sábado, 4 de julho de 2015

A SINA DO SERTANEJO, CABRA DA PESTE



Seu moço me dê licença pro que eu vou me achengano. 
Sou chamado de Tiquim, desde que vim a este mundo de Deus. Acostumado nas lidas da terra, no cabo da inchada quando tem do quê prantar. Quando não dá, vou caçar calango pra comê com Xique-xique. Nunca peguei no alheio, nem causei dizordi a ninguém. 
Não devo nenhum vintém, disso bato no peito. Se peço é porque não têm, nada pra este arremedo.


Nesse mundo de meu Deus, se arguêm nacêu pra sofrê é quinem eu. 
Vou levando a minha sina ter quando nosso Senhor quisé. Mais enquanto vida eu tiver num vou desistir, não. Vou olhar sempre pro céu, sem perder o encanto, quem sabe a chuva não vem pra inundar o meu pranto.

 (João B Nunes)

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