Política é algo dinâmico. Disso todos
sabemos. Quem está em evidência hoje, poderá se encontrar no ostracismo amanhã.
O oposto é verdadeiro também. Ter poder de voz num estado democrático direito
todos têm, mas fala alto quem tem mandato. O Brasil pode até ter mudado após a
Constituinte de 1988, mas os moldes de se fazer política guarda estreita
relação com os jogos de poder que legaram e cristalizaram a imagem que o país
sempre teve, a de desrespeito e aviltamento do voto popular.
Senão vejamos: tudo que mantém os ciclos
dessa relação de poder e das estruturas viciadas faz questão de vencer o tempo.
Eleições a cada dois anos despendendo um volume de gastos com o processo
eleitoral enorme envolvendo o TRE e os Poderes Executivo e Legislativo, o que
seria mais racional apenas num pleito só, definir os representantes tanto de lá
quanto de cá, do vereador ao presidente da República. Isto reduziria gastos
significantes com logística e a soma astronômica de mobilização de pessoal.
Mas o ponto que quero chegar é ainda mais
crucial e responde a seguinte pergunta: por que estados e municípios não
realizam uma cruzada de concursos para efetivar servidores? Tem movimentos
"cunhados" de gestão de qualidade e capacitação técnica de pessoal
para "um bom desempenho" no atendimento as demandas e ao público
cidadão, mas concursos que atinjam pelo menos 80% de efetivos só existem
no País das Maravilhas, àquele de Alice.
A premissa básica é seguinte:
o servidor efetivo está imuzado contra determinadas moléstias, dessas que
vemos em todo processo eleitoral no país inteiro (Ou para ser justo, em quase
todo o país). Nesse dito momento esses deixam de ser pessoas para se
tornar números. Há uma força mística que se forma em torno dos tais e
os compele a votar em troca de um favor que os mantêm cada um em seus lugares,
mesmo que o direcionamento dessa força "coercitiva", opere contra a
vontade e individualidade do cidadão e da cidadã, objeto dessa situação.
Em síntese: Não existe exercício pleno de
cidadania quando o voto é instrumento de coerção, quando a vontade individual é
aviltada e autonomia é alienada. Quem é realmente livre para expressar sua
vontade através do voto, o faz baseado naquilo que acredita ser o melhor
caminho. Sua escolha, na maioria das vezes é baseada no programa de idéias e na
trajetória, no desempenho de quem se propõe a ser candidato a determinado
pleito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário