Alcoolismo entre jovens: uma armadilha que pode ser fatal
Cresce o número de jovens iniciados no alcoolismo, principalmente no meio universitário. Isso me faz lembrar uma frase do psiquiatra Augusto Cury no livro Superando o Cárcere da Emoção: “Nossas escolas formam acadêmicos em profissionais, mas não tem formado mentes pensantes.” Eis aí a grande diferença. A possibilidade de ingressar no mundo das drogas “lícitas”, como alguns preferem referir, é facilitada como placas de sinais de trânsito indicando um acesso sem restrições. Às vezes o “esquenta” começa nas esquinas ou num posto de combustível onde tem uma loja de conveniência que vende de chocolate a uísque, acessível a qualquer adolescente. É possível ver, em muitos casos, viaturas da polícia passando ao largo, ignorando a situação.
Como se vê, ao mesmo tempo em que a lei brasileira define como proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos (Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996), é prática comum o consumo de álcool pelos jovens – seja no ambiente domiciliar, seja em festividades, ou mesmo em ambientes públicos.
A sociedade como um todo adota atitudes paradoxais frente ao tema: por um lado condena o abuso de álcool pelos jovens, mas é tipicamente permissiva ao estímulo do consumo por meio da propaganda.
Especialistas que lidam diretamente com o assunto afirmam que o problema do alcoolismo entre adolescentes e jovens pode ter origem numa predisposição genética, onde o sujeito está predisposto a, cedo ou tarde, vir a ser um alcoólatra; outra explicação está situada no campo psicológico, é o escapismo. Adolescentes e jovens vêem a bebida como rota de fuga, fuga dos conflitos existenciais, famílias desestruturadas, violência doméstica, busca pela auto-afirmação e uma série de causas.
O fato é que o adolescente, o jovem, não consegue perceber a gravidade do problema. Baladas regadas a bebidas misturadas, daquelas que quanto maior o teor alcoólico melhor, representam uma verdadeira armadilha e aquilo que parecer ser extremamente prazeroso vai se tornando aos poucos trágico e sem nenhuma graça.
Mas o que me parece terrivelmente degradante é a configuração de uma situação de vulnerabilidade na qual a pessoa do adolescente e o jovem, entregues completamente ao consumo desenfreado do álcool se deixam prender.
O teor elevado de álcool no cérebro faz com que as barreiras da consciência sejam rompidas. Barreiras que representavam os conteúdos sadios da educação, do aprendizado moral legado pela família, escola e igreja sejam desarmadas, fazendo com que o ser atinja o processo de despessoalização para se tornar um acessório do prazer objetal, portanto egoístico e sem afeto.
Tenham-me por careta, eu não ligo – até agradeço. Mas, para mim, festinhas
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