quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

FREUD E O COMPLEXO DE ÉDIPO

Édipo é o personagem principal de uma antiga lenda grega cuja história foi marcada por dois acontecimentos trágicos: Édipo casou-se com sua mãe e matou o seu próprio pai. Depois disso, corruído pelo remorso, furou os seus próprios olhos para se punir. Essa mesma história, diz Freud, repete-se na vida das crianças em relação aos seus pais e mães.

De modo geral, segundo Freud, isso acontece quando o menino começa a manifestar uma exagerada preferência pela mãe. O menino passa a desejar sua mãe somente para êle, tornando-se ciumento em relação ao pai e faz tudo para eliminá-lo de sua convivência com a mãe. Ao mesmo tempo que isso, ou posteriormente, sente-se culpado de uma falta grave, experimenta remorsos em relação ao pai. A mesma que se dá ao complexo de Édipo.

O fato de que as crianças sejam capazes de ter sentimentos amorosos em relação aos pais não se constitui motivo de espanto para nós, pois já sabemos que as crianças tem vida sexual e o seu sexo não se manifesta de forma genital. Freud afirma, além disso, que o Complexo de Édipo não desaparece normalmente durante a infância. Com o simples passar do tempo o complexo vai se dissolvendo e surge em seu lugar um perfeito equilíbrio nas relações entre pais e filhos. Quando a evolução é normal, as coisas se passam mais ou menos da seguinte forma:
1) O menino se liga à sua mãe através dos cuidados, as atenções e os carinhos maternais. Com o tempo ele passa a querer sua mãe só para si: deseja possuí-la totalmente (claro, não no sentido genital). 2) Pouco a pouco ele descobre a importância do pai. Percebe que não é só ele que ama a sua mãe. O pai também a ama e por isso torna-se seu rival. 3) O menino deseja casar com sua mãe, desejará possuí-la completamente para si, sem interferência do pai. 4) Como ela já tem um marido, o menino deseja eliminar aquele rival importuno. Luta para conseguir isso, mas evidentemente não pode vencer o pai pois este é muito mais poderoso do que ele. O jeito que encontra para se vingar é o de tornar-se agressivo, cínico, desobediente, zombeteiro etc. 5) Com o tempo, o menino muda sua maneira de amar. Em vez de querer a mãe só para si, ele passa daqui por diante a uma nova tendência: deseja proteger sua mãe, tenta envolvê-la com o manto protetor contra o que possa vir contra ela. Não permite que ninguém a magoe. (Continua...)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O FATOR HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES


Antes de tudo, para início de conversa, precisamos saber exatamente o que significa a palavra fator. Para a Psicologia Experimental, fator é uma variável que pode ser quantificada e controlada. HOUAIS (2004) define fator como "elemento que concorre para uma resultado".

Dentre os vários fatores envolvidos numa dada organização, um dos mais importantes é o fator humano.O estudo do fator humano nas organizações podem ser divididos, segundo WEIL (1980) em três partes principais: A) Adaptação do Homem ao trabalho; B) Adaptação do trabalho ao Homem; e, C) Adaptação do Homem ao Homem.

ADAPTAÇÃO DO HOMEM AO TRABALHO. É possível, hoje, com relativa facilidade, por meio de exames psicológicos, classificar as pessoas em função das suas aptidões, gostos, interesses e personalidade. Pode-se até afirmar que 50% dos colocados num emprego podem estar sujeitos a dentro de um ano estarem resumidos em apenas 10%.
Aqui vale a máxima popular: cada macaco em seu galho.

ADAPTAÇÃO DO TRABALHO AO HOMEM. O ambiente físico de trabalho, a maquinaria, as instalações em geral, têm de ser adaptados ao Homem. E nesse aspecto a ergonomia tem fundamental importância, pois fatores como satisfação, rendimento, saúde no trabalho vão estar sendo equacionados. Um outro prisma precisa ser destacado: a psicologia das cores. Paredes pintadas de cor verde ou amarela podem contribuir para um bom rendimento, na produção, ao passo que cores cinza e escura, com suas variáveis, tendem a indispor a mente, elas deprimem e provoca diminuição de ritmos no trabalho.

A cor vermelha é mais estimulante que a amarela, porém, provoca, ao longo do tempo, cansaço e irritação. Outro exemplo, já clássico, é a adaptação dos assentos à fisiologia de cada pessoa. O aspecto ergométrico, já destacado.

