segunda-feira, 7 de outubro de 2024

FOI ASSIM A ESCALADA DO 1º TURNO DA CAMPANHA ELEITORAL DE CAMPINA GRANDE-PB

Campina Grande, Paraíba, uma das mais expressivas cidades do interior do Nordeste, tem no período eleitoral um motivo a mais para movimentar o espírito popular fazendo do momento político uma verdadeira efervescência que contagia até mesmo quem jurou de pés juntos, durante o tempo anterior, que odiava políticos, esse sim, é aquele que vai dançando embriagado na frente da passeata puxada pelo paredão.

Esse fenômeno não é recente. Desde os tempos mais longínquos, Campina é assim, provocativa, atrevida, debochada, desafiadora, sobretudo, vencedora nos embates mais renhidos de sua história. Dos velhos comícios de Elpídio de Almeida, Severino Cabral, Enivaldo Ribeiro, Ronaldo Cunha Lima, até os nossos tempos, tempos de Bruno Cunha Lima, neto do doutor Ivandro Cunha Lima, tem sido assim.

Nesse pleito de 2024, ficou evidenciado por parte do arco das oposições um atraso na definição de um nome e das estratégias de conquista do eleitorado em razão da relutância do ex-prefeito, atual deputado federal, Romero Rodrigues em definir seu apoio. As vertentes oposicionistas em suspense, levaram alguns mais próximos como o ex-deputado estadual de pífia expressão política, irmão de Romero, Moacir Rodrigues, assim como o primo, ex-vereador Márcio Melo Rodrigues, ambos beneficiados pelo governo do estado, a afirmarem a certa altura do clímax das expectativas que Romero Rodrigues já havia se posicionado, iria ficar com a oposição à Bruno. Chegou-se até mesmo a delimitar o dia em que Romero faria uma declaração pública. 

O tempo passou e as expectativas naufragaram deixando os principais líderes da oposição em polvorosa. Governador João, que dantes já havia dada a questão como resolvida, voltou atrás ao ponto de dizer que não esperava mais por Romero. O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, tendo o irmão deputado federal Murilo Galdino como principal articulador, tendo como certa a vinda de Romero e depois caindo numa profunda desilusão, afirmou em entrevista à impressão paraibana que Romero não teve um comportamento político coerente, e que sua indecisão não era coisa de homem público.

Enquanto  os oposicionistas vendo os prazos das deliberações partidárias sendo finalizados, e até seguidores de Romero, uns eloquentes "anti Bruno" que puxavam o coro para uma possível candidatura de Romero contra Bruno, ficaram boquiabertos ao se depararem com a resolução definitiva de Romero em apoiar e se engajar na reeleição de Bruno Cunha Lima. 

A campanha começou e os apoiadores foram às ruas, às casas, e as diversas manifestações acompanhando o candidato atual prefeito. As equipes de mostraram aguerridas e os ajuntamentos foram ganhando corpo, multidões eram vistas pelos bairros e distritos de Campina e a onda amarela mostrou força vibrante no semblante de cada apoiador. 

O candidato Bruno tem alguns pontos que vão de encontro à lógica da prática política que ainda está bastante forte na maioria dos estados do Brasil, principalmente no Nordeste. A disputa política desleal, a compra de votos desenfreada que dribla em todos os pleitos as autoridades, com caminhões carregados de cestas básicas transitando nas madrugadas, envelopes de santinhos com quantias de dinheiros, essa prática Bruno além de não aprovar não consente seus apoiadores que o faça. 

Mas do outro lado, da turma que quer ganhar custe o que custar, vem com tudo, e os resultados estão aí. A apresentação de um forasteiro que já chegou mentindo, com o nome citado em processos judiciais envolvendo atos ilícitos com o dinheiro público aplicado na saúde, diferente daqueles "leais forasteiros" que fizeram o nome de Campina Grande crescer. Esse foi o nome que João Azevedo viu-se forçado a apresentar como candidato a prefeito de Campina. 

