sexta-feira, 13 de agosto de 2021
APRESENTO-LHE O MUNDO ATUAL
segunda-feira, 12 de julho de 2021
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
METODOLOGIAS EMERGIDAS DA CRISE
O primeiro caso oficial de covid-19 (coronavírus disease 2019) foi de um paciente hospitalizado no dia 12 de dezembro de 2019 em Wuhan, China.O primeiro artigo científico sobre o tema, conduzido por Wu, F., Zhao, S., Yu, B. et al. publicado na revis- ta Nature em março de 2020, descreveu o caso de um paciente de 41 anos admitido no Hospital Central de Wuhan em 26 de dezembro. O fluido broncoalveolar continha um vírus cujo genoma mostrou uma relação filogenética com coronavírus causadores da Sars e Mers.
O vírus, denominado WHCV (posteriormente 2019-nCoV e finalmente Sars-CoV-2), mostrou alta similaridade genômica com o Bat SL-CoVZC45, um vírus obti- do de um morcego coletado na China. Esse resultado sugeriu que esse novo coronavírus poderia ter se originado de morcegos, um reservatório já identificado para o Sars-CoV, agente da Sars (GRUBER, 2020).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emer- gência de Saúde Pública de Importância Internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia.
E aqui estamos nós, em meados de 2021 e a crise ainda perdura, modificando paradigmas em praticamente todas as áreas de atuação humana.
A literatura acadêmica enxerga uma bifurcação entre os ambientes virtuais e os ambientes vivenciados concretamente. Enquanto os primeiros são próprios de uma realidade outra que não a vida real, os ambientes “reais” exigem a presença física da pessoa humana (KENSKI, 2007).
Acerca dos ambientes virtuais voltados para aprendizagem, Almeida (2003, p. 331) define:
São sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação.
Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados objetivos.
As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço em que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um planejamento prévio denominado design educacional, o qual constitui a espinha dorsal das atividades a realizar, sendo revisto e reelaborado continuamente no andamento da atividade.
Se levado em consideração o significado do termo “virtual”, tal ideia pode abranger muito mais que o medium (caminho para o fluxo informacional) da internet e, até mesmo, preceder o surgimento dessa ambiência digital. Segundo Pierre Levy (2001), o virtual refere-se a uma potencialidade, algo possível de ser atualizado e realizado.
Dessa forma, o virtual sempre existiu. O conhecimento sempre esteve presente, virtualmente, em livros e artigos de jornais impressos, por exemplo. A internet traz, de maneira mais ampla, e como jamais vista em outros meios, a virtualidade da educação através de uma nova ambiência: a virtual.
No entanto, o que vem sendo entendido como “ambiente” virtual diz respeito ao espaço mediado por tecnologias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.
GRUBER, Arthur. Covid-19: o que se sabe sobre a origem da doença. Jor- nal da USP. Disponível em https://jornal.usp.br/artigos/covid2-o-que-se-sabe-sobre-a-origem-da-doenca/. Acesso em 23 de abril de 2020.
LEVY, Pierre. O que é o virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 2001.
WU, F., Zhao, S., Yu, B. et al. A new coronavirus associated with human respiratory disease in China. Nature 579, 265–269 (2020). https://doi.org/10.1038/s41586-020-2008-3
segunda-feira, 26 de abril de 2021
SAÚDE & TRABALHO: O OUTRO, O AMBIENTE E O CLIMA
QUE NÓS PASSAMOS A MAIOR PARTE DE NOSSAS VIDAS NO TRABALHO, É INCONTESTÁVEL. QUE TAMBÉM AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS, O AMBIENTE E O CLIMA, DIZEM MUITO ACERCA DO ESTADO DE NOSSA SAÚDE, É OUTRA VERDADE.
O tempo passa, mas o trabalho continua sendo o locus de realização das pessoas. Com efeito, "o trabalho é uma prática transformadora da realidade que viabiliza a sobrevivência e a realização do ser humano. Por meio do ato e do produto de seu trabalho o ser humano percebe sua vida como um projeto, reconhece sua condição ontológica, materializa e expressa sua dependência e poder sobre a natureza, produzindo os recursos materiais, culturais e institucionais que constituem o seu ambiente, e desenvolve seu padrão de qualidade de vida.¹"
Há três aspectos fundamentais que entram na composição da psicodinâmica do trabalho, a saber: o outro, o ambiente e o clima. A mescla desses fatores se constitui na base para a compreensão do que se passa na vida psíquica, social e de trabalho da pessoa do/a trabalhador/a.
Em grau de importância primeira, situamos o outro. Desde as conversas que irão nos encaminhar para uma possível admissão ao fazer prático do dia a dia do trabalho, começamos e terminados a partir e através do outro.
No dizer de Monique Augras, "o mundo humano é essencialmente mundo da coexistência. O homem define-se como ser social e o crescimento individual depende, em todos os aspectos do encontro com os demais.²"
Na verdade, embora não reconheçamos, nossa vida a partir do primeiro balbuciar oficializando o requerimento pela porção alimentar básica da primeira hora da manhã, ali, mesmo, no improviso materno do berço, já somos o resultado de uma rede de dependências em relação ao outro.
E tanto mais nos afastamos do núcleo familiar, tanto mais nos fazemos dependentes de gente que sequer conhecemos e não esbarramos com ela pelos corredores do cotidiano. É a tal da complementariedade que fundamenta a compreensão de si no reconhecimento da coexistência.
Heidegger³ chama a atenção para o fato de que, mesmo sem a presença do outro, o ser no mundo é ser com os outros. Estar só é estar privado do outro, num modo deficiente da coexistência, que constitui uma das estruturas do ser no mundo.
[1] ZANELLE, José Carlos et al. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
[2] AUGRAS, Monique. O Ser da Compreensão - Fenomenologia da Situação de Psicodiagnóstico. Petrópoles: Vozes, 1986.
[3] Heidegger - Martin Heidegger (1889-1976) foi um filósofo, escritor, professor universitário e reitor alemão. Obra de destaque O Ser e Tempo (1927).