terça-feira, 15 de maio de 2012

O SER NO MUNDO INFORMACIONAL

O mundo da coexistência, da convivialidade, da intersubjetividade, da interdependência é, indubitavelmente, o mundo do conflito. Esse atrito de forças cíclicas necessárias a manutenção da vida. A vida em si é um conflito donde resulta a existência. O ser da existência se consume numa busca infindável pelo desvelamento ou descortinamento do não-saber. O abismo do desconhecido é nebuloso, desafiador. Gera insegurança e medo, induz mecanismos de defesa diante da impossibidade limitante do ser. Para tentar superar esse fato, eis o mito com sua verdade que parecia verdadeira, até ser vencida pelo pensamento. Mas como o pensamento poderia se firmar sem algum tipo de registro? A escrita com suas múltiplas facetas e evolução tornou a insegurança do não-saber menos sofrível.

Registros dos mais variados assuntos, uma acomulação evolutiva do saber, saberes e sentidos que se desdobram em tantas outras possibilidades de sentidos que desembocam no infinito. E aí, o ser já se depara com outro problema que já não se situa mais na possibilidade do não-saber; mas sim, na impossibilidade de contar o saber no espaço e tempo. O Homem gênero é ser que se situa no vórtice da produção de saberes, tão rápido e indomável, que quando se atualiza já está desatualizado. É examente esse o problema do mundo informacional. O saber está bem diante do ser, é palpável, real, porém, a virtualidade do saber se nos escapa como um panhado de areia que não conseguimos conter na palma da mão, esvai-se por entre os dedos.

Pelo que se constata, o  conflito permanece seguindo seu curso e o ser continua delimitado pela impossibilidade do não-saber, não pela falta, mas sim, pelo acumulo infinitamente maior e incontido; sendo que, esse acumulo por ser dinâmico, deixa transparecer a transitorietade da própria vida.

O mundo que começou com registros contidos de informações passou a evoluir  de tal forma que está sendo absorvido pelo vórtice de conhecimentos cada vez mais auto-atualizantes. O ser do mundo informacional se desatualiza na proporção inversa da convergência com que o mundo se atualiza.  

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