Chegou enfim o dia da eleição, e ao contabilizar os votos para prefeito e vereadores formou-se o o quadro abaixo. Bruno venceu o primeiro turno, e o candidato do governo projetou-se em segundo lugar. Bruno saiu vitorioso também na composição da maioria na Câmara Municipal de Campina Grande, restando reiniciar a campanha rumo ao segundo turno destas eleições. 














segunda-feira, 4 de setembro de 2023

CAMPINA GRANDE DE LEAIS FORASTEIROS

 Parte da história de Campina Grande tem como protagonistas portugueses, árabes, dinamarqueses, que chegaram aqui e marcaram época, a exemplo do seu fundador, Theodósio de Oliveira Ledo,
de nacionalidade portuguesa


Campina Grande sempre deteve o título de cidade aco­lhedora para os que nela desem­barcam em busca de trabalho, estudos, turismo ou para quem a escolhe como recomeço de vida. Essa característica deu-se ain­da nos tempos de sua fundação, permanecendo até os dias atuais, quando se observa a chegada não só de brasileiros de várias regiões do país, mas de estran­geiros. A propósito, parte da his­tória da Rainha da Borborema tem como protagonistas portu­gueses, árabes, dinamarqueses, que nela chegaram e marcaram época, a exemplo do seu funda­dor Theodósio de Oliveira Ledo, de nacionalidade portuguesa.

Campina de Lauritzen

A cidade também tem como um dos seus primeiros prefei­tos um dinamarquês. Cristiano Lauritzen chegou ao país aos 21 anos e morou em algumas cida­des nordestinas até ir parar em Campina Grande em 1880, após residir por doze anos em Recife, capital pernambucana. Comer­ciante e fazendeiro influente, ele logo se interessou por problemas comuns que abalavam o fran­co desenvolvimento local. 

Em uma de suas viagens ao Rio de Janeiro, ele, por intermédio de amigos ricos e políticos eminen­tes, conseguiu negociar com o Governo Federal a construção da ferrovia para o escoamento do algodão da região de Cam­pina Grande. Essa obra foi um marco para a cidade, e por esse ato e engajamento em outros pleitos, em 1904, conseguiu se eleger prefeito.

Em virtude justamente desse período áureo da comercializa­ção do algodão, inúmeras outras famílias estrangeiras foram se estabelecer na Rainha da Bor­borema, que por muitos anos foi considerada a “Canaã do Nordeste”.

De acordo com os registros do século 19 do Instituto Históri­co de Campina Grande (IHCG), há referências de estrangeiros instalados na cidade, como os Agra, que são de ascendência árabe e de família numerosa que ainda reside no município até os dias atuais.

Todavia, a atividade de es­trangeiros na cidade deu-se ain­da no início de sua formação. “Desde seus primeiros tempos, Campina Grande era uma loca­lidade acolhedora para forastei­ros, que vinham atraídos pelos negócios que faziam em torno do mercado e acabavam se ins­talando na povoação em vista da demanda de ofícios para a fabricação de utensílios de uso corrente e serviços diversos da práxis social, como padeiros, açougueiros, curtidores, ouri­ves, barbeiros, alfaiates, sapatei­ros, oleiros, ferreiros ou funilei­ros”, diz o professor Vanderley de Brito, presidente do Instituto Histórico de Campina Grande. Conforme explica, por meio do português Theodósio, seus des­cendentes formaram a casta de brasões sociais que dominava o cenário político da região, “sobre­tudo os agregados vindos de Por­tugal para desposar suas filhas, que trouxeram outros sobreno­mes lusos que até hoje perduram na região”, informa.

Ele recorda que Campina Grande nasceu em fins do sé­culo 17 de uma aldeia indígena, de nativos da tribo dos bultrins, etnia cariri, e que a primeira refe­rência histórica dessa aldeia é de 1697, tratando-se de uma aldeia de vocação mercantil, ligada a colonizadores e ponto de pouso para mercadores e viajantes.

Além disso, era localizada num setor de entroncamento de estradas reais, logo se tornando “um ponto de confluência de culturas, fazendo-se uma aldeia muito movimentada e atrativa para boiadeiros, almocreves, tangerinos, trovadores, poetas, ciganos, agricultores, mascates e aventureiros”, ressalta.

Uma dessas famílias estrangei­ras instalada em Campina Grande e que ainda nela permanece é a Steinmüller. A prole pisou em terras brasileiras em 1953, perí­odo da Segunda Guerra Mundial, quando a Áustria vivia momentos de terror, com o país em escom­bros, com incertezas, desemprego em alta e fome. 

Diante do cenário, muitos de seus habitantes decidi­ram sair em busca de um lugar melhor para viver com a famí­lia. Um deles foi Wilhelm Gustav Steinmüller. “Ele deixou a mulher e três filhos pequenos na Áustria e veio somente com a cara e a co­ragem, sem nem mesmo saber falar português. Willy, como era mais conhecido, desembarcou em Recife em 12 de setembro de 1953 e logo arranjou emprego em um frigorífico. Dessa forma, teve a documentação de permanência no país regularizada e mandou buscar a família.

