sábado, 19 de abril de 2014

SOMOS HI:TECH, MAS DEPENDENTES DA ECONOMIA FÓSSIL


Lendo uma das sumidades na área de energias renováveis, o Dr. Hermann Scheer, autor de "Economia Solar Global - Estratégias para a modernidade ecológica" (2011), editado pelo Centro de Referências para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito - CRESESB/Cepel, vim a compreender um pouco mais de perto acerca de um assunto tão premente para o alargamento de nossa visão crítica. De fato, podemos até ser uma sociedade hi:tech em vários setores do engenho humano, mas, sem dúvida, somos predominantemente dependentes da economia fóssil, aquela que se alimenta dos insumos que a indústria transforma em combustíveis altamente, comprometedores para a construção de uma sociedade sustentável.

A economia mundial baseia-se em recursos energéticos não renováveis como o carvão, o petróleo, o gás e o urânio, cuja utilização tem consequências catastróficas para o homem e para o ambiente, provocando a já acelerada extinção dos recursos do planeta.

Como destacado pelo autor, "qualificar a economia mundial como fóssil justifica-se pelo fato que o abastecimento em escala planetária realiza-se em sua maioria, com energias  fósseis, das quais dependem quase todas as atividades da humanidade[...]", op. cit. , p. 191). 

O que somos e até onde podemos ir está relacionada a opção de uma determinada base de recursos que traduzem a importância fundamental para o desenvolvimento econômico e, consequentemente, para a evolução da sociedade. 

Para se ter uma ideia do panorama do consumo energético, de acordo com estatísticas, o consumo mundial de energia se baseia em cerca de 32% na combustão de petróleo, cerca de 25% na combustão de carvão, cerca de 17% na combustão de gás natural, cerca de 5% no uso de combustível nuclear e cerca de 14% na queima de biomassa - com a particularidade de que esta queima tem sido acompanhada por um processo de regeneração em pequena proporção. Somente 6% do consumo total está coberto pela força hidráulica. 

Uma das principais teses defendidas pelo Dr. Scheer é a de que a civilização mundial somente poderá escapar da armadilha dos recursos fósseis se fizer todo o possível para começar, sem demora, a substituí-los por recursos renováveis e compatíveis com a natureza a fim de tornar-se independente daqueles.

Assim, por que não a energia solar? Uma economia planetária permite satisfazer o conjunto das necessidades de energia e matérias-primas graças ao uso de fontes energéticas e materiais de tipo solar. "O potencial inesgotável das energias solares ou renováveis engloba a luz e o calor do Sol, as ondas e os ventos, a força hidráulica, a energia procedente das plantas e outras substâncias."

Os materiais de origem vegetal também têm caráter solar, pois são produzidos pelo Sol através da fotossíntese. Os termos usuais para designá-los são: biomassa, materiais recicláveis, materiais ou biógenos. 

Para o autor, num entanto, o nome coletivo de matérias-primas solares, que não apenas ressalta sua procedência direta, mas também faz alusão à alternativa que pode e deve conduzir de energias e materiais fósseis àqueles que o Sol produz continuamente e em sintonia com a natureza. 

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