Não fazia muito tempo, andar a cavalo era o meio de transporte mais rápido e prático de mover as ações humanas. Símbolo de força e resistência, mas limitado em muitos aspectos. As pessoas de maior posse passaram a usar a força humana para pequenos deslocamentos pela cidade desde os chineses. Eram caixas de madeiras acolchoadas por dentro. Depois, para a salvação dos braços de escravos, a charrete com cavalos passou a evoluir levando até oito pessoas e na parte externa as bagagens. É possível falar de bondes em trilhos de ferro, mas de tração animal. O trem toma conta do mundo. Chega em fim a era dos automóveis movidos a motor de combustão interna. A multiplicidade de modelos rompeu de vez com aquela mania original de patronizar os modelos de forma monocromática. Os carros evoluíram e ditaram o ritmo em muitos cenários da economia. Diesel para gasolina, gasolina para álcool, álcool para gás GNV, GNV para hidrogênio, hidrogênio para eletricidade e pulsos eletromagnéticos. De manual para a completamente auto dirigível. O prazer do carro já foi inclusive tese de doutorado na área da psicologia comportamental americana, num estudo da década de 1970 associando o comportamento sexual de conquista do macho em relação ao fêmea ao carro, tendo como um dos fatores o exibicionismo, as taras agressivas entre outros. O carro já marcou a história afetiva de muita gente, de gerações, é troféu de colecionadores, berço de nascimento de quem não conseguiu chegar a tempo na maternidade. Foi objeto de estudos criminalísticos, foi também onde os avanços provocados pela ebulição de hormônios próprios do encontro entre um homem e uma mulher se desenrolaram mudando histórias, umas que resultaram em casamentos às pressas, outros que não passaram de arroubos da juventude. O carro talvez durará em muito seus encantos, e em vários lugares desse vasto território pessoas há que se desloquem tendo como transporte o cavalo, mas quem tem pressa vai de carro.
João Batista Nunes
João Batista Nunes
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