Com a estabilidade, a sua esposa e os três filhos, Renate, Helga e Viktor, embarcaram para uma viagem de doze dias rumo ao Brasil. “Foi um recomeço difí­cil para os Steinmüller na capital pernambucana, sobretudo por­que sua esposa não se adaptava ao calor dos trópicos, até que ele ouviu falar de Campina Grande, cidade em desenvolvimento, de clima mais ameno, que oferecia oportunidades para negócios. 

Então, com a indenização do frigorífico onde trabalhava, ele resolveu ousar e mudou-se para Campina Grande com os filhos e a esposa”, relata a professora e também membro do IHCG Ida Steinmüller, a quarta filha dessa família, já com seu nascimento registrado em Campina Grande após a mudança de endereço.

Perspicácia para manter o negócio e atrair os clientes

Os Steinmüller se estabelece­ram na cidade paraibana em 1954 e Wilhelm decidiu continuar atuan­do na mesma área em que traba­lhava na capital pernambucana, começando um negócio de con­servas e frios. Com seu jeito caris­mático, logo fez amizades e conse­guiu empréstimo junto ao Banco do Nordeste para adquirir os pri­meiros maquinários e gerir o em­preendimento. “Em um prédio no Centro da cidade, ele iniciou sua fabricação de salsicha, lingui­ça, mortadela, salame e presunto, que produzia por meio quase ar­tesanal e, em memória à sua terra, deu ao estabelecimento o nome de Salsicharia Vienense. Mas o negó­cio não prosperava porque os pro­dutos embutidos não faziam parte dos hábitos alimentares dos cam­pinenses”, conta Ida.

Ela explica que uma das carac­terísticas do pai era a perspicácia e não aceitou o fato de ter apostado todas suas esperanças em um ne­gócio para não prosperar. Confor­me suas lembranças, a professora ressalta que ele passou a obser­var os costu­mes do povo campinense, conversou com alguns, recebeu conselhos, e percebeu que as pes­soas gosta­vam mesmo era de beber. “Ele foi en­tão a Reci­fe, comprou um barril de chopp, reor­ganizou o ambiente com mesas e cadeiras e no dia 12 de novembro de 1955 inaugurou a primeira cho­peria da cidade, o Chopp do Ale­mão”, destaca.

A choperia recebeu esse nome porque Willy era tido na cidade como um alemão, visto que os campinenses não sabiam bem di­ferenciar um austríaco de um ale­mão. Assim, a família se estabele­ceu em definitivo na cidade onde nasceram mais seis filhos: a pro­fessora Ida e seus irmãos Otto, Ro­berto, Rudolf, Elisabeth e Franz.

“Willy foi genial, pois seu ob­jetivo de transformar a salsicha­ria em lugar também de encontros alegres para consumo de chopp ti­nha a estratagema de habituar os campinenses a saborear seus em­butidos, que entravam a pretexto de aperitivo. De chapéu de feltro com uma peninha verde, típico de tirolês, ele mesmo servia o chopp com espuma e em canecas de vi­dro e seu negócio era semelhante as tabernas, com arcos e tijolinhos à mostra, gerando um ambiente da tradicional cultura dos povos germânicos em Campina Gran­de”, ressalta.

A novidade logo cativou os boêmios e a choperia virou point da cidade. Ele morreu em 1966, mas o negócio ficou na família e até hoje o Chopp do Alemão per­manece em funcionamento no Centro de Campina Grande.


*Matéria publicada originalmente com o título "Terra de Forasteiros", na edição impressa do Jornal A União, de 03 de setembro de 2023.

sábado, 8 de julho de 2023

A MEMÓRIA SOCIAL DAS MARIAS LAVADEIRAS E ENGOMADEIRAS DO JEREMIAS

 


Sim, era comum serem vistas lavadeiras e engomadeiras de roupas até nas calçadas das frentes das casas nos idos de 1980 no bairro do Jeremias em Campina Grande, Paraíba. Nessa época, o governador era Tarcísio de Miranda Burity e Ronaldo Cunha Lima vencia as eleições de 1982 como o prefeito mais bem votado daquele pleito.