ADAPTAÇÃO DO HOMEM AO HOMEM. Quando as engrenagens no trabalho não estão girando harmoniosamente é porque ainda não foi criado na empresa um ambiente satisfatório de trabalho, alicerçado na confiança mútua e de respeito humano. Ora, sabe-se que uma pessoa que faz uma coisa ciente da importância do seu trabalho e do seu respectivo valor, produz muito mais do que uma pessoa da qual se pede simplesmente obediência.

Reuniões periódicas dos dirigentes e do pessoal nos diferentes graus de hierarquia, nas quais se debatem os problemas da empresa com franqueza e sem "panos quentes" aliadas a um sistema justo de promoção e de remuneração, feito a céu aberto e não às escondidas, cria ambiente de confiança e de cordialidade. Outra máxima para fechar o assunto: "Você pode comprar o tempo de um Homem; Você pode comprar a presença física de um Homem em determinado lugar; Você pode igualmente comprar certa atividade muscular, pagando-a por hora ou por dia; mas Você não pode comprar entusiamo; Você não pode comprar iniciativa; Você não pode comprar devoção de corações, de espíritos, de almas; essas virtudes Você terá que conquistá-las".
(S.B. Scott).


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HOUAISS, A. Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Editora Objetiva: Rio de Janeiro, 2004.
WEIL, Pierre. Relações Humanas na Família e no Trabalho. Editora Vozes: Petropoles-RJ, 1980.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CAPACITAÇÃO SOLIDÁRIA: FAÇA SUA PARTE


Para quem não sabe, existem centenas de profissionais, de diferentes áreas, super comprometidos com seus afazeres, agenda sempre esgotada; contudo, conseguem reservar um pouco de seu tempo para se dedicar ao aprendizado social e técnico de pessoas em situação de vulnerabilidade social, isto, sem cobrar absolutamente nada! Eles nem chegam a aparecer na televisão. Mas estão nas periferias treinando, capacitando, instruindo jovens e adultos, ajudando-os de uma forma ou outra na busca de seus ideais. E isto é simplesmente, gratificante.

Gratificante porque não há nada mais prazeroso e recompensador do que trabalhar as capacidades múltiplas das pessoas, fazê-las enxergar o futuro atingível através de idéias, troca de informações, lapidação e aperfeiçoamento.

Essa foi a minha experiência prática num dos bairros da cidade de Campina Grande-Paraíba. Primeiro, fiz um levantamento sócio-econômico de uma dos bairros periféricos mais antigos da cidade. Nesse levantamento, com a ajudinha do IBGE (Indicadores Sociais), é claro, eu descobri que o bairro que elegi tinha 12 mil habitantes, 55% da população sobrevivia com renda mensal de 1 a 2 salários mínimos, isto quer dizer, que na grande maioria das residências com 5 a 8 membros por família, o dinheiro mal dava para assegurar o alimento. E nessa parcela, estavam jovens que cedo se envolviam com a prostituição e drogas. Um dos maiores índices de criminalidade de Campina era dessa bairro.

Enfim, mantive contato com a presidenta da Associação de Moradores do Bairro, fiz os combinados para a primeira faze que consistia de divulgação e inscrição gratuita do CURSO DE CAPACITAÇÃO SOLIDÁRIA com o tema: EMPREGABILIDADE: DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS.

A segunda fase, foi a organização do conteúdo. Dividi o curso em quatro partes: I - Como organizar o currículo corretamente; II - Como Encarar a Entrevista Psicológica; III - Como Encarar os Testes Psicológicos; IV - Desenvolvendo a Empregabilidade.

Com o conteúdo organizado, minha preocupação era a forma como transmití-lo para jovens que não eram familiarizados com muitos dos termos que fazia parte do pacote. Para tanto, utilizei a metodologia de treinamento avançado do Friedrich Naumann Instituto e alguns detalhes da Metodologia MetaPlan da ONU.

O layout do Cartaz-convite, que esteve quinze dias antes, afixado nos pontos de comércio do próprio bairro, assim como a padronização das apostilas e ficha de inscrição eu mesmo desenvolvi no CorelDrawn X5, como medida de redução de custos.

Fiquei surpreso no dia da inscrição. Com um número relativamente grande de jovens e adultos interessados no curso, dividimos os horários e então, passamos a ministrá-lo. Foi um sucesso. No final, fizemos uma pequena festa para a entrega de certificados. E todos saímos satisfeitos. Mas, eu particularmente, aprendi muito mais com eles do que eles comigo. Aprendi a enxergar a vida com o alargamento dos muitos olhares e as multiformes perspectivas.

