...COMO AS ÁGUAS DE UM RIO.
Ano novo, novas expectativas, novos sonhos, novas metas e por ai em diante. De tudo que se possa dizer sobre esse maravilhoso espetáculo da vida a suma é: deixe as águas do rio seguir seu curso. Essa filosofia só poderia ter sua origem na orientalidade, isto justificada na própria maneira como indivíduos de determinada parte do mundo já se desenvolve numa cultura da observação.
Observam eles o que nós, dessa parte do mundo, insistimos em não ver, ou pelo menos somos tardios. Nos estressamos facilmente com coisas bobas, perdemos a paciência cada vez mais com situações triviais, normalmente contornadas se não fora nossa pressa em resolve-las na base do imediatismo.
Nunca tivemos tantas facilidades tecnológicas, e tantas distâncias minimizadas, pelo avanço tecnológico iremos muito mais além, só não podemos nos esquecer nossa condição humana, da nossa transitoriedade, de nossa passagem fugaz e por isso mesmo precisamos reaprender aspectos que nos tornaríamos mais felizes se nos detivéssemos mais para observar a simplicidade objetiva daquilo que está ao redor de cada um de nós. E, nesse aspecto, a observação contemplativa da riqueza imensa que representa um dia de vida, quaisquer outros aspectos perdem a condição de primazia.
Não foi por acaso que o maior mestre de todos os tempos que já andou entre nós afirmou tentando sanar, curar-nos dessa tendência neurotizante provocada pelo imediatismo das coisas, afirmando que as muitas preocupações não poderão acrescentes nenhum fio de cabelo à nossa cabeça.
Ele que andou e cumpriu sua missão em perfeita harmonia com o cosmos, com as leis estabelecidas pelo Autor do Universo tinha a nítida compreensão da existência de uma sistema tão complexo que rege todas as coisas animadas e inanimadas que, subtendo-as a leis as quais não podemos mudar.
Um sistema que não dispensa uma única espécie animal ou vegetal, unindo num todo a coexistência para manutenção desse equilíbrio de forças que são responsáveis pela renovação cíclica da vida seja na terra, nos mares no ar, tudo gira em torno desse dinamismo e as coisas mais simples do mundo são exatamente as mais necessárias nesse intrincado movimento, de tal modo que a nossa alma humana não tem muito tempo disponível para se deleitar com tantas maravilhas postas a nosso dispor, quanto mais se nos apegarmos a superficialidade estéril das coisas.
Portanto, desligue um pouco a televisão, saia com amigos, visite àquele (a) que você há muito tempo não vê, caminhe pela praia, sentido as areias por entre os dedos dos pés, contemple às árvores, as plantas, as flores, o azul do céu, o nascente do sol. Chore sem receio nem vergonha, sorria, ame, perdoe, esqueça as mágoas, renove-se, deixe as águas do rio seguir seu curso e a vida, seu rumo.
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