O bairro, situado na zona norte da cidade, limite entre os bairros da Palmeira, Monte Santo e Araxá, era formado em sua maioria por famílias de baixa renda, gente muito simples e pobre, prevalecendo o analfabetismo e a desqualificação profissional. 

Em tempos de chuvas, era possível ver verdadeiras cachoeiras que deslizavam ladeiras abaixo com acúmulos de lamas que desaguavam no bueiro na parte de baixo do Jeremias, herança dos governos anteriores. Enivaldo Ribeiro, prefeito anterior, ainda fez uma enorme escadaria de cima a baixo, mas a estrutura foi levada por completo no início do inverno.

Naquele instante de tempo, o Jeremias acumulava homens e mulheres trabalhadoras envolvendo todas as ocupações tradicionais que podiam render algum dinheiro para a feira do mês. Nesse ponto, o ônibus da Cabral era lotado aos sábados de gente dividindo espaço com suas cestas vindas da Feira Central. 

As ocupações eram diversas. Pedreiros, ajudantes, pintores, oficineiros, chapeados (homens que descarregavam cargas de caminhões nos armazéns), mecânicos, costureiras, cozinheiras, empregadas domésticas (hoje, designadas como cuidadoras, secretárias do lar), vigias, parteiras, vendedores, prestanistas, padeiros, carvoeiros, comerciantes e assim por diante. 

Mas dentre todas essas, destacavam-se a de lavadeira e engomadeira de roupas. Mulheres que ajudavam a renda da família trabalhando em casas de gente grã-fina, geralmente em distâncias que davam para ser percorridas diariamente a pé como o bairro do Monte Santo e o Alto Branco.

Essas mulheres costumavam ajustar o ganho por semana ou quinzenal. Elas pegavam um lençol e faziam uma grande trouxa de roupas que traziam com a ajuda de uma rodilha de cabeça para equilibrar o fardo. Uma vez em casa, esbaforida, descansava para preparar o almoço, e depois, começar no tanque improvisado no quintal, onde a roupa trazida já aguardava.

Era utilizado um aditivo para embranquecer determinadas peças, chamado de anil. Um quadradinho azul que servia também para tornar mais coloridas as roupas de estampa e cores específicas.

Depois de lavadas, as roupas eram colocadas, umas para quarar e outras para enxugar nos varais que davam voltas no quintal e na frente das casas. Tudo bem feito, com modéstia e zelo. 

Depois que todas as roupas estavam enxutas. Eram colocadas num cesto. Dai, começava outro processo: o de engomar. Uma bacia pequena com água e um pouco de goma era esperada ao canto da mesa. Lá fora, no quintal, no fogareiro de cimento, o fogo já com uma quantidade de carvão em brasas, pronto para abastecer o reservatório do ferro de engomar. Tratava-se de uma peça rudimentar, que se abria para acomodar as brasas de carvão. 

Com um pequeno lenço, com a delicadeza de gestos, a mulher ia trabalhando peça por peça, dando a devida atenção a cada detalhe e organizando uma após outra, bem dispostas, engomadas e cheirosas o que iria formar envolto no lençol o todo completo de seu trabalho.

Havia, inescapavelmente, os dramas de histórias tristes envolvendo mulheres que viviam com homens alcoólatras e violentos. Desses que sempre estavam recebendo a visita punitiva do comissário de polícia do bairro. Eram vidas amarguradas que trabalhavam muitas vezes para garantir o sustento da família. Mulheres sofridas, de semblantes decaídos, marcados pelos pesares da vida, mas sempre determinadas em suas ocupações.

E assim a lida se firmava ao longo dos anos com elas trazendo seus fardos, rua a cima, rua abaixo, em passos firmes e feições silentes. 

João B Nunes

terça-feira, 8 de novembro de 2022

CUIDADO! NO MARKETPLACE TAMBÉM TEM PICARETAGEM



Os tempos mudaram e nós já estamos vivendo um futuro que há pouco tempo não fazíamos ideia de que seria possível. Como alguém do interior de uma cidade em algum estado do Brasil pode comprar um produto direto da China e essa remessa chegar em seu endereço com um espaço de 20 ou trinta dias, e em muitos casos, com oferta de frete grátis? Pois é. 

Vamos começar conceituando o marketplace. Trata-se de um modelo de negócio que surgiu no Brasil em 2012, também é conhecido como uma espécie de shopping center virtual. É considerado vantajoso para o consumidor, visto que reúne diversas marcas e lojas em um só lugar, facilita a procura pelo melhor produto e melhor preço.

