quarta-feira, 25 de maio de 2011

ANTONIO CONSELHEIRO

Título: Canudos (4' 03'')
Disco: Camaleão
Música: Edu Lobo
Letra: Cacaso
Intérprete: Edu Lobo
Ano da Gravação: 1978
Gravadora: Philips
Letra:

Inhambupe Bom Conselho
Jacobina, Chorrochó
Monte Santo, Mundo Novo
Lagoinha, Quixadá
Entre Rios, Belos Montes
Quem é esse que vagueia
Conselheiro que tonteia
Que apeia sem chegar

Que horizonte mais errante
Que crendice mais descrente
Que descrença mais distante
Que distância mais presente
Desgoverno governante
Quanto gente confiante
Em Antônio Penitente
Quando o céu virasse a terra
Como um rio sem nascente
Quando a espada entrar na pedra
Quando o mar virá afluente
Que paixão insatisfeita
Que vingança mais demente
Virgem santa decaída
Satanás onipotente

Baioneta faca cega
Parabelo bacamarte
Sofrimento que renega
Desavença que reparte
Entre Rios, Belos Montes
Que distância mais presente
Quanta gente confiante
Em Antônio Penitente

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O PODER EM SI


Para início de conversa, não é fácil compreender na sua integralidade, o poder. Tarefa a que diversas áreas das ciências sociais preocupadas em investigar para se chegar a uma conclusão, ainda persistem, sem contudo, desvendá-lo. Talvez porque se trata de um conceito multifacetado favorecendo ambiguidades e contradições. No máximo, podemos dizer que poder é um fenômeno social complexo.

Retratado como expressão da natureza humana, como capacidade de realização de desejos e sonhos, como força que leva ao alcance de ideais, como provocador de emoções e com uma natureza individual e privada, o poder seria a força do desejo (ZANELLI; ANDRADE & BASTOS, 2004).

Considerado como uma força que impulsiona o homem a seguir o caminho da vida, que desenvolve a capacidade de suportar o desânimo e as frustrações que cria defesas que o protegem contra a indiferença e dureza de outros homens, o poder seria segurança.

Salientado como fenômeno típico de grupos e sociedades, como força nascida da consciência social, da necessidade de busca de coesão e agregação de grupos que visam ao bem comum, o poder seria relação.

Percebido como a única forma de inviabializar a entropia da espécie humana, qualquer que seja o nível de complexidade da vida social, o poder seria sobrevivência.

Caracterizado como fenômeno mobilizador das instituições sociais e como força diretora da sociedade, o poder seria política.

Em uma abordagem de psicologia social, o trabalho de Apfelbaum (1979) que analisa o poder entre grupos dominantes e subordinados salientando esse aspecto negativo do poder é um exemplo de como tantos outros autores enfocam o fenômeno. Para a autora, primeiramente o grupo dominante cria um padrão mítico, uma expressão de homogeneidade social do grupo que satisfaz a todos, inclusive aos subordinados. Os papéis universais criados passam a ser aplicáveis igualmente a ambos os grupos, de dominantes e subordinados. Na relação de fato, no entanto, a idéia de "um pouco para todos" é apoiada por uma série de mecanismos sociais e institucionais que estão à disposição apenas do grupo dominante.

E esses mecanismos são especialmente eficientes para o grupo dominante, não somente no sentido de protegê-los, mas também para controlar as atividades do grupo de subordinados.