terça-feira, 22 de outubro de 2019

FREUD E A LIBIDO


A libido é o conceito de Sigmund Freud que designa o aspecto mental da energia sexual que está por trás das várias transformações dos impulsos sexuais. É um conceito teórico que, como veremos, foi elaborado em princípio para esclarecer as observações clinicas patológicas de pacientes neuróticos, em que as tensões sexuais associadas a ideias sexuais eram tidas como fundamentais no aparecimento da angústia e de outros sintomas. 

A libido ocupou um lugar cada vez mais importante na teoria freudiana do psiquismo e no seu desenvolvimento. Com o tempo, Freud passou a incluir observações de afecções mais psicotizantes, como a psicose maníaco-depressiva, a hipocondria e a paranoia.

O conceito de libido seria substituído pelo Eros, ao qual foi incorporado, quando Freud introduziu uma teoria da sexualidade mais ampla e correlacionada com a filosofia da Antiguidade. Podemos encarar as mudanças teóricas de Freud como uma passagem da investigação das minúcias da vida sexual dos seus pacientes para a consideração do lugar fundamental da vida e da morte na condição humana.

Na teoria freudiana das pulsões sexuais, libido é um conceito tanto “quantitativo”, relativo à quantidade hipotética de energia sexual que motiva os impulsos sexuais, quanto “qualitativo”, uma vez que a libido diz respeito especificamente às pulsões sexuais. 

Não deve ser confundido com energia psíquica na acepção geral. Segundo Freud, a libido é [...] uma força quantitativamente variável que poderia servir de medida dos processos e das transformações que ocorrem no âmbito da excitação sexual. Diferenciamos essa libido, por sua origem particular, da energia que se supõe subjacente aos processos mentais em geral, e assim também lhe atribuímos um caráter qualitativo.

A libido é, portanto, um recurso hipotético para medir os processos sexuais, uma unidade imaginária de mensuração quantitativa, é um conceito. É o que o psicanalista francês Jacques Lacan descreveu como [...] Uma quantidade que não se sabe como medir, cuja natureza se desconhece, mas que sempre se presume existir. 

Essa noção quantitativa permite unificar a variação em resultados qualitativos e da certa coerência ao modo pelo qual eles se sucedem. A noção de libido é uma forma de unificação no âmbito dos resultados psicanalíticos.

Por fim, de acordo com Freud, a libido também tem relação com a natureza do amor e do desejo, ou com luxúria e desejo sexual, que é o significado de libido em latim. E aí Freud se afasta das considerações puramente científicas para dar atenção ao campo incerto das emoções humanas.

Para além das fronteiras psicanalíticas a libido ganhou espaço no mundo jurídico ao entrar na composição dos crimes sexuais no Código Penal brasileiro, e numa concepção geral é utilizada como uma palavra que se refere à energia sexual da pessoa, manifestada de diferentes formas.

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