domingo, 29 de março de 2020

UMA HISTÓRIA QUE SEMPRE SE REPETE


A história da humanidade passa por uma repaginação toda vez que moléstias se propagam e causam uma drástica experiência na vida e nos modos de viver no planeta. Na Idade Média foi assim em se tratando de um ataque de micro organismos. No século XX, o Vírus Ebola no Continente Africano nos reaviva o drama humano. E, agora, em pleno século XXI mais um lembrete de nossa vulnerabilidade, um vírus que de tão pequeno não podemos ver, causador de tamanha devastação.

Em nosso tempo as promessas da ciência em seus variados campos pareciam nos levar a criar uma consciência completamente desvencilhada do conceito de Deus. Mas, no caos que se anuncia com centenas e milhares de mortes em vários países, o senso religioso é reavivado. 

Parece óbvio que com os melhoramentos técnicos e aprimoramentos nos métodos de cultivo e manutenção da qualidade da produção agropecuária voltados para a sustentabilidade a vida, enfim, poderia seguir seu curso garantindo alimento e qualidade de vida para a maioria das pessoas.

Mas, tudo isso talvez seja eclipsado pela ganância, avareza, orgulho e inveja que acompanha o ser humano desde os primórdios mais longínquos de sua existência. Parece até que os seres humanos são, na verdade, os verdadeiros vírus infectos da terra, pois aonde pôs as mãos não somente modificou a natureza das coisas, mas alterou o DNA da normalidade, do belo, do natural.

Milhões e milhões de vidas ceifadas de 1939 à 1945, em sua grande maioria civis, era a Segunda Guerra Mundial. Calcula-se um total de 85 milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial, onde mais de 50 milhões foram civis. 

Com o fim da Guerra, as Nações Unidas dava início aos planos para mitigar a fome e demais consequências desse período. O Estado de Bem-estar social era um deles. Mas o resultado obedecia ao final apenas uma lógica: 80% de tudo que a humanidade produzia era consumido apenas por 2% da população do Planeta. E pouco mais de 13% da produção mundial era consumida pela imensa maioria, numa clara mensagem de uma concentração exorbitante de riquezas e meios de produção nas mãos de uns poucos e pouquíssima distribuição para muitos.

É evidente que esse sistema chegou a exaustão, e os apelos por quebra de paradigmas forçaram gradualmente, mas não representativo ainda, o compartilhamento de bens e serviços. Tudo ainda se mostra nítido de quão perverso e mesquinho é o sistema que regula e tenta harmonizar o modus de vida do ser humano no Planeta.

O ser humano, entretanto, não é um ser abjeto. Ele tem virtudes, embora estejam em um avançado processo de extinção. Vez por outra somos surpreendidos por atos de coragem, amor, empatia, fé, que implicam em mudanças de paradigmas e por isso talvez ainda possamos vir por mais um pouco na Terra.

João B Nunes

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