Imagine um terreno que seja
preciso dimensionar seu espaço para ter um detalhamento, a partir do qual o
conhecimento mais pormenorizado seja possível. Topografia, delimitação dos
espaços é uma das principais tarefas do agrimensor, o profissional habilitado
para medir e estabelecer limites das terras.
Os estudos do médico austríaco
Sigmund Freud (1856-1959), fundador da psicanálise, análise profunda da psique,
apresentaram uma estrutura topográfica da mente.
Topograficamente, a psicanálise
considera o aparelho mental como um instrumento composto, esforçando-se por
determinar em quais pontos dele ocorrem os vários processos mentais.
De acordo com os pontos de
vista psicanalíticos mais recentes, o aparelho mental compõe-se de um ‘id‘, que
é o repositório dos impulsos instintuais, de um ‘ego‘, que é a parte mais
superficial do id e aquela que foi modificada pela influência do mundo externo,
e de um ‘superego‘, que se desenvolve do id, domina-o e representa as inibições
do instinto que são características do homem.
As três polaridades da mente
estão ligadas umas às outras de várias maneiras altamente significativas.
Existe uma situação psíquica primordial na qual duas delas coincidem. Originalmente,
no próprio começo da vida mental, o ego é catexizado com os instintos, sendo,
até certo ponto, capaz de satisfazê-los em si mesmo. Denominamos essa condição
de ‘narcisismo’, e essa forma de obter satisfação, de ‘auto-erótica’.
Nessa ocasião, o mundo
externo não é catexizado com interesse (num sentido geral), sendo indiferente
aos propósitos de satisfação. Durante esse período, portanto, o sujeito do ego
coincide com o que é agradável, e o mundo externo, com o que é indiferente (ou
possivelmente desagradável, como sendo uma fonte de estimulação).
Em comparação, proposta por Freud, o cavaleiro, o ego, não está apenas (pode-se dizer) furiosamente empenhado em manter as rédeas de seu cavalo teimoso, o id, como ainda é forçado, ao mesmo tempo, a lutar com uma nuvem de abelhas bravas, o superego, enxameando sobre ele.
Mas, essa é uma discussão que vem rendendo desde Freud, muitos aprofundamentos que demonstram o universo de estímulos, impulsos, instintos que fazem parte do funcionamento mental de cada um de nós, negados ou aceitos, reconhecidos ou ignorados, eles estão lá num conflito constante por espaços que molda a nossa realidade psicossocial.