Sem dúvidas, a maior vantagem do marketplace é a visibilidade. Quanto maior a quantidade de visitas que o site possui, mais sólido será o público atingido. Isso elimina a necessidade de investimento de tempo e dinheiro para a divulgação. Um bom exemplo disso, é o Mercado Livre, ele é acessado por milhões de usuários diariamente e é o maior site do segmento. 

Além disso, uma vez que seu produto está na vitrine dos maiores e-commerces, maior a confiança dos clientes para comprá-lo, mesmo que a sua marca ainda seja nova. O site é a porta de entrada e uma vez gerando confiança ao consumidor, ganha credibilidade no mercado. Isso subentende-se que todos os produtos nele comercializados são de confiança e qualidade.

Mas, em milhares de casos, sem a devida proteção dos órgãos fiscalizadores, nem da polícia federal, já que se trata de relação consumerista internacional, nem dos Procons, o consumidor é presa fácil, como nesse caso que passarei a mostrar, à guisa de exemplo.


Em regra, para fisgar vítimas desavisadas, os produtos são bastante atrativos como este óculos, ofertado pela Blaamp, atraindo centenas de compradores, sem quaisquer garantias de prazo de entrega do produto.

Para deixar o cliente fisgado com ares de "boa compra" é enviado uma mensagem gerada eletronicamente, pós efetivação da compra: 

Blaamp
 
 
Pedido aprovado
 
Olá João XXXXX XXXXXX XXXXXX, o status do seu pedido IH78QSVZWY1942 foi atualizado.

Pedido aprovado

Em breve você reberá mais informações. Obrigado!

O cliente, depois de uma espera que ultrapassa os trinta dias, entra em contato com o e-mail disponibilizado pela empresa e recebe como resposta que "por se tratar de uma compra internacional ainda está sendo processada." 

A estratégia da suposta empresa é vencer a expectativa do cliente pelo cansado e por fim o esquecimento e desistência do produto. A oferta permanece em praticamente todas as mídias sociais como instagran, facebook, marketingplaces mundo virtual afora, movimentando milhões à vista grossa da lei.

O que fazer para não cair nessa engano?

Ler, simplesmente, depoimentos de supostos clientes dando testemunhos de compras bem sucedidas e produtos espetaculares não é o melhor caminho, nem indicador de que a empresa ofertante merece credibilidade!

Para terem mais segurança, os consumidores podem, por exemplo, checar a reputação do site em plataformas do governo, conferir se o CNPJ da empresa está ativo na Receita Federal e se existem reclamações de outros compradores nas redes sociais.

As dicas valem tanto para dias normais quanto em campanhas como Black Friday e Semana do Consumidor, época em que criminosos aproveitam a grande divulgação para capturar vítimas.

Todas as lojas virtuais em funcionamento no Brasil devem disponibilizar ao consumidor algumas informações obrigatórias por lei. De acordo com o decreto federal 7.962, de 2013, os sites devem expor, em local de destaque e de fácil visualização, o nome da empresa, CNPJ ou CPF do vendedor, endereço físico e eletrônico da companhia, além de outras informações necessárias para sua localização e contato.

O decreto também determina outras obrigações acerca dos produtos à venda. Os e-commerces devem informar características essenciais da mercadoria, incluindo possíveis riscos à saúde, discriminar separadamente o valor da entrega, seguros ou qualquer outra despesa adicional, as modalidades de pagamento oferecidas e o prazo de entrega. Caso a página que você esteja visitando não contenha todos esses dados de forma clara, desconfie da credibilidade da empresa.

Qualquer pessoa pode consultar um CNPJ pelo site da Receita Federal de forma gratuita e imediata antes de fazer uma compra online. A pesquisa revelará a situação cadastral da empresa, indicando se a companhia está ativa ou se apresenta alguma irregularidade. Pela página, também é possível saber o quadro de sócios e administradores, assim como o capital social, informações que podem ser úteis para compreender melhor o funcionamento daquela marca.

A URL do site pode indicar se um site é confiável ou não. Várias páginas fraudulentas utilizam domínios parecidos com os utilizados por lojistas famosos, trocando apenas algumas letras no endereço, como o objetivo de enganar os consumidores mais desatentos. Vale conferir também se o navegador web apresenta HTTPS e um ícone de cadeado ao lado do endereço da loja — isso sinalizará que aquela página é segura.

Essa matéria lhe ajudou de alguma forma? Deixe seu comentário. 


sábado, 30 de julho de 2022

POR QUE GENTE?