Foi uma experiência que valeu a pena. E eu a recomendo a todos que desejarem aprofundar sua visão de vida.

TODOS SOMOS GANANCIOSOS


Em certo nível, todos somos gananciosos. Faz parte do ego. Quer admitamos ou não. Resta cada um de nós saber identificar o grau evolutivo ou involutivo da ganância que existente e conforme o caso, tratar de manter fora de alcance das pessoas em redor.

De acordo com S.K Scott in Salomão, o Homem mais rico que já existiu, a ganância tem consequências, e ela pode roubar nossa vida. Ela pode também destruir nossa segurança financeira e afetar nossos entes queridos, levando-nos, por conseguinte, a falência emocional, extinguindo nossa felicidade, roubando-nos o sentido da vida.

Gananciosos trazem desarmonia para seus próprios lares. No começo a pessoa pensa em ganhar mais, apenas um pouquinho. Depois, mais um pouquinho e quando menos se espera, todo o tempo passa a ser canalizado apenas para o que se tornou numa irresistível sede de ganhar. Não existe mais tempo para esposa e filhos, nem para as reuniões sociais com amigos e a igreja.

Muitos dos relatos clínicos de adolescentes e jovens que caíram nas drogas têm relação direta com a ausência de seus pais nos eventos mais simples de suas vidas. Tudo o que eles queriam na verdade, não era dinheiro ou bens de consumo imediato. Era apenas a companhia de seus pais. A ganância consegue tirar todos os verdadeiros bens de nossa vida. O que mais importa, a paz, a tranquilidade, o conforto de nossa família.

A ganância nos torna cegos crônicos. Não conseguimos enxergar o que mais importa. À medida que conquistamos nossos objetivos adquirimos as coisas que queríamos, em vez de sentirmos gratidão e o desejo de compartilharmos a alegria pelo o que se tem, concentramo-nos naquilo que ainda não temos. A ganância nos rouba até o sentido de satisfação para alargar a sede incontida de ter mais e mais e mais. A alma parece nunca se fartar.

Depois de muito lutar alimentando a ganância instaurada no coração, descobrimos que o tempo passou, e o muito que foi desperdiçado buscando enriquecer cada vez mais, não resultou senão em desilusões. Nos deparamos com a amargura da velhice e com ela a solidão. Descobrimos que passamos pela vida inteira sendo expectro de Homem, passamos pelo vida, sem tê-la vivido.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O MORRO DO ALEMÃO E AS FORÇAS ARMADAS


Assistindo daqui, de minha poltrona, as intervenções militares de combate ao crime organizado do Rio de Janeiro, operações reais que deixaram algumas produções hollywoodianas bestas no hall dos filmecos, percebi a necessidade e até urgência que o Brasil tem de envolver o contingente que está na sua maioria aquartelada, perdida entre treinamentos de rotina e trabalhos burocráticos, em mais ações dessa natureza. Quem advogava a tese de inconstitucionalidade das tropas federais em táticas urbanas hoje se cala diante do agravo que se instaurou no Brasil por meio do crime organizado que gerenciava a comercialização de drogas, que impunha suas "leis" arbitrárias contra a população civil.
O uso das forças militares nessas intervenções contra o crime organizado se justifica quando há evidências de falhas estruturais no monitoramento de fronteiras por onde a maior parte dos entorpecentes entra no País, além do armamento pesado que circula nas mãos dos criminosos. Se a Constituição Federal diz que "a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; polícias civis; e, policias militares e corpos de bombeiros militares" (Cap. III - Da Segurança Pública, Art. 144, incisos I-V), a mesma Carta Magna aponta o artigo 142 nos seguintes termos: "As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem" (Ibidem).
Harmonizando as competências, vê-se que intervenções das Forças Armadas em ações planejadas e coordenadas numa soma de forças na qual a força policial experiente e igualmente competente se junte para destronar impérios das drogas como no Rio de Janeiro é plenamente aceitável. Isto para a manutenção da ordem pública e principalmente para a preservação da incolumidade do cidadão. Mas continuo achando, que se o efetivo militar das Forças Armadas cumprirem seu papel na ampliação da guarda de fronteira, então, um passo enorme terá sido dado no enfrentamento do problema.
É claro que, num País de dimensões continentais, não é fácil, nem simples estabelecer um cronograma permanente de monitoramento de fronteira, falta contingente e equipamento, mas com o que se tem já é um bom começo.