Houve tempo em que as pessoas costumavam andar para as mais variadas direções de distancia curta. Mas quem tinha pressa,
ia de bicicleta. A evolução do uso consagrou o ciclismo, alias um item de
mobilidade fortemente atrelado à sustentabilidade urbana.
O ciclismo é definido sob duas formas: como
“a arte de andar de bicicleta” e como “o esporte das corridas de bicicletas”
(HOLLANDA, 1975, p.323). Pode-se perceber então a amplitude da primeira
definição com relação à segunda.
Mas como o ciclismo se expressava nas cidades
de grande portes, como as capitais em tempos de profundas mudanças como na
transição dos séculos XIX e XX?
O processo de “nascimento” de uma invenção é
algo complexo, e geralmente não ocorre de forma repentina. Assim foi com a
bicicleta. Desde os primeiros desenhos, modelos, protótipos e esquemas que
lembram, mesmo que de longe, essa máquina de duas rodas, muito tempo e avanços
tecnológicos – além da dedicação de pessoas no desenvolvimento desta máquina –
foram necessários até que a mesma sofresse as transformações que a fizesse ser
reconhecida como a bicicleta.
Estudos dedicados à história da bicicleta
geralmente apresentam registros de dois modelos com importantes antecessores. O
primeiro, um desenho entre os inúmeros projetos de Leonardo da Vinci, muito
semelhante à bicicleta, que não chegou a ser testado ou construído. O outro, a
Draisana, máquina de madeira que consistia em duas rodas ligadas por um tronco.
Inventada pelo Barão de Drassler, na Alemanha, a Draisana tinha sua utilização
restrita às decidas, uma vez que se tratava de estruturas rígidas em madeira,
não sendo possível a mudança de direção ou da velocidade.
Agora era o homem que controlava a máquina.
Os velocípedes, como eram chamados, se desenvolveram rapidamente, e dentro de
pouco tempo seria possível encontrar máquinas de duas, três e quatro rodas,
construídas das mais variadas formas.
Um dos primeiros modelos, e dos mais
conhecidos, era o chamado grand-bi. Como o pedal era fixado no eixo da roda dianteira,
esta tinha o seu diâmetro bem maior que a traseira, aumentando assim o
deslocamento a cada giro do mesmo. O banco era posicionado praticamente acima
da roda motriz, o que fazia com que o ciclista se posicionasse assentado, com o
tronco praticamente a 90 graus em relação ao banco.
Em 1880, talvez a mais importante
modificação: a empresa inglesa Tangent and Conventry Tricycle Company lança um
modelo revolucionário para a época, chamado bicyclette. Suas maiores inovações
eram as rodas de mesmo diâmetro aliadas à engrenagem por corrente na roda
traseira (VIGARELLO, 1988).
A invenção da engrenagem por correntes
modificou completamente a forma do ciclista se posicionar sobre a bicicleta,
além de, em pouco tempo, substituir por completo o grand-bi. Esses dois
exemplos – o velocípede de Henri Michaux e a bicyclette de engrenagem por
correntes – são importantes transformações na história da bicicleta, pois
envolveram mudanças também na posição dos corpos dos ciclistas, bem como na
forma de pedalar.
Guardados os devidos avanços na ciência e na
tecnologia dos novos materiais, os primeiros modelos com engrenagem por
correntes já se assemelhavam bastante com os atuais modelos de bicicletas
encontrados no mercado. Destacamos entre eles o modelo chamado comparado Rover,
de 1885, bicicleta que guarda poucas diferenças em sua estrutura, quando
comparada aos modelos de passeio atuais.
João Batista Nunes
Psicólogo e Acadêmico de Direito
Bibliografia
HOLLANDA, Aurélio Buarque de. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro; Nova Fronteira, 1998.
HOLLANDA, Aurélio Buarque de. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro; Nova Fronteira, 1998.
VIGARELLO, Georges. Passion
Sport: Histoire d’une Culture. Paris: Textuel, 2000.
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