Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
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Comentário. Este é um capítulo da Bíblia Sagrada (I Coríntios 13. 1-13), de autoria atribuída ao apóstolo Paulo, que destaca a epígrafe "A Excelência do Amor". No texto, Paulo, que tem um jeito estilístico bastante particular de escrever, utiliza-se de um recurso variado de figuras de linguagem, com destaque para o uso de hipérboles que têm a função linguística de imprimir exageros nas expressões, como podemos ver em "as línguas dos homens e dos anjos", quando um estudo mais aprofundado sobre a existência, natureza e função dos anjos, leva-nos a concluir que, de fato, os língua dos anjos é qualquer idioma ou dialeto onde eles estiverem interagindo com os homens, sendo que não há uma linguagem em específico para os anjos, assim como também não é nenhuma forma do "falar em línguas estranhas".
Ainda dentro desse mesmo enfoque, sobressai a figura de comparação: já que ela está destacando o falar, sem amor, seria como um metal que retine, que faz apenas barulho, valendo dizer que é preferível ouvir as cordas do coração cheio de amor do que as cordas vocais estéreis, sem amor.
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