terça-feira, 7 de agosto de 2012

GOEBBELS E O MINISTÉRIO DA PROPAGANDA DO FÜHRER

Estudando os elementos perceptuais que formam a imagem (Max Wertheimer, Koffka e Köhller, 1910) fiquei impressionado com o potencial que tem as imagens em influenciar e até mesmo alterar em níveis variados o comportamento humano fazendo com que o cérebro responda aos mais diversos tipos de estímulos, podendo inclusive, tais imagens estar a serviço da manipulação política.

O Terceiro Reich soube, com maestria, apropriar-se desse conhecimento para executar os intentos do Führer, Adolf Hitler. Com uma Alemanha vivendo uma séria crise econômica e o povo convivendo com sentimentos conflituosos, frustantes, próprios de uma época de recessão, desemprego, fome, elementos  que, reunidos, compuseram o cenário perfeito para ascensão de um "messias", como a sociologia e a história universal são recorrentes em apontá-los; só restava preparar o instrumento pelo qual a imagem do plano redentor da Alemanha se tornaria conhecido: a propaganda. 

O poder da propaganda começou a ser entendido por Hitler a partir dos discursos tímidos que no começo parecia não fazer efeito algum. Mas, na essência, a marca do projeto nazista estava apenas sendo esboçada a cada mensagem lançada. 

Quando o programa de Hitler se achava pronto para ser executado, o item da imagem ganhou importância crucial: era preciso mexer com o povo, sentir o pulsar do sangue nas veias, motivá-los! A primeira linha ofensiva foi instituir a imagem da Herrenrasse. Para Hitler, a raça ariana era superior sob todos os aspectos. Quanto mais alimentasse essa imagem, mas um sentimento de orgulho misturado com revolta tomava conta da nação. Esse é o tipo de imagem explosiva, os alemães começaram a ver o povo judeu e outros grupos como indesejáveis. O ódio mortal estava sendo propagado.

É preciso trabalhar a imagem na medida certa para atingir objetivos específicos. Uma propaganda bem dirigida consegue a proeza da modelagem comportamental, termo cunhado pelo camarada fisiologista russo, Ivan Pavlov (1849).

Tendo assumido o poder, Hitler logo instituiu o Ministério da Propaganda e nomeou Joseph Goebbels, amigo seu e hábil orador para a pasta. Goebbels, entendedor da cultura, arte cinema e literatura, não poupou esforços para se notabilizar transformando a Alemanha Nazista numa nova Potencia Mundial, era o tão perseguido sonho da dominação da Raça Ariana sobre todas as demais inferiores.

Goebbels atuou em todas as frentes. No cinema produziu filmes destacando a superioridade alemã. A figura do super soldado alemão era tratada especial desvelo. Dessa iniciativa, emergiu a juventude hitlerista, adolescentes e jovens que poderiam dar a própria vida - sem hesitar - para salvar o Führer.

Na literatura, caçou os direitos intelectuais dos principais autores e inúmeras obras julgadas subversivas eram queimadas em praça pública, como registra Peter Gay, biógrafo de Freud. Obras científicas de valor inestimáveis foram reduzidas a cinzas pela Gestapo, cujos agentes secretos podiam estar em qualquer lugar de frequentação pública como teatros, rádios, encontros científicos, cafés e conversas de corredores.

Engenhoso, mesmo nos momentos que anunciavam a derrota do Nazismo, Goebbels procurava criar cenários que apregoavam o heroísmo, a virada triunfal de Hitler. Se houvesse uma avenida destruída pelos constantes bombardeios do avanço nas nações aliadas e o Alto Comando tivesse que passar por ali, especialistas em cenários recriavam exatamente como era cada detalhe, e a avenida cenográfica estava pronta para Hitler passar com todas as honras e pompas de um conquistador numa Alemanha que jamais se renderá (até que a história provou o contrário). __________
Sugestões de Leitura: O QUE PODEMOS APRENDER COM O FÜHRER
 http://jbnunes-vitrine.blogspot.com.br/2009/09/o-que-podemos-aprender-com-o-fuhrer.html

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