Quando os Estados Unidos espirram, diz a frase popular, o Brasil pega uma gripe. Mas, em face da atual crise que contamina o sistema financeiro amaricano, a economia brasileira exibe saúde inédita. E um dos principais indicadores de robustez do país é o aumento da classe média. Desde 2002, essa parcela da população, com renda familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.561, aumentou de 44% para 52%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O fenômeno reverte as duas décadas de estagnação iniciadas nos anos 80. E, para o professor da FGV Marcelo Neri, há dois fatores por trás dessa evolução. O primeiro é a educação. A qualidade do ensino no Brasil pode ainda ser medíocre, mas os brasileiros entre 15 e 21 anos têm hoje em média três anos a mais de escolaridade do que tinham os jovens na mesma faixa etária no começo da década passada.
Outro fator invocado por Neri é a migração de trabalhadores do mercado informal para empregos com carteira assinada. A criação de empregos formais aumentou 40% no ano encerrado em julho, em relação aos 12 meses anteriores. O desemprego de 7,6% em agosto foi o sugundo menor aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) desde 2002, quando foi adotada a atual metodologia de cálculo.
Os programas governamentais de transferencias de renda como o Bolsa Família também ajudam a explicar a diminuição da desigualdade e o aumento da classe média - ao contrário do que acontece, por exemplo, na expansão econômica da China e da Índia.
Entrar na classe média significa entrar num novo mundo de consumo, boa parte dele moldado pelas novelas, que vendem um padrão de beleza e prosperidade. Pode ser compra do primeiro carro, da TV de plasma ou da lipoaspiração paga em dez prestações.
E essas aquisições quase sempre ocorrem com pagamento parcelado, porque o aumento do poder de compra da classe média também está ligado à expansão do crédito.
De fato , hoje, 65% dos carros são vendidos a prestação, em financiamentos de 42 parcelas em média. A oferta total de crédito no país aumentou 20% em 12 meses.
A expansão do crédito tem sido tão susbstancial que já existe o temor de um calote generalizado como aconteceu com os financiamentos imobiliários nos Estados Unidos.
Às vezes o poder de compra e a oferta de crédito pode se traduzir num convite ao consumismo e é nesse ponto que o Governo deve entrar, orientando o cidadão sobre as responsabilidades das aquisições assim como por freio no irresitível apelo dos meios de comunicação que impõe modelos de vida nem sempre condizentes com a situação orçamentária do consumidor.
Fonte: Jornal do Senado/Edição 05 de outubro de 2008 (Texto adaptado por JBNunes)
O fenômeno reverte as duas décadas de estagnação iniciadas nos anos 80. E, para o professor da FGV Marcelo Neri, há dois fatores por trás dessa evolução. O primeiro é a educação. A qualidade do ensino no Brasil pode ainda ser medíocre, mas os brasileiros entre 15 e 21 anos têm hoje em média três anos a mais de escolaridade do que tinham os jovens na mesma faixa etária no começo da década passada.
Outro fator invocado por Neri é a migração de trabalhadores do mercado informal para empregos com carteira assinada. A criação de empregos formais aumentou 40% no ano encerrado em julho, em relação aos 12 meses anteriores. O desemprego de 7,6% em agosto foi o sugundo menor aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) desde 2002, quando foi adotada a atual metodologia de cálculo.
Os programas governamentais de transferencias de renda como o Bolsa Família também ajudam a explicar a diminuição da desigualdade e o aumento da classe média - ao contrário do que acontece, por exemplo, na expansão econômica da China e da Índia.
Entrar na classe média significa entrar num novo mundo de consumo, boa parte dele moldado pelas novelas, que vendem um padrão de beleza e prosperidade. Pode ser compra do primeiro carro, da TV de plasma ou da lipoaspiração paga em dez prestações.
E essas aquisições quase sempre ocorrem com pagamento parcelado, porque o aumento do poder de compra da classe média também está ligado à expansão do crédito.
De fato , hoje, 65% dos carros são vendidos a prestação, em financiamentos de 42 parcelas em média. A oferta total de crédito no país aumentou 20% em 12 meses.
A expansão do crédito tem sido tão susbstancial que já existe o temor de um calote generalizado como aconteceu com os financiamentos imobiliários nos Estados Unidos.
Às vezes o poder de compra e a oferta de crédito pode se traduzir num convite ao consumismo e é nesse ponto que o Governo deve entrar, orientando o cidadão sobre as responsabilidades das aquisições assim como por freio no irresitível apelo dos meios de comunicação que impõe modelos de vida nem sempre condizentes com a situação orçamentária do consumidor.
Fonte: Jornal do Senado/Edição 05 de outubro de 2008 (Texto adaptado por JBNunes)
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