terça-feira, 12 de junho de 2012

O VOTO DA LIVRE E EXPONTÂNEA PRESSÃO


Política é algo dinâmico. Disso todos sabemos. Quem está em evidência hoje, poderá se encontrar no ostracismo amanhã. O oposto é verdadeiro também. Ter poder de voz num estado democrático direito todos têm, mas fala alto quem tem mandato. O Brasil pode até ter mudado após a Constituinte de 1988, mas os moldes de se fazer política guarda estreita relação com os jogos de poder que legaram e cristalizaram a imagem que o país sempre teve, a de desrespeito e aviltamento do voto popular.

Senão vejamos: tudo que mantém os ciclos dessa relação de poder e das estruturas viciadas faz questão de vencer o tempo. Eleições a cada dois anos despendendo um volume de gastos com o processo eleitoral enorme envolvendo o TRE e os Poderes Executivo e Legislativo, o que seria mais racional apenas num pleito só, definir os representantes tanto de lá quanto de cá, do vereador ao presidente da República. Isto reduziria gastos significantes com logística e a soma astronômica de mobilização de pessoal.

Mas o ponto que quero chegar é ainda mais crucial e responde a seguinte pergunta: por que estados e municípios não realizam uma cruzada de concursos para efetivar servidores? Tem movimentos "cunhados" de gestão de qualidade e capacitação técnica de pessoal para "um bom desempenho" no atendimento as demandas e ao público cidadão, mas concursos que atinjam pelo menos 80% de efetivos só existem no País das Maravilhas, àquele de Alice.

A premissa básica é seguinte: o servidor efetivo está imuzado contra determinadas moléstias, dessas que vemos em todo processo eleitoral no país inteiro (Ou para ser justo, em quase todo o país). Nesse dito momento esses deixam de ser pessoas para se tornar números. Há uma força mística que se forma em torno dos tais e os compele a votar em troca de um favor que os mantêm cada um em seus lugares, mesmo que o direcionamento dessa força "coercitiva", opere contra a vontade e individualidade do cidadão e da cidadã, objeto dessa situação.

Em síntese: Não existe exercício pleno de cidadania quando o voto é instrumento de coerção, quando a vontade individual é aviltada e autonomia é alienada. Quem é realmente livre para expressar sua vontade através do voto, o faz baseado naquilo que acredita ser o melhor caminho. Sua escolha, na maioria das vezes é baseada no programa de idéias e na trajetória, no desempenho de quem se propõe a ser candidato a determinado pleito.

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