmente darwiniano moldou a personalidade do jovem, aparentemente tímido. Nenhum outro empresário de seu tempo tinha características tão marcantes e centralizadoras para ser o pai do truste.

A voracidade com que ele se atirou no mundo dos negócios revelava também o espírito daqueles tempos. Institucionalizou-se a gula pelo dinheiro, que passou a representar instrumento de desenvolvimento sem rival. Nunca, nem nos idos da Renascença européia, a iniciativa privada exercia um papel tão proeminente.

Bem antes de assumir seu primeiro emprego, como auxiliar de guarda-livros na Hewitt and Tuttle, logo depois de abandonar a escola secundária para frequentar um curso rápido de comércio, Rockefeller já ambicionava uma vida mais promissora. 

Quando recebeu uma proposta salarial de US$ 5.00 mais alta, deixou o emprego onde estava há três anos e meio. O desejo e o gosto pelos cifrões aumentavam na mesma proporção em que manuseava, para o patrão, as notas de alto valor.

Anos depois, numa roda de amigos, lembraria que chegou a ficar horas admirando uma nota de US$ 4 mil que Hewitt lhe entregara para guardar no cofre. Essa história parece contada por alguém da classe baixa, mas a esta altura Rockefeller estava longe de ser pobre.

Sua infância despreocupada foi vivida ao lado dos pais, William e Eliza, numa fazenda de 370 mil metros quadrados na cidade de Moravia. O casal mantinha vários empregados, um luxo somente possível entre os mais abastados. Em 1853, a família se mudou para Cleveland, Ohio.

A afinidade com a mãe já se revelava no caráter. Ambos eram sérios, ponderados e de pouca fala. Rockefeller era avesso a qualquer tipo de ostentação.





Os Rockfeller no tempo

1839 - Nasce John Davison Rockefeller, em 8 de julho, na cidade de Richford, Estado de Nova York.

1859 - Aos 20 anos cria uma firma de vendas por consignação. Fazer o dinheiro trabalhar para si era seu forte.

1862 - Rockerfeller constrói sua primeira refinaria, em Cleveland.

1864 - Casa-se com uma antiga colega de escola, Laura Celestia Spellman, filha de um próspero negociante.

1874 - Nasce John D. Rockefeller Jr. único filho do homem magnata, que mais tarde, incentivado pela mãe, seria grande mecenas da cultura.

1879 - Rockefeller cria um truste com 39 companhias ligadas à Standard Oil.

1888 - O truste é investigado e denunciado pelo Senado Estadual de Nova York. Estava aberta a temporada de caça a Rockefeller.

1896 - Afastado espontaneamente da direção da Standard Oil, Rockefeller continua ditando ordens dos bastidores.

1901 - Ao criar o Instituto Rockefeller de Pesquisa, o magnata começa a forjar uma nova imagem. Aos poucos, o ódio anteriormente alimentado pelos americanos se converte em admiração.

1903 - A saúde de Rockefeller é abalada por distúrbios nervosos.

1905 - Começam os estudos para a criação da Fundação Rockefeller, em Nova York, uma das instituições mais respeitadas até hoje.

João Batista Nunes