METODOLOGIAS EMERGIDAS DA CRISE
O primeiro caso oficial de covid-19 (coronavírus disease 2019) foi de um paciente hospitalizado no dia 12 de dezembro de 2019 em Wuhan, China.O primeiro artigo científico sobre o tema, conduzido por Wu, F., Zhao, S., Yu, B. et al. publicado na revis- ta Nature em março de 2020, descreveu o caso de um paciente de 41 anos admitido no Hospital Central de Wuhan em 26 de dezembro. O fluido broncoalveolar continha um vírus cujo genoma mostrou uma relação filogenética com coronavírus causadores da Sars e Mers.
O vírus, denominado WHCV (posteriormente 2019-nCoV e finalmente Sars-CoV-2), mostrou alta similaridade genômica com o Bat SL-CoVZC45, um vírus obti- do de um morcego coletado na China. Esse resultado sugeriu que esse novo coronavírus poderia ter se originado de morcegos, um reservatório já identificado para o Sars-CoV, agente da Sars (GRUBER, 2020).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emer- gência de Saúde Pública de Importância Internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia.
E aqui estamos nós, em meados de 2021 e a crise ainda perdura, modificando paradigmas em praticamente todas as áreas de atuação humana.
A literatura acadêmica enxerga uma bifurcação entre os ambientes virtuais e os ambientes vivenciados concretamente. Enquanto os primeiros são próprios de uma realidade outra que não a vida real, os ambientes “reais” exigem a presença física da pessoa humana (KENSKI, 2007).
Acerca dos ambientes virtuais voltados para aprendizagem, Almeida (2003, p. 331) define:
São sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação.
Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados objetivos.
As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço em que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um planejamento prévio denominado design educacional, o qual constitui a espinha dorsal das atividades a realizar, sendo revisto e reelaborado continuamente no andamento da atividade.
Se levado em consideração o significado do termo “virtual”, tal ideia pode abranger muito mais que o medium (caminho para o fluxo informacional) da internet e, até mesmo, preceder o surgimento dessa ambiência digital. Segundo Pierre Levy (2001), o virtual refere-se a uma potencialidade, algo possível de ser atualizado e realizado.
Dessa forma, o virtual sempre existiu. O conhecimento sempre esteve presente, virtualmente, em livros e artigos de jornais impressos, por exemplo. A internet traz, de maneira mais ampla, e como jamais vista em outros meios, a virtualidade da educação através de uma nova ambiência: a virtual.
No entanto, o que vem sendo entendido como “ambiente” virtual diz respeito ao espaço mediado por tecnologias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.
GRUBER, Arthur. Covid-19: o que se sabe sobre a origem da doença. Jor- nal da USP. Disponível em https://jornal.usp.br/artigos/covid2-o-que-se-sabe-sobre-a-origem-da-doenca/. Acesso em 23 de abril de 2020.
LEVY, Pierre. O que é o virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 2001.
WU, F., Zhao, S., Yu, B. et al. A new coronavirus associated with human respiratory disease in China. Nature 579, 265–269 (2020). https://doi.org/10.1038/s41586-020-2008-3