A palavra “motivação” é
derivada do latim motivus e refere-se a “tudo aquilo que pode fazer mover”,
“que causa ou determina alguma coisa” ou “o fim ou razão de uma ação”. Desse
modo, faz sentido dizer que uma teoria da motivação é uma teoria da ação.
E, como a ação humana é
multicausal e contextual, envolvendo aspectos biológicos, psicológicos,
históricos, sociológicos e culturais, as pesquisas sobre motivação passaram a
utilizar múltiplos critérios de mensuração, procurando relacionar esse conceito
a outros que permitissem a ampliação da compreensão da conduta humana.
Conforme destacado por
Zanneli (2019) apud Salanova;
Hontangas; Peiró, 1996, p. 216, a motivação como processo psicológico básico
pode ser definida como uma ação dirigida a objetivos, sendo autorregulada,
biológica ou cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de
necessidades, emoções, valores, metas e expectativas.
O primeiro modelo de
classificação divide as teorias da motivação em dois grupos: teorias de
conteúdo e de processo. O primeiro explica a motivação humana a partir das
necessidades (ou carências), afirmando que a conduta é orientada para sua
satisfação.
A preocupação está em
apontar os diferentes tipos de necessidades que orientam as ações humanas
(Pérez-Ramos, 1990). No segundo grupo, a motivação é compreendida como um
processo de tomada de decisão em que estão em jogo as percepções, os objetivos,
as expectativas e as metas pessoais.
No segundo modelo de
classificação (Thierry, 1994), as teorias de conteúdo são diferenciadas das de
processo, mas também é evidenciada outra dimensão de diferenciação entre as teorias
da motivação, visto que algumas delas fazem referência ao reforço da conduta e
outras, à cognição.
O argumento que justifica
a inclusão dessa nova dimensão no modelo de classificação é o de que as
teorias, ao discutirem a importância do reforço na motivação, dirigem sua atenção
para o que acontece depois da ação ou da conduta (fator externo), ou seja, ao
que faz aumentar as chances de ela vir a se repetir (a pessoa continuar
motivada a repetir aquela ação).
De modo distinto, as
teorias que enfatizam a cognição dirigem a atenção para o que acontece no
sistema cognitivo da pessoa (fator interno), ou seja, nas percepções, nas
interpretações e nas informações armazenadas, tratadas e recuperadas, conforme
a necessidade da pessoa de tomar decisões.
Assim, a motivação seria
decorrente não do que acontece depois que a pessoa age (recompensa), mas do que
ocorre na sua mente (desejos, intenções e metas) e orienta o que ela irá fazer
no futuro.
João Batista Nunes
Acadêmico de Direito/Formado em Psicologia.
João Batista Nunes
Acadêmico de Direito/Formado em Psicologia.
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