A vida se desenvolve entre o
público e o privado dentro de uma trama social. De acordo com o dicionário
Aurélio (2015), “trama” é ‘um conjunto de fios passados no sentido transversal
do tear, entre os fios da urdidura.’
Partindo desse mote, a
sociologia passou a falar de trama social, entrelaçamento de vivências que
formam o “tecido social”. Esse tecido social é construído de conexões, ou seja,
redes sociais que criamos o tempo todo (antes, muito antes, de se popularizar as
‘redes sociais’ da internet).
Do ponto de vista da
psicologia, desse fenômeno social surge a homofilia,
a tendência consciente ou inconsciente que cada um de nós temos, de buscar nos
associar a pessoas que se, em variados graus, parecessem com a gente.
A palavra literalmente
significa “amar os iguais”, o que Nicholas A. Christakis & James H. Fowler
(In: O poder das Conexões, editora Campos Elservier, 2009) utiliza para
demonstrar a importância do networking e como ele molda nossas vidas, indicando
as implicações de escolhas, interesses e preferências compartilhadas com
aquelas pessoas que escolhemos para manter nosso networking (rede de contatos).
Um exemplo clássico do que
seria praticamente inviável é um torcedor frenético do Flamengo ou Coríntias
querer se associar “por afinidade” a um jogador de pôquer.
Os níveis variados de
contatos que temos com nossa rede social podem nos revelar que tipo de pessoa
somos e quão diferentes podemos ser em relação aos demais. E aí estão as redes
sociais virtuais proporcionadas pelas mídias sociais, cujos conteúdos
interativos como manifestações de satisfação, desgosto, indignação etc. acabam
por revelar muito do que somos, mesmo que essa não seja a intensão, obviamente.
Um ponto importante
destacado por Christakis & Fowler (2009) é que podemos ser moldado pelas
redes sociais, ou seja, que podemos ser afetados pela rede. Somos tão
vulneráveis que os amigos dos amigos dos nossos amigos podem nos afetar na rede
social. Ou reproduzimos os mesmos conteúdos de forma quase automática ou
rechaçamos, mas que somos afetados, isso sim, somos.
Isto implica em dizermos que
a mera forma da rede em nós não é o mais importante, naturalmente. Mas sim, o
que de fato flui ao longo dessas conexões.
Em relação às redes sociais
podemos ser afetados de tal forma que nos achamos enredados defendendo uma
“verdade” cujo conteúdo e contexto não temos a menor ideia e fazer juízos de
valor cujos fundamentos nos faltam.
Esses fatores irão
contribuir apenas para nos lembrar do lado humano com suas falibilidades tão
marcantes e que mesmo assim, não podemos abrir mão de nossas conexões, buscando
avaliar a cada gesto em que grau estamos ou não sendo influenciados, e
sobretudo, quão proveitoso e edificante poderá ser-nos uma rede de conexões
mediada pela ética, fortalecimento de amizades, identificação de oportunidades
de negócios, descobertas de talentos e tantas outras possibilidades, igualmente
salutares.
João B Nunes
joaobnunespb@hotmail.com
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