quinta-feira, 23 de junho de 2011

PAULO, O FARISEU DE TARSO DA CILICIA

Pouco tempo depois de sua iniciação Bar mistivá, o jovem Paulo teria ido morar em Jerusalém para estudar na mais conceituada escola de tradição rabínica da época, a Escola de Hilel, cujo fundador era o mais conceituado mestre da coletividade judaica, Gamaliel. Este, defensor de uma linha político-religiosa mais liberal. Ao que tudo indica, entre os ensinos legados por Gamaliel, além de introduzir o rapaz nos conhecimentos do Estoicismo e dos Epicureus, o tema da tolerância religiosa, o respeito a visão "do outro" como caminho para a manutenção da convivialidade harmônica, era recorrente. Algo do tipo, eu sou seguidor convicto dessa ou daquela religião ou linha filosófica, e você é seguidor de outra, mas nada pode se situar acima do respeito recíproco, da aceitação incondicional que deve existir entre as pessoas. É claro, que, quando perguntado, podemos falar de nossas convicções como bem ensinou o Apóstolo Pedro (1 Pe, 3.15), "com temor e mansidão, a razão da nossa fé" (...). Posso me sentir a vontade para convidar pessoas a vir à reuniões a que faço parte, assim, como devo estar aberto a convites que, por ventura pessoas me possam fazer, tudo com o máximo de cordialidade e respeitabilidade.

Pelo jeito, Gamaliel teve seus ensinos preteridos na vida do jovem Paulo para dar lugar a um sentimento estranho, geradores de motivações que mais tarde o levariam a consequências altamente desumanas. O rapaz, que dentre todos os alunos de sua época, excedia, sendo extremamente zeloso as tradições de sua pai.

Não se sabe exatamente quais as motivações psiquicas tenham inquietado tanto o jovem Paulo, mais provável, motivações irracionais, fruto de agressividades contidas, recalcadas, o levaram a focar sua artilharia nos seguidores dum certo galileu, chamado Jesus, que morreu e que muitos asseveram ter ressuscitado dos mortos. Parecia até que Paulo seguia a evolução dos principais fatos ligados a esse tal nazareno, que estava ganhando visibilidade entre o povo, e começando a inquietar seriamente a liderança judaica. Mas quem será esse homem que tanto alarde fazem a seu respeito, mesmo depois de sua morte? Um profeta? Ou um charlatão, tão comum em tempos de dificuldades!

Muitas vezes, quando elegemos alguém para descarregarmos nossa agressividade, principalmente quando o fazemos "em nome de Deus" a resposta está quase sempre em assuntos psiquicos não-resolvidos que não tem relação alguma como o que pensamos defender tão ardentemente. Tanto a pessoa que sofre a agressão quanto o próprio agressor, não passam de vítimas da intolerância, da falta de compreensão mais de nós mesmos do que do divino. Porque com o Divino, a parte dEle já está resolvida. Precisamos resolver a nossa parte, buscar compreender-mo-nos melhor. E assim, aproveitar o que a vida tem de melhor a nos oferecer.

Felizmente, Paulo, em franca expansão contra os seguidores da seita dos nazarenos, teve sua trajetória de buscas e prisões interrompidas, ao encontrar-se no caminho para Damasco, com a luz que lhe aclareou toda sua vida e, diante da voz que lhe dizia tão amavel e serenamente: "EU SOU JESUS A QUEM TU ME PERSEGUES", nunca mais foi o mesmo. O insensível e violento Paulo, passou a escrever cartas de amor para gente que até nos dias de hoje, encontram amparo em suas palavras.

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