Os tempos mudaram e nós já estamos vivendo um futuro que há pouco tempo não fazíamos ideia de que seria possível. Como alguém do interior de uma cidade em algum estado do Brasil pode comprar um produto direto da China e essa remessa chegar em seu endereço com um espaço de 20 ou trinta dias, e em muitos casos, com oferta de frete grátis? Pois é.
Vamos começar conceituando o marketplace. Trata-se de um modelo de negócio que surgiu no Brasil em 2012, também é conhecido como uma espécie de shopping center virtual. É considerado vantajoso para o consumidor, visto que reúne diversas marcas e lojas em um só lugar, facilita a procura pelo melhor produto e melhor preço.
Sem dúvidas, a maior vantagem do marketplace é a visibilidade. Quanto maior a quantidade de visitas que o site possui, mais sólido será o público atingido. Isso elimina a necessidade de investimento de tempo e dinheiro para a divulgação. Um bom exemplo disso, é o Mercado Livre, ele é acessado por milhões de usuários diariamente e é o maior site do segmento.
Além disso, uma vez que seu produto está na vitrine dos maiores e-commerces, maior a confiança dos clientes para comprá-lo, mesmo que a sua marca ainda seja nova. O site é a porta de entrada e uma vez gerando confiança ao consumidor, ganha credibilidade no mercado. Isso subentende-se que todos os produtos nele comercializados são de confiança e qualidade.
Mas, em milhares de casos, sem a devida proteção dos órgãos fiscalizadores, nem da polícia federal, já que se trata de relação consumerista internacional, nem dos Procons, o consumidor é presa fácil, como nesse caso que passarei a mostrar, à guisa de exemplo.
Em regra, para fisgar vítimas desavisadas, os produtos são bastante atrativos como este óculos, ofertado pela Blaamp, atraindo centenas de compradores, sem quaisquer garantias de prazo de entrega do produto.
Para deixar o cliente fisgado com ares de "boa compra" é enviado uma mensagem gerada eletronicamente, pós efetivação da compra:
Blaamp |
Pedido aprovado |
Olá João XXXXX XXXXXX XXXXXX, o status do seu pedido IH78QSVZWY1942 foi atualizado. Pedido aprovado Em breve você reberá mais informações. Obrigado! |
O cliente, depois de uma espera que ultrapassa os trinta dias, entra em contato com o e-mail disponibilizado pela empresa e recebe como resposta que "por se tratar de uma compra internacional ainda está sendo processada."
A estratégia da suposta empresa é vencer a expectativa do cliente pelo cansado e por fim o esquecimento e desistência do produto. A oferta permanece em praticamente todas as mídias sociais como instagran, facebook, marketingplaces mundo virtual afora, movimentando milhões à vista grossa da lei.
O que fazer para não cair nessa engano?
Ler, simplesmente, depoimentos de supostos clientes dando testemunhos de compras bem sucedidas e produtos espetaculares não é o melhor caminho, nem indicador de que a empresa ofertante merece credibilidade!
Para terem mais segurança, os consumidores podem, por exemplo, checar a reputação do site em plataformas do governo, conferir se o CNPJ da empresa está ativo na Receita Federal e se existem reclamações de outros compradores nas redes sociais.
As dicas valem tanto para dias normais quanto em campanhas como Black Friday e Semana do Consumidor, época em que criminosos aproveitam a grande divulgação para capturar vítimas.
Todas as lojas virtuais em funcionamento no Brasil devem disponibilizar ao consumidor algumas informações obrigatórias por lei. De acordo com o decreto federal 7.962, de 2013, os sites devem expor, em local de destaque e de fácil visualização, o nome da empresa, CNPJ ou CPF do vendedor, endereço físico e eletrônico da companhia, além de outras informações necessárias para sua localização e contato.
O decreto também determina outras obrigações acerca dos produtos à venda. Os e-commerces devem informar características essenciais da mercadoria, incluindo possíveis riscos à saúde, discriminar separadamente o valor da entrega, seguros ou qualquer outra despesa adicional, as modalidades de pagamento oferecidas e o prazo de entrega. Caso a página que você esteja visitando não contenha todos esses dados de forma clara, desconfie da credibilidade da empresa.
Qualquer pessoa pode consultar um CNPJ pelo site da Receita Federal de forma gratuita e imediata antes de fazer uma compra online. A pesquisa revelará a situação cadastral da empresa, indicando se a companhia está ativa ou se apresenta alguma irregularidade. Pela página, também é possível saber o quadro de sócios e administradores, assim como o capital social, informações que podem ser úteis para compreender melhor o funcionamento daquela marca.
A URL do site pode indicar se um site é confiável ou não. Várias páginas fraudulentas utilizam domínios parecidos com os utilizados por lojistas famosos, trocando apenas algumas letras no endereço, como o objetivo de enganar os consumidores mais desatentos. Vale conferir também se o navegador web apresenta HTTPS e um ícone de cadeado ao lado do endereço da loja — isso sinalizará que aquela página é segura.
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Um comentário:
Também comprei uma tesoura de corte nessa loja virtual em março e até hoje não recebi. Golpistas!
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