O Homem gênero é um ser que pode ser definido como biopsicohistóricossocial. Nessas múltiplas dimensões ainda pode ser inferida a divisão tricotômica, assim, temos um ser composto de corpo, alma e espírito, ou concebido numa divisão dicotômica, ou dual, na qual o corpo, sendo a parte físico-material está habitado por um espírito que contém a alma, o folego de vida consciente que computa as impressões não interpretadas desde a vida intrauterina até àquelas captadas pelos nossos sentidos que nos fazem compreender em níveis variados a nossa realidade. 

Gente porque somos gente. Simples assim. Indistintamente, sem preconceitos de quaisquer naturezas. E era assim que o maior Mestre que já palmilhou por essa Terra visualizava e ensinava. Gente é pessoa digna de exercer sua cidadania na completude do termo. Que é parte integrante de nossa coexistência, e portanto, gente como a gente.  

Gente que vive as mais variadas e complexas situações, muitas vezes bem pertinho da gente. É a falta de um abraço. A acolhida de um gesto. O sofrer em face de enfermidades, ou a falta de recursos que sufocam expectativas e sonhos. 

Gente que precisa da gente. Porque por mais que a humanidade esteja num processo confuso e conturbado de mazelas sem fim, ainda existe gente que se importa e quer tornar, através de milhares de exemplos de ações solidárias, a vida com mais colorido e significado.


Mais informações sobre esse projeto solidário basta clicar neste link: GENTE - Conexão Solidária


terça-feira, 29 de março de 2022

RATINHO GUNÇO DO JEREMIAS



Uma geração inteira cresceu convivendo com as rotinas de um personagem caricato do Bairro do Jeremias*, era Ratinho, conhecido também como Gunço. 

Ele cresceu alí desde cedo, andarilho. Pegava a lotação da Viação Cabral e ficava para cima e para baixo sem sossegar o facho em casa. Mas se tinha alguma coisa que conseguia prender a atenção daquele rapazinho que nasceu com síndrome de Down, com acentuada feição do mongolismo, era uma campanha política. 

Conhecido dos principais atores políticos de Campina Grande, ele tinha acesso livre em todo comício que se fizesse no Jeremias ou redondeza. Furava qualquer ajuntamento onde a organização tentasse impedir o acesso.

O dom da elocução estava nele. Era comum vê-lo transitar nas ruas do bairro fazendo longos discursos à sua maneira. Segurando um microfone invisível e com impostação de voz, saia gritando frases de efeitos próprias dos políticos. 

E os próprios políticos davam cabimento, e assim, um, dois ou três minutos que lhe passavam o microfone, diante da multidão que acompanhava o comício em palanques montados em caminhão, eram suficientes para acalentar, mesmo que pouco tempo, aquele sonho tão ensaiado por Gunço.

A imagem que utilizamos nessa postagem foi, na verdade, um "santinho" que circulou nas eleições de 1988: "Ruim por ruim - Vote em mim. Ratinho 88." Iniciativa de Marconi da gráfica. 

Essa provocação foi suficiente para Ratinho se trajar com um paletó que precisava de alguns ajustes pelo tamanho exagerado, e a gravata distonante com o arranjo todo, e sair por quase Campina inteira, fazendo longos discursos e incorporar a figura de um político em plena campanha eleitoral.

Muita gente ficava se perguntando se aquilo era verdade, se ele realmente estava registrado como um candidato. A brincadeira durou apenas o tempo da Justiça Eleitoral chamar o feito à ordem, e acabar com aquela brincadeira.

Com o passar do tempo, Ratinho, o Gunço do Jeremias, ficou íntimo dos principais personagens políticos da cidade. Transitava livremente pela casa de Ronaldo Cunha Lima, com outros políticos ia para veraneios e assim por diante. 

Almas caridosas ligadas a essas famílias de políticos cuidaram de outros males de Ratinho, gastando com tratamentos clínicos que tornaram a vida de Gunço menos sofrida. 

Apesar disso, era possível vê-lo sempre fumando, às vezes, bêbado, e houve tempo também que ele até entrou para a lei do crentes, andando arrumado, com gravata e bíblia na mão, depois saiu da igreja e, num compasso menos agitado, talvez pela idade, segue sua vida pelas ruas do Bairro do Jeremias. 

João Batista Nunes

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Um dos mais antigos bairros populares de Campina Grande, Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil.