sexta-feira, 5 de julho de 2013

SIR ROBERT HERMANN SCHOMBURGK: UMA PEDRA NO CAMINHO DA DIPLOMACIA BRASILEIRA


Uma nota indrodutória sobre a história da formação das fronteiras, envolvendo a defesa da "Questão Inglesa no Brasil"

Quem foi Sir Robert Hermann Schomburgk? E qual a relevância desse nome na composição dos fatos que marcaram definitivamente a vida de um dos maiores advogados do Brasil, o diplomático Joaquim Nabuco? Como poderia um simples particular, mesmo sendo cientista já de certo renome, agindo por conta de uma sociedade científica privada, baseado exclusivamente em sua opinião pessoal, ter criado uma questão de fronteira? 

Essas e outras respostas poderão ser sanadas em qualquer arquivo documental de outros países que acompanharam todo o processo, exceto na Royal Geographical Society (Sociedade Geográfica Real), cuja administração não apenas "negou peremptoriamente acesso às dependências, como qualquer informação acerca dos escritos de Schomburk, "que segundo informações, ainda são custodiadas em seus arquivos". É o que afirma Menck (2009), referindo-se à visita a esta citada instituição inglesa.

Enfim, quem foi Schomburgk? Foi o geógrafo e explorador alemão, mais tarde naturalizado inglês, que em 1844 foi sagrado cavaleiro pela rainha Vitória justamente em razão de suas várias explorações na Guiana Inglesa.

De acordo com MENCK (op. cit.), os textos brasileiros referentes ao tema começam referindo-se à viagem que Schomburgk, comissionado pela Sociedade Geográfica Real, de Londres, realizou em 1835. Tratou-se de uma longa viagem de exploração pelo interior da Guiana Inglesa, "para estudar a geografia física e astronômica do interior" daquela faixa territorial.

O fato é que o desenrolar dessas expedições  evoluiram para o que a leitura dos documentos referentes à questão "não publicados", sejam eles brasileiros, italianos ou ingleses, principalmente os refentes à escolha do árbitro, bem como de aspectos jurídicos do laudo, levam à conclusão de que, efetivamente, o Brasil foi vítima não de interesses escusos, mas, principalmente, de uma atabalhoada evolução do Direito Internacional Público no tocante à ocupação de terras vazias, terrae nullius.

Uma epopéia que quase leva o Brasil e a Inglaterra a um intervenção militar, séria. 

Conta-nos MENK (op.cit.) que, ao contrário das outras questões de limites do Brasil, os problemas fronteiriços com a Guiana Inglesa não se iniciaram no período colonial, mas, sim, em pleno século XIX, mais precisamente no inicío de segundo Reinado, e, de acordo com a versão corrente no Brasil, pela ação de um único homem, o geógrafo e explorador alemão, mais tarde naturalizado inglês, Roberto Hermann Schomburgk, em 1844 sagrado cavaleiro pela rainha Vitória justamente em razão de suas explorações na Guiana.

Schomburgk ficou alarmado com o que identificou como sendo o bárbaro tratamento que os brasileiros dispensaram aos indígenas locais, e passou a ver na ação de um certo missionário protestante, o jovem Thomas Youd, a única possibilidade de redenção para aquelas populações esquecidas pelo governo brasileiro.

Youd, que fez da missão religiosa junto aos indíos Macuxis da região de Pirara, a razão de ser de sua curta vida.

"The White Man's Burden 
Rudyand Kipling, 1899

Take up the White Man's burden -
Send forth the best ye breed -
Go bind your sons to exile
To serve your capitives' need;
To Wait in hearvy harness
On fluttered folk and Wild -
Your new-caught, sullen peoples
Half devil and half child."


Continua...

João Batista Nunes é psicólogo atuando na área organização